Capítulo: 34°

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Anahí

Abro meus olhos ainda com um pouco de dificuldade, e de repente vem o famoso choque da realidade. Eu não estava com o Poncho, eu estava novamente na prisão. Que infelizmente não posso chamar de casa, me levanto ainda com o corpo trêmulo por conta do susto, e tento assimilar as coisas. E poxa, eu realmente estou lascada, as janelas do meu quarto foram fechadas com madeira, a porta foi mudada para uma de ferro. As chaves, agora são substituídas por  senha digital

Bastou eu fugir desse lugar e tudo mudar, ele realmente pensou em cada detalhe. Para eu não ir embora, a parte boa se é assim que posso chamar. Ele não rasgou a foto da minha família e nem jogou meu diário fora, isso é um ponto positivo. Pois assim não será tanta tortura, pelo menos terei tempo o suficiente para escrever tudo que passa nesse inferno, quem sabe um dia poderei publicar " Relatos da minha história", vivendo com uma família machista e tóxica no islã

A realidade dói, dói muito. Realmente a vida não é um conto de fadas, e se foi... Foi por uns dias, não sinto arrependimento pelas minhas escolhas. Sinto orgulho em ser a primeira mulher a tomar sua própria decisão, sei que joguei minha sorte no vento. Talvez nunca minha família me perdoe, mas nada importa agora. Estou presa de mim e de todos e do mundo, que vazio eu sinto na minha alma. Como pude me arriscar tanto? Por bobagem? Eu poderia muito bem resolver nossas indiferenças conversando feitos dois adultos, mas a atitude que tive foi de uma adolescente. Que ameaça fugir de casa, quando os pais dão um " Não"

A mulçumana [ Ponny ] [ Finalizada]Onde histórias criam vida. Descubra agora