Capítulo Dezoito: Olhares.

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꒰ . 𝐒/𝐍'𝐒 𝐏𝐎𝐕 ! ✧ ¦

Sinceramente, como eu odeio a minha vida.
Mamãe e papai estão gritando um com o outro de novo, quando estava tudo tão calmo.
Eu não entendo, eu apenas queria entender o porquê duas pessoas que dizem se amar vivem brigando, e isso me deixa tão mal.
Eu estava sentada na minha cama, com os meus olhos marejados e respiração pesada. Os gritos e xingamentos só aumentavam, eu sentia que a qualquer momento aquilo podia piorar.

Eu não aguentava mais, eu precisava sair dali e por sorte, eu sei para onde ir. Eu peguei minha capa e fui em direção a porta de entrada para sair. Sim, eu sabia o quanto era arriscado e o quanto eu podia ser pega, mas eu não ligava, eu não sou obrigada a escutar gritos e xingamentos de dois adultos que não sabem se resolver civilizadamente.
Por sorte, a casa de Ciel não era tão longe da minha, o que facilitava bastante para mim.

Assim que cheguei, bati algumas vezes na porta, e esperei. Depois de alguns minutos, a porta foi aberta por uma figura masculina morena, que eu não me lembro de já ter visto.
Mas, deve ser o mordomo, não é?
— Posso ajudar? — Ele me perguntou com um pano amarrado no braço.
— Ah, olá! O Ciel está em casa? — Eu perguntei, sorrindo minimamente.
— Está sim, e quem a senhorita seria?
Meu Deus, S/n! Como você esqueceu uma informação tão importante?
— Diga a ele que é a S/n! — Eu falei.
— Certo, irei o chamar, pode entrar. — O homem disse e permitiu que eu entrasse.

Assim que eu entrei, tive sensações muito estranhas. Sensações, familiares? Eu não sei ao certo como explicar, mas como se eu já tivesse ido lá algumas, ou talvez diversas vezes! Esse tipo de coisa tem me irritado, estou ficando maluca?
Deve ser coisa da sua cabeça, S/n, só espere o Ciel vir.
                              • ✩ •
꒰ . 𝐂𝐈𝐄𝐋'𝐒 𝐏𝐎𝐕 ! ✧ ¦

Como sempre, eu estava em meu escritório, cuidando de assuntos da minha empresa. Ou pelo menos, era o que eu deveria estar fazendo.
Fiquei entediado, então. . . Eu comecei a fazer uma muralha de cartas de baralho.
Eu estava quase terminando, quando um desgraçado resolveu abrir a porta sem bater antes, o que fez com que eu me assustasse e estragasse minha linda muralha de cartas.
— Jovem mestre, está ocupado? — Como era esperado, era Sebastian.
— Eu estava, mas o que aconteceu? — Eu disse, arrumando as cartas.
— A filha mais nova dos Lewis veio te ver, ela quer te ver.
Eu não sei o que aconteceu quando eu escutei aquilo, mas sem nem ao menos perceber eu sorri.
— Já estou indo. — Eu disse terminando de guardar as cartas e sair.
Fazia alguns dias que S/n não me mandava cartas, e ficou uns dias sem responder as que eu mandava, confesso que eu estava com saudades dela.
Não Ciel, não seja idiota.
Mas, eu não sei explicar, a companhia dela. . . É. . . Eu não sei explicar, mas me deixa. . . Bem?
Como eu posso me apegar a alguém que eu nem devo conhecer tão bem? Você costumava ser diferente, Ciel.

Eu desci as escadas rapidamente, e algumas vezes quase tropecei, mas acho que no momento, o importante era ve-la. Até que, eu finalmente vi.
Ela estava usando uma capa preta e um vestido muito bonito por baixo, confesso que sai de mim por alguns minutos quando a vi.
A mesma me viu e sorriu de um jeito fofo.
Droga, que desconcertante.
— Oi, Ciel! — Ela me disse, ainda com aquele desgraçado sorriso nos lábios.
— Oi, S/n. Quanto tempo, como você está? — Eu perguntei, me aproximando dela.
— Eu podia estar melhor, mas tudo bem.
Naquele momento, seu sorriso fofo enfraqueceu. E, eu não pude evitar de ficar, triste, por ela.
— O que houve? — Eu perguntei, pegando em sua mão.
Não sei porquê fiz isso, mas. . . Eu só fiz.
— Meus pais estavam brigando e gritando um com o outro. . . Eu já tinha me acostumado mas, de repente, eu só. . . Não aguentei, eu precisava sair dali, você entende? — Ela disse, olhando diretamente para mim.
Aquele olhar, me lembrou de algo, talvez alguém. . . Mas, eu não sei de quem.
— Você não tem uma boa relação com seus pais, não é?
Eu sinto que não devia ter perguntado isso, é nisso que dá quando você se prende no olhar de uma garota, droga Ciel!
Ela não disse nada, apenas sorriu, e pelos seus olhos, eu pude perceber o que ela quis dizer, embora não tenha dito diretamente.
Por que tinha que me deixar tão encantado, garota?
— Bem, já que estamos aqui, quer fazer algo? — Ela me disse, permanecendo o sorriso em seus lábios.
— Não sei, o que quer fazer? — Eu perguntei a mesma e ela soltou um risinho, muito fofo, por sinal.
— Ah, quer dançar?
                                 𖤐

Garoto Dos Meus Sonhos [♡] Ciel PhantomhiveOnde histórias criam vida. Descubra agora