Capítulo 7: Crença

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Pela primeira vez desde seu retorno, Severus tinha uma estranha semelhança com seu antigo eu. Ele andava pelos corredores como uma grande ave de rapina, zombando de qualquer um que tivesse a infelicidade de cruzar seu caminho.

Claramente, a privação do sono tinha cobrado seu preço. Não ajudava que ele estivesse perigosamente no limite, seus músculos doendo de tensão. Claro, ele teria preferido descontar suas frustrações no autor dessas acrobacias recentes, mas até que essa pessoa fosse encontrada...

"Ah, Severus," Minerva disse enquanto entrava na sala dos professores. "Nós estávamos imaginando quando você apareceria."

"Minhas desculpas. Houve um... incidente que precisou da minha atenção."

"Tem alguma coisa a ver com o Sr. Wiggins?" perguntou Flitwick. "Acabei de vê-lo saindo das masmorras - o pobre garoto parecia bastante traumatizado."

"Sim, bem, eu não tolero descuido, especialmente quando se está manuseando ingredientes potencialmente perigosos."

"O que ele fez..."

"Chega," Minerva interrompeu. "Vamos convocar esta reunião, certo?"

Encontrando um assento perto dos fundos, Severus fingiu ouvir enquanto ela dispensava seus afazeres habituais. Ele fez um pedido de suprimentos de Poções, quase cochilando quando Rolanda começou uma longa explicação sobre a necessidade de novos uniformes de Quadribol. Realmente, ele não via por que ele tinha que estar aqui. Ele poderia ter preparado uma lista e enviado direto para o escritório de Minerva, sem necessidade de se sentar com todas as coisas mundanas...

"Agora que isso está resolvido, eu gostaria de falar sobre Hermione Granger. Suponho que todos vocês ouviram sobre o incidente na biblioteca?"

"Biblioteca?" ele repetiu, levantando uma sobrancelha.

"Oh, você não estava no café da manhã, estava? Sério, Severus, você deveria deixar as masmorras com mais frequência."

Ele revirou os olhos, decidindo não lembrá-la de que seu escritório, sala de aula e aposentos estavam todos localizados lá embaixo. "O que aconteceu?"

"A senhorita Granger rasgou um monte de livros", disse Flitwick. "Irma ficou furiosa."

"Impossível."

"Eu teria pensado assim também", disse Minerva, "mas não poderia ter sido qualquer outra pessoa."

Severus balançou a cabeça, lembrando-se dos livros que Hermione trouxe para o São Mungo. Ela os tratou como tesouros inestimáveis, parecendo esquecer que não eram nada mais do que tinta e pergaminho.

"Impossível", ele repetiu. "Aquela garota preferiria cortar um de seus próprios membros."

"Severus, ela admitiu isso."

"De fato? O que ela disse?"

"Ela insistiu que não tinha feito isso de propósito. Jurou que devia ter sido Confundida."

"Bem, isso faz muito mais sentido."

Minerva balançou a cabeça. "De acordo com Irma, não havia mais ninguém na biblioteca. Severus, você sabe como ela é vigilante – você realmente acha que ela não teria visto alguém entrar?"

"A senhorita Granger estava sozinha em seu quarto na outra noite também," Flitwick apontou. "Não conseguimos encontrar um pingo de evidência para provar o contrário."

"Exatamente", disse Minerva. "Eu não acredito que ela esteja fazendo isso intencionalmente, embora pareça que sua imaginação está levando a melhor sobre ela."

Non Omnis Moriar | SevmioneOnde histórias criam vida. Descubra agora