Dragões Foram Feitos Para O Céu

Capítulo 3: Humano cruel

BANG!

Acordo assustada pelo auto estrondo de algo pesado batendo contra algo metálico.

Apesar de ainda não conseguir enxergar, meus outros sentidos eram muito mais aguçados que os de um humano.

Notei que uma das criaturas (que assumi serem dragões também) mantinha algo fino e largo sobre meu corpo, como uma asa, me mantendo próxima ao seu corpo.

Logo em seguida notei que não havia mais vozes humanas conversando. Apenas um cheiro nojento muito próximo de onde eu estava.

Os dragões ao meu redor pareciam muito tensos. Eu conseguia sentí-los protetoramente ao meu redor. Eu estava confusa, o que havia acontecido enquanto eu dormia?

Solucei de susto quando uma voz humana muito próxima a mim começou a gritar com os dragões. Eles por sua vez ficaram mais tensos.

E o dragão que me mantinha debaixo de sua asa começou a rosnar para o humano.

O humano riu de algo disse mais algumas palavras e então...

BANG!

Algo novamente bate pesadamente contra algo metálico, me fazendo começar choramingar, assustada.

Me encolhi contra o dragão que me protegia e seti meu corpo tremendo e coração acelerado.

O outro dragão notou também meu estado e murmurou para os outros.

- Esse humano está assustando muito ela, sinto-a tremendo. Se isso continuar assim ela pode ficar doente por causa de tanto estresse mental repentino.

Por alguns segundos só se teve silêncio antes de todos os dragões ali começar a insultar os humanos.

-O-o.... o que e-está acontecendo?

Perguntei ao dragão que me mantinha sob sua asa.

- Esses caçadores humanos estúpidos querem te tirar daqui e te levar para outro lugar, mas nós vamos protegê-la pequenina.

Eram caçadores? Achei que eram bons humanos. Mas eu estava confusa, se esses dragões não querem me entregar aos caçadores por quê simplesmente não voamos para longe?

-por que não fugir?

Perguntei um pouco mais calma.

Dessa vez outra voz respondeu:

-Não podemos, estamos presos em uma gaiola de algum tipo de metal a prova de fogo de dragão. E há muitos humanos armados ao redor.

O humano grita novamente. Dessa vez de forma mais alta, mas não em nossa direção, mas para algum lugar na direção oposta.

Ouço alguém gritar-lhe em resposta e logo em seguida eu escuto dezenas de pares de pés correndo em nossa direção. O caçador resmunga algo para nossa direção e em seguida apre a gaiola ruidosamente.

Por que o caçador fez isso? Com a gaiola aberta nós poderíamos fugir. Ele era estúpido ou algo semelhante?

Mas daí eu lembrei, dos inúmeros humanos que antes corriam em nossa direção. Nesse momento eles provavelmente estavam rodeando a gaiola, cheios de armas afiadas e venenosas.

Uma voz humana se destaca da multidão, era uma voz gave e potente, carregando autoridade em cada uma de suas inteligíveis palavras.

Assim que este humano começou a falar todos os outros se calaram.

Ouvi seus passos pesados se aproximarem da gaiola aberta. Quanto mais ele se aproximava mais forte eu conseguia sentir o cheiro de medo vindo dos dragões.

O dragão que me protegia com sua asa tremia e quanto mais próximo os passos mas ele nos fazia recuar.

O humano para poucos metros a minha frente, sinto a pressão de seu olhar sobre mim e inconscientemente choramingo, com medo.

Seus olhos saem de mim por um momento e ele diz algumas palavras de forma autoritária. Sinto a asa do dragão saindo de cima de mim e ele se afasta.

- me desculpe.

Ele murmura para mim se afastando. O humano volta a me olhar e começa a se aproximar de mim.

Assustada eu recuo mais e mais a cada passo que ele dá, até que sinto minha cauda tocar algo compacto e gélido.

Era o fim, o humano continuava a se aproximar e não tinha mais para onde recuar.

Tentei correr para onde antes eu ouvi ser a entrada da gaiola, mas foi em vão. Algo cai pesadamente contra minha asa esquerda, me machucando e me prendendo no chão.

O humano solta uma risada cruel, e então a coisa pesada sobre minha asa a aperta com mais força contra o chão e se meche bruscamente de um lado para o outro.

Grito de dor, sentia minha asa sendo a arranhada e alguns ossos da minha asa estalando dolorosamente.

Eu notei não era um objeto que prendia minha asa esquerda contra o chão, mas sim o pé daquele humano.