Ida para longe

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    Pedalava o mais rápido possível pela estrada de terra para chegar logo à casa de Deidara. Sua mochila balançava de um lado para o outro chacoalhando tudo que estava dentro. Estava muito animado para mostrar para o loiro a nova edição da revista em quadrinhos que acompanhavam desde o seu lançamento.

    Assim que chegou largou a bicicleta na entrada, que acabou caindo na grama, tirou os sapatos de qualquer jeito e os largou na porta da casa. Entrou gritando e chamando pelo loiro.

    — Tobi, porque você é sempre tão barulhento?!— Desceu a escada emburrado. Pelo pijama e cabelo bagunçado o moreno soube que ele estava dormindo.

    — Dormindo a essa hora, Senpai?— perguntou com tom de brincadeira.

    — Eu tive uma crise e fiquei cansado— as doenças dele não eram desconhecidas pelo Uchiha e ambos sabiam que o cansaço era devido às crises que tinha.

    — Mas agora não é hora de dormir— mudou rapidamente de assunto— Por que eu trouxe a revistinha nova de “debaixo dos olhares”— a pegou de dentro da sua mochila e a levantou como os personagens de alguns jogos faziam ao conseguir um item— Vem, vem, vamos ler!

    Se sentaram lado a lado no sofá e começaram sua leitura. A história do quadrinho seguia a protagonista, que era uma garotinha que tentava fugir de um laboratório secreto disfarçado de uma instituição de pesquisa onde o pai trabalhava e onde acabou ficando presa. Quando terminaram, Deidara estava com a cabeça apoiada no ombro de Obito.

    — Quem é aquele menino? E porque o capítulo terminou assim?! Preciso de respostas!— reclamou assim que o moreno fechou e deixou o quadrinho sobre o braço do sofá.

    — A gente vai ter que esperar até semana que vem pra ler mais e você ter suas respostas.

    — Que coisa chata!— cruzou os braços emburrado.

    — Que coisinha “masi” fofa “modeuso”— falou com a voz mais fina que o de costume. Apertou as bochechas do loiro, que acabou fazendo um beicinho. Deu um selinho rápido nele e saiu de perto antes de apanhar.

    — TOBI!!— gritou com o rosto avermelhado para o garoto que já estava à porta, o que fez o Uchiha rir.

    — Vem, Senpai. Vamos andar de bicicleta.

Deidara sempre ia na garupa visto que não podia pedalar por longas distâncias sem se cansar rapidamente e porque não tinha uma. Quando carregava o loiro, Obito pedalava mais devagar que o costume. Passaram pela estrada de terra levantando um pouco de poeira e, por esse motivo, Deidara segurava um pano sobre sua boca e nariz em direção a cidade. Pararam em uma padaria para comprar pães doces para comer ao chegar no lugar deles.

Se sentaram na grama de uma colina, o loiro com uma manta sobre seu colo pelo frio, e comeram seus pães. Obito pegou muitas flores laranjas e brancas que encontrou e as prendeu no cabelo de Deidara, que ficou relutante e reclamou no primeiro momento, mas, em seguida, aceitou. O moreno ficava andando e falando o tempo todo, e o loiro conversava com ele e às vezes brigava por alguma palhaçada do Uchiha.

Quando começou a entardecer, Obito levou Deidara de volta para a casa dele antes que ficasse mais frio. Do lado de fora da casa, o moreno deu um beijo na bochecha do loiro e saí pedalando em sequência, antes que a vergonha do menor passasse e ele acabasse brigando consigo.

Entrou feliz em sua casa, mas parou ao ver os pais junto de um homem que não conhecia e seu médico. A expressão da mulher era de alívio apesar das lágrimas em seu rosto e os homens estavam sérios. Se aproximou deles desconfiado, manteve distância do pai que estava fumando e perguntou o que estava acontecendo.

A uma carta de distância (Obidei - TobiDei)Onde histórias criam vida. Descubra agora