CAPÍTULO 6 | Conta gotas

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Vamos deixá-los em chamas
Nós somos os pecadores e as bençãos.
Eu posso te ver, sei o que você está sentindo.
Então, deixe-me te contar o meu pequeno segredo:
Eu sou um pouco louca por baixo disso tudo.

 — Ava Max, So Am I

       Lilith Brooks já fora tachada de louca, doentia, descontrolada e todos os tipos de coisas ruins que uma pessoa poderia ser chamada

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       Lilith Brooks já fora tachada de louca, doentia, descontrolada e todos os tipos de coisas ruins que uma pessoa poderia ser chamada.

       Às vezes, simplesmente diziam que ela deveria ser trancada novamente em uma clínica psiquiátrica, sem nem mesmo se importarem em saber o motivo pelo qual ela esteve em uma aos treze anos.

       Sua mente costumava criar cenários fantasiosos, praticamente o tempo todo, quando estava desocupada. Ela preferia se apegar a essas falsas e idiotas realidades longe dos problemas, onde seu genitor não era um grande filho da puta foragido e ela não era a "garota problemática" da mídia, que sempre se afundava no álcool para tentar esquecer a vida miserável. Para tentar esquecer que estava fadada a ser exatamente como o maldito homem que ajudou para que ela fosse concebida.

       Lilith estava sóbria. E isso fazia com que uma voz, já baixa, sussurrasse o tempo inteiro em sua cabeça "Você está condenada a ser como o seu pai, Lilith". E não era uma voz qualquer, era como uma mistura das vozes de todas as pessoas que já lhe disseram aquilo. Ela sempre repetia para si mesma que Brandon não era seu pai, porque ela nunca aceitaria ter o mesmo sangue de um homem tão cruel. Odiava que a comparassem à ele. Se recusava a ser como ele.

       Mas, mesmo que ela negasse durante todos os dias de sua vida, o DNA de Brandon Adkins corria em seu sangue. E Lilith sentia que, se não encontrasse seu lugar no mundo, acabaria se tornando como aquele homem: vazia, solitária, com um buraco no peito, sem amor a ninguém. Afinal Brandon nunca amou nem mesmo a própria filha.

       Lilith estava há muito tempo se mantendo escondida em seu próprio inferno. Um calabouço no fundo do poço. Mas o passado parecia querer tirá-la de lá, apenas para a jogar mais fundo. E o maior medo da cantora era de que, um dia, ela não tivesse mais chances de escapar.

       E, bem, isso era tudo que rondava sua cabeça e a torturava, enquanto a garota organizava suas roupas no armário do quarto que fora destinado a ser seu, enquanto estivesse morando com os garotos.

      O que Peete prometeu ser por pouco tempo e Lilith estava se esforçando muito para acreditar nas palavras do empresário.

       Sempre que as merdas que ela fazia traziam suas consequências, esses pensamentos a atingiam como uma bala certeira.

 — Lili, eu vou até à casa da minha mãe, tem certeza de que não precisa de nada?

 — Andrew! — A garota revira os olhos, mesmo achando engraçada a forma como o amigo estava agindo. — Essa casa não é um labirinto, já sei o caminho principal, que é o da escada. Está tudo sob controle.

Deixe-me te amar | Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora