𝙸𝚅𝙰𝚁𝚂𝙴𝙽

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Dias Atuais...

Acelero pelas ruas quase desertas e sinto a adrenalina correndo pelas veias quando começo a fazer as curvas do leve planalto da região. Daqui de cima eu conseguia ver as luzes da cidade, se preparando para a noite.

A Devil's Night definitivamente ainda movimenta esse lugar. Já ouvi histórias de como era na época dos meus pais, e agora é a nossa vez de virar Thunder Bay de cabeça pra baixo.

O cara amarrado no meu porta-malas parece estar voltando à consciência e ouço alguns barulhos. Meus dedos giram o botão do painel gentilmente até a música estar tão alta que não consigo mais ouvi-lo.

A adrenalina percorre o meu corpo com a antecipação. Porra, eu me sinto vivo.

Dou o comando e o sistema do carro faz uma ligação. Um, dois, três toques. Atenda, seu merdinha, não há outra pessoa com quem eu faria isso.

— O que é? — finalmente a voz do meu primo ecoa pelo Porsche.

— Onde você está? — pergunto puxando um cigarro da carteira.

— Estou saindo, Ivar. Seja lá o que for... — ele começa mas eu o interrompo.

— Estou na frente da sua casa — estaciono em um canto escuro perto da mansão Mori.

Madden bufa e me xinga antes de desligar na minha cara. Mas ele está vindo de qualquer forma.

Giro a engrenagem do isqueiro com o polegar e acendo o cigarro, tragando antes de massagear as têmporas. O idiota lá atrás começou a se agitar, o que significa que vou ter que lidar com ele enquanto espero Mads.

Abro a porta do carro e bato com força, o que o faz ficar quieto por um instante. É, cara, você me irritou. Abro o bagageiro e ele se debate de forma patética. Arranco a mordaça que fiz com fita e ele grita.

Filho da puta.

Felizmente ele percebe que não é uma boa ideia quando meu punho atinge seu nariz e o sangue escorre pela bochecha. Algumas cinzas do cigarro preso entre meus dentes caem nele. E como não tenho muito tempo, decido que é suficiente. Colo a fita em sua boca novamente com um tapa que deixa a marca dos meus anéis na lateral do rosto e bato a porta.

Me recosto no carro terminando o cigarro e vejo quando Madden sai da casa caminhando até mim. Ele está usando as blusas de gola alta de sempre, mas o esquisito ganhou alguns músculos desde a última vez que o vi. Esfrego a bituca no asfalto com a sola dos meus tênis e entro no banco do motorista.

Madden também se senta sem dar qualquer sinal de suas emoções, se está puto comigo por mudar seus planos ou se nem liga.

— Vai me dizer pra onde vamos? — ele pergunta e ainda não sei identificar.

Sorrio.

— Vamos nos divertir um pouquinho, Mads.

— E depois dizem que eu sou o psicopata — Madden bufa uma risada e eu não posso deixar de sorrir também.

Acho que as pessoas tem medo dele desde que o garoto aprender a andar.

— Por isso que eu tinha que chamar você, priminho — provoco.

— Cara se você tá achando que eu vou matar o namorado da Indie para você, está muito enganado.

— O que? Não! Só vamos... dar um susto nele.

— Ainda bem, porque eu não faço mais isso — mas de que merda ele está falando?
Esquisito do caralho.

Mas ele continua sendo a pessoa que eu chamaria para me ajudar a esconder um corpo, e isso não tem nada a ver com a fama de psicopata dele.

O rosto do namorado de Indie começa a se mexer de leve então jogo uma máscara para Mads enquanto posiciono a minha. Ele pisca algumas vezes e percebe que agora está amarrado à uma cadeira.

— Bem vindo à Devil's Night, Jason.

Wind Bird | Devil's NightOnde histórias criam vida. Descubra agora