CAPÍTULO 17 | Diga a eles que eu era feliz

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Eu sento aqui enquanto minha vida passa.
Não posso escapar dos demônios aqui dentro.
Eu juro por Deus que não sou ruim, cara.
Acabaram as lágrimas para chorar.
Olho no espelho e vejo alguém olhando para mim.
Não sei quem estou tentando ser.
Mas consigo reconhecer quem eu vejo.

 — Kay Cook, Fakin' It

       A claridade machucou seus olhos quando Lilith acordou

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       A claridade machucou seus olhos quando Lilith acordou. Ela não conseguiu dormir tão bem quanto na primeira noite em casa, demorou para pegar no sono e ainda acordou diversas vezes durante a noite.

       Ela levantou e saiu do quarto, atravessando o corredor ainda silencioso e indo para o primeiro andar. Dois, dos cinco gatos de estimação de Angelina, dormiam tranquilamente no grande sofá da sala. Algumas das janelas já estavam abertas e Lilith conseguiu identificar as vozes de sua mãe e Jacob que vinham de cozinha.

 — Feliz aniversário, Paige. — A cantora murmurou enquanto saía de casa, conferindo no celular que eram exatamente sete e meia da manhã.

       Ela caminhou até o centro do jardim e olhou para cima, observando o sol brilhante que protagonizava mais um dia de verão.

       A casa da família se localizava em um bairro nobre, praticamente no centro da cidade. Alguns dos vizinhos já estavam de pé também, a senhora que morava na casa em frente podava tranquilamente as roseiras e duas crianças estavam apostando uma corrida com suas bicicletas.

       Em um momento como aquele, Paige com certeza estaria acordando Liilith com um áudio bobo e uma foto que tirara do nascer do Sol — algo que fazia parte da rotina dela e acabou se tornando parte da rotina da cantora também — e então Lilith enviaria um áudio cantando uma canção de aniversário para ela.

       Lilith ainda guardava boa parte das fotos que a amiga costumava enviar.

       Ela respirou fundo e tentou manter a calma. Lembrar da garota ainda doía como o inferno.

 — Oi, filha. — Seu corpo saltou com o susto ao ouvir a voz de Jacob. Ela se virou para encará-lo e sorriu. — Dando bom dia para alguém especial?

 — Oi. Mamãe fez cappuccino hoje? — Perguntou ao aceitar a xícara de café que ele lhe ofereceu.

 — Tudo para mimar um pouco a filha mais velha. É exatamente o seu favorito.

       Lilith conseguiu sorrir mais abertamente dessa vez. Angelina e ela tinham gostos parecidos para muitas coisas, mas enquanto a jovem preferia cappuccino extraforte, sem açúcar ou adoçante, com creme e canela, até mesmo nos dias de verão, a mãe preferia chá gelado de maçã e menta.

Deixe-me te amar | Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora