𝗡𝗔𝗟𝗨 ; jaden w. ✓

twenty-one | você é como eu

Escola, o terror do jovem adolescente, o enorme prédio com diversas salas onde você fica preso por horas ouvindo os mais velhos e sendo obrigados a seguirem as mesmas regras. Nalu odiava ir a escola, ela odiava ficar horas dentro da sala de aula e odiava o modo como aquele uniforme lhe pinicava em toda parte, mas ela tinha Norman e Lion ao seu lado no "inferno diário" e enquanto eles estivessem juntos, nada iria os abalar.

  Norman Kahale era o típico popular, o surfista descolado que as garotas caiam matando encima e o bolinando. Porém Norman detestava aquele assédio todo, era como se para eles ele era somente um corpo bonito e um sorriso gentil. Mas ele tinha um coração, e enquanto todos a sua volta só queriam diversão, Norman queria aprender o que era o significado da palavra amor.

-- Eu não me sinto confortável com eles me olhando desse jeito. __ Norman confidenciou a Nalu e Lion quando eles saíram da escola.

-- De que modo? __ Nalu o encarou.

-- Como um pedaço de carne. __ chutou uma pedra solta da estrada.

-- Eu sei como se sente. __ Nalu balbuciou, algo que fez Norman solta ruma risada nasal.

-- Não, você não sabe.

-- O que? __ Nalu o encarou. -- Olhe! Eu seu como é ser assediada todos os dias, ok? Eu acordo toda manhã rezando para ninguém mexer comigo e só voltar para casa a salvo. __ parou de andar e apontou par ao irmão. -- Mulheres sofrem assédio e abuso todos os dias, mas continuamos lutando. Eu não concordo com o que elas fazem, assédio é ERRADO! Desculpe se você está passando por isso, Norman... eu realmente sinto muito. Porém, você não pode fazer isso te parar.

-- Eu só... __ Norman suspirou. -- queria que ninguém devesse passar por isso.

-- Eu também! __ Nalu sorriu sem mostrar os dentes.

-- Homens são bostas! __ Lion exclamou fazendo os gêmeos o olharem. -- Quero dizer... vocês passam isso todos os dias? Céus, vocês são fortes pra caralho.

-- Mulheres podem ser umas bostas também. __ Nalu os abraçou pelos ombros. -- Vamos fazer algo sobre isso.

-- Como o que? __ Norman falou com um sorriso.

-- Como... meu corpo, minha escolha. __ deu de ombros. -- Só... sermos livres!

-- Livres para escolher. __ Lion sorriu animado.

-- Livres para dizer não. __ Norman murmurou.

-- Livres para sermos quem somos. __ Nalu os encarou. -- A liberdade?

-- A LIBERDADE!

-- Vamos matar todos! __ Lion falou animado.

-- Com calma ai amigo. __ Norman riu. -- Com calma.

-- Desculpe! __ sorriu. -- Eu me empolguei.

[ ... ]

  Amor era algo complicado, Nalu havia se apaixonado por uma única pessoa em sua vida e agora a internet quebrava ao saber que Jaden estava namorando novamente. Seria errado dizer que Nalu não sofreu, céus, ela realmente sofreu e aquela noticia doeu, mas ela ficou feliz por Jaden, enquanto ele estivesse feliz, Nalu estava feliz.

 Norman não entendeu, ele tentou, mas não conseguia entender o porquê Nalu não chorou ou porque ela simplesmente não se afastou, ele viu em seus olhos que ela sofria, mas ela não falava nada.

-- Ainda dói? __ Norman deitou ao lado da irmã.

-- Não. __ Nalu o encarou. -- É incomodo, mas não dói.

-- Por que? __ questionou.

-- É a vida, sabe? __ deu de ombros. -- E... se você ama, deixa ir.

-- Como eu sei que amo alguém? __ cruzou as mãos na barriga e encarou o teto.

-- Eu não sei! __ o encarou. -- É diferente para as pessoas.

-- Diferente como?

-- Alguns sentem borboletas, outros enjoo, é só... diferente. __ coçou a sobrancelha.

-- O que você sentiu? __ Norman a analizou.

-- Eu senti... como em uma grande onda dentro de um belo túnel de água cristalina. __ sorriu. -- Quando você se apaixonar vai saber.

-- E como eu sei que é a pessoa certa? __ Nalu riu.

-- Você não sabe. __ se sentou na cama. -- Esse é o mistério, Norman. Você vai se apaixonar muitas vezes, e nem sempre vai ser a pessoa certa. Vai doer, mas você vai ser mais forte e esperto.

-- Amar dói?

-- Só quando ele acaba.

  Lion vivia com seu pai, sua mãe havia ido embora depois que ele foi diagnosticado aos seus 6 anos, ele realmente não entendia o porque de sua mãe ir  embora, mas a medida que ele crescia foi entendendo, para ela a sua doença era um fardo, ele era um fardo. Quando ele tinha 11 anos descobriu que sua mãe havia outra família, ela casou e deu a luz a outro filho, um filho saudável e sem defeitos, alguém sem doença como ele. Foi desolador, embaraçoso e triste demais, ele sofreu, mas seu pai estava lá para os seus desabafos e noites de sofrimento.

Sempre foi eles contra o mundo, e sempre seria.

  Lion mexeu na comida de seu prato intocado, ele tinha o olhar perdido enquanto tentava arrumar os seus pensamentos; isso fez o patriarca o encarar enquanto tomava um gole de seu vinho, ele descansou o copo na mesa e encarou o filho.

-- A algo que lhe abala, filho? __ o homem questionou cordial, Lion suspirou.

-- É algo bobo. __ Lion balançou os ombros em indiferença.

-- Se lhe incomoda __ murmurou fazendo Lion o encarar. -- não é algo bobo.

-- É só... __ suspirou, seus olhos arderam em lágrimas. -- eu não quero ser uma vergonha pra você.

-- Por que diz isso? __ o homem deixou as talheres no prato ao ver o abalo de seu único filho. -- Lion?

-- Eu não queria que a mamãe fosse embora. __ soluçou. -- E eu não pedi pra nascer tão... errado!

-- Você não nasceu errado, Lion.

-- Sim, eu nasci. __ exclamou choroso. -- Meu coração não funcionou, eu fiz mamãe ir embora e eu... __ seu soluço fez o coração do mais velho se quebrar. -- eu nunca vou poder te dar os seus tão sonhados netos.

-- Por que diz isso? __ o homem se levantou de seu local e deu a volta na mesa.

-- Porque eu sou um pecador. __ abraçou o pai. -- Eu não quero ser um pecador.

-- Eu não entendo. __ o patriarca sussurrou, os olhos atordoados. -- Lion, eu não entendo.

-- Eu sou gay! __ soluçou, os olhos do homem se arregalaram e ele deixou um sorriso escapar de seus lábios.

-- Você não é um pecador, meu querido Lion. __ o homem sorriu. -- Você é como eu... um homem de coração aberto.

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Não revisado!
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