Luna, no outro dia, começou a procurar emprego, pois se sentia preocupada em poder continuar a ajudar a sua mãe. Além disso, ela tinha que pagar o financiamento do seu carro.
Embora o hacker contratado por Paulo fosse um dos melhores do Brasil, Bete era capaz de identificar qualquer tipo de vírus criado até a sua época e colocou o invasor em quarentena disponibilizando todas as informações da nuvem para Luna. Ela precisava decidir o que fazer a partir daquele momento.
Numa noite, Fábio foi jantar na casa da noiva e conversavam sentados no sofá da sala.
— Luna, se você precisar de apoio financeiro, me sentiria muito feliz em poder ajudar. Sei do plano de saúde de Solange, das prestações do seu carro.
— Por favor, Fábio, não pense nisso agora. Vou arranjar um novo emprego. Sei que tenho capacidade. Vou pegar o seguro-desemprego e tenho uma economia guardada. Não é muito, mas dá para ir levando... Se algum dia eu precisar falo com você. Vamos tocar a vida adiante. Minha preocupação maior é com a mãe; ela está piorando mais a cada dia. O médico disse que o caso dela é inoperável.
— Não dê o remédio Eternal a ela. Você me disse que o último exame indicava que o carcinoma está no Estágio IV. Infelizmente, é o mais avançado; as dores e metástases tendem a piorar. Melhorarão apenas com analgésicos fortes. Poupe sua mãe desse tipo de sofrimento. Se houvesse alguma chance de cura, valeria a pena prolongar a vida dela, mas não é o caso.
— Preparei algumas doses de Eternal quando estava trabalhando no laboratório mesmo sem a validação, mas você tem razão. Não será legal da minha parte fazer com que a mãe sofra mais. As pesquisas sobre a cura do câncer ainda vão demorar um pouco mais pelo que acompanhei no Titan. Farei o que ela me pediu em relação ao Seu Otto, ajudando o filho dele no futuro, se tudo o que ele disse for verdade.
Luna havia explicado a Fábio toda a história que Bete contara.
— Também tenho minhas dúvidas quanto a esta história maluca de viajante do tempo, mas acho que o melhor a fazer é não divulgar os resultados de sua pesquisa e, quem sabe, deixar para algum dia mais tarde, quando for conveniente para a humanidade.
— Imagino que a descoberta de uma droga como o Eternal, que faria as pessoas viverem muito mais, também traria prejuízos às ações ambientais. Acho que sua empresa perderia valor. Estou certa?
— Você é esperta. Essa não seria uma boa notícia para o mercado no qual invisto. Não posso mentir para você. Gosto de lucrar com minha empresa.
— Tudo bem. Acho que um pouco de ambição não faz mal. Mas meu objetivo principal é ajudar a minha mãe. Quando vejo o que está acontecendo no dia a dia dela, entendo que seria egoísmo da minha parte postergar o sofrimento dela.
— Outro dia eu estava pensando sobre essa história de destruição do meio ambiente que Seu Otto contou. Se com cerca de oito bilhões de pessoas a poluição fica exagerada e os combustíveis fósseis já destroem o ar, imagine com o homem vivendo bem mais. Acho que seria o fim do mundo mesmo.
— A não ser que povoassem Marte ou a Lua. Quem sabe se a humanidade vivesse em grandes naves na órbita da Terra? Sabia que existem planos para isso?
— É... acho que esta pandemia está fazendo com que todos queiram fugir deste planeta.
Em seguida, a campainha tocou. Era Otto que foi recebido por Solange.
— Olá, Otto! Que bom que você veio.
— Bom vê-la de novo, Solange.
Ele trazia consigo uma pasta.
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Luna e o Elemento Eternal
Science FictionPremissa: Uma farmacêutica afro-brasileira hipocondríaca, desconfiada, em luta contra o tempo para descobrir um remédio que auxilie na cura da doença de sua mãe, nem imagina que terá de enfrentar a ganância desenfreada de seus superiores e o surgime...