CAPÍTULO 7 | Seguindo o barco

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Porque garotas como você,
Andam por aí com caras como eu.
Até o pôr-do-sol quando eu passar.
Eu preciso de uma garota como você.

 — Maroon 5, Girls Like You

       Jack encarava o teto branco do consultório há muito tempo

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       Jack encarava o teto branco do consultório há muito tempo. Estava se sentindo desconfortável — muito desconfortável — e ficar observando o quanto aquele branco, perfeitamente limpo, concordava com as cores das paredes, era como uma rota de escape. Ele fingia que as paredes em um bege bem claro e os móveis em marrom, eram apenas as coisas mais interessantes do mundo a se analisar no lugar.

       À sua frente, sentada em sua poltrona, a terapeuta aguardava pacientemente que ele voltasse a falar. Sofia era uma mulher de meia idade, com certeza já passava dos cinquenta, apesar de muito conservada. Sempre usava roupas sociais escuras e o cabelo preso, às vezes em um curto rabo de cavalo, outra hora em um coque. O segundo, apesar de sempre bem feito, ainda permitia que alguns cachos pretos acabassem escapando.

 — E você contou? — A mulher decidiu perguntar, depois de longos dois minutos e meio de silêncio. Jack falara sobre os problemas da família, Maeve, Lilith e o assunto acabou voltando a ser sobre a atriz.

 — O quê? — Ele ainda se atreveu a tentar desconversar.

 — Você contou sobre a Lilith para a Maeve? Contou que acabou acontecendo algo entre vocês?

 — Claro que não! Eu... — O cantor soltou um suspiro cansado. — Imagine o quanto Eve ficaria chateada... não consigo contar.

 — Jack, é ótimo que você sempre tente ser o mais gentil possível, exatamente porque não quer ser como o seu pai... mas às vezes, só às vezes, talvez você devesse ponderar sobre o que é melhor para você, em primeiro lugar. Deveria tirar um tempo para si mesmo, para fazer o seu eu interior perceber como vai ser melhor se Maeve souber de tudo. Continuar escondendo a verdade dela não vai melhorar a situação.

       Ele volta a ficar em silêncio, dessa vez apenas por alguns segundos. Mas foram segundos agoniantes. Sofia esperava uma resposta dos pensamento de Jack, mas nem o próprio tinha ideia do que estava pensando. Muitas coisas passavam pela cabeça dele ao mesmo tempo, sem lhe dar tempo de processar delicadamente cada uma. E isso era torturante.

 — Saber que Maeve provavelmente vai ficar chateada é o único motivo de você não querer contar?

 — Eu não achei que fosse necessário contar. Sabe, nós não temos mais nada, nosso relacionamento acabou há muito tempo. Nosso lance não tem nada de sério, mas eu gosto dela... gosto dela como amiga e eu sei que ela vai ficar chateada, irritada, vai fazer escândalo... iria só criar um problema desnecessário. É a minha vida pessoal, eu não devo satisfações disso pra ela, não pergunto sobre os caras que Maeve fica. Nós nem conversamos sobre isso.

Deixe-me te amar | Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora