Capítulo 33: Limites

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"E agora, Professor Snape? Devemos checar os andares superiores de novo?"

Severus girou nos calcanhares, resistindo à vontade de fazer uma careta para o funcionário do Ministério. Eles já haviam patrulhado esses andares três vezes, não rendendo nada além de um único coelhinho de poeira que ainda se agarrava às vestes do homem.

"Masmorras", disse ele, desejando um ambiente mais escuro. A luz do sol da tarde estava cegando, sua cabeça latejando de tanto estresse e muito pouco sono.

Eles verificaram as cozinhas, seguidas pelas salas e dormitórios da Lufa-Lufa e da Sonserina. O armário de suprimentos, seu escritório, a sala de Poções...

"Não parece diferente."

"Obviamente," ele disse, imaginando se ele teria problemas por enfeitiçar o tolo. Em vez disso, ele ergueu a varinha, apontando para o espaço vazio.

"Homenum Revelio."

Sem sentido. Supondo que fosse Ashwood, o garoto era esperto demais para cair em um truque tão previsível. Ele ficaria bem fora do alcance de qualquer feitiço revelador, esperando seu tempo até que outra vítima pudesse ser pega de surpresa.

"Voltar lá para cima, então?"

"Primeiro andar", disse ele. "Começando pela Ala Hospitalar."

10 minutos depois, ele se sentiu um pouco melhor, ajudado por um dos tratamentos de dor de cabeça de Poppy. Eles seguiram em direção ao Salão Principal, encontrando o grupo de Hagrid na Entrada da Frente.

"O que é isso?" Severus disse, perturbado pela aparência do homem maior. "Encontrou  alguma coisa?"

Hagrid tinha um olhar brilhante, quase febril em seus olhos, suas bochechas coradas. Ele assentiu, mostrando o que só poderia ser descrito como um sorriso de comedor de merda.

"Bem? Diga."

"Não é algo. Alguém... erm, vários alguém."

Com isso, Hagrid abriu as portas, executando uma pequena reverência peculiar. Um por um, eles entraram no castelo, alheios ao crescente horror de Severus.

"Apareceu bem na hora, não foi? Sim, eu deveria ter reconhecido vocês três..."

"Quatro."

"Certo, senhorita Weasley. Desculpe, não a vi lá."

"Harry Potter?!" Um dos funcionários do Ministério engasgou. "Eu sempre quis conhecer..."

"Não," Severus disse, sua voz cortando o barulho. "Absolutamente não."

"Sv... Professor Snape," Hermione disse baixinho. "Viemos para ajudar."

Ele não conseguia olhar para ela, com medo de perder sua determinação. Todas aquelas semanas sozinho, desejando ver seu rosto, ouvir sua voz...

"Fora de questão", ele retrucou. "'Hagrid?"

"Sim, professor?"

"Escolte-os de volta aos portões."

Ele girou nos calcanhares, dirigindo-se para as escadas. Levou um minuto para ele perceber que nenhum deles se moveu, o ar espesso com desafio silencioso.

"Você não me ouviu? Eu disse..."

"Por que mandá-los embora? Todos eles são lutadores capazes, e eles têm muita experiência com Comensais da Morte e afins. Mais do que qualquer um de nós, na verdade."

"Fale por si mesmo," Severus disse amargamente, encarando o funcionário do Ministério.

"Claro, professor. Eu não estava me referindo a você."

Non Omnis Moriar | SevmioneOnde histórias criam vida. Descubra agora