When we were Young - Romione

A hora do sim

Dois anos depois

Descendo do avião, Hermione pensava no quanto a vida era engraçada, e em como as melhores decisões às vezes eram as impulsivas. Ela sabia que Ron tomaria um susto ao vê-la, mas simplesmente não conseguia mais encontrar em Boston a sensação de lar.

Doía largar as alunas do balé, mas elas em breve teriam outra professora. Quanto  à companhia, ela tinha certeza que a companhia conseguiria sobreviver à abertura de uma filial em Nashville, e confiava nas sócias o suficiente para deixá-las comandar a sede.

Ela continuaria a ir a cidade quando fosse necessário, mas moraria  Nashville. Ali estava seus pais, sua melhor amiga, sua afilhada e seu amor. As pessoas indispensáveis da sua vida estavam longe demais a maior parte do tempo. E por mais que ligações de vídeo ajudassem, a morena sentia que precisava deles no dia a dia.

Ao sentar no banco de trás do táxi e dizer o endereço da mãe, ela se permitiu relaxar, e até deixar cair algumas lágrimas, que já não sabia se tratarem de saudade de Boston ou alívio por estar novamente em casa.

No caminho, respondeu algumas mensagens de Ron, que como toda sexta feira a noite tinha apresentações pela cidade, desejando boa sorte, e casualmente fazendo que ele lhe dissesse onde se apresentaria. É claro que depois de conversar com a mãe se arrumaria e iria surpreender Ron na casa de shows.

– Pronto, senhorita. São 20 dólares.

Hermione pagou e suspirou, aguardando enquanto o motorista tirava as várias malas do carro e empilhava na porta dos Granger. O homem saiu, e Hermione encarou a porta alguns segundos até finalmente ter coragem de tocar a campainha.

Sra Granger abriu a porta e seus olhos se arregalaram, dando um gritinho e correndo a abraçar a filha. Adorava quando ela fazia visitas surpresas. Mas isso era totalmente inesperado, afinal, não havia nenhum feriado próximo ou evento especial. Assim, após um abraço apertado e de sussurrar o quanto estava feliz em vê-la, Louise Granger se afastou e ergueu uma sobrancelha.

– Mas Hermione, por que tanta mala pra passar só o fim de semana?

Mione mordeu os lábios, nervosa e suspirou.

– Podemos conversar lá dentro?

– Claro.– a mulher respondeu, ainda mais desconfiada, mas ajudou a filha a colocar todas as malas no quarto.

Ao terminarem, a Sra Granger cruzou os braços e se sentou na cama, olhando pra filha.

– Você não veio passear, veio? Você resolveu largar tudo em Boston e voltar pra casa, acertei?

A boca de Hermione caiu.

– C-como?

– Ora, menina, está escrito no seu olhar nostálgico e ansioso. E estou certa em supor também que Ron sequer desconfia?

Mione se sentou ao lado da mãe e pôs a cabeça nos ombros dela.

– Eu só não conseguia mais me sentir em casa, mãe. É claro que enquanto eu trabalhava me distraia um pouco da solidão, mas as noites eram terríveis, e os fins de semana então... Nashville é meu lar, sempre foi, e eu tenho duas sócias perfeitamente capazes de administrar a nossa companhia de advocacia por lá, enquanto eu abro uma filial aqui e tomo conta da sede por videoconferências. Isso eu posso manejar. O que eu não posso mais manejar é ficar longe de vocês todos. Todo mundo que amo está aqui: você e papai, Ron, Luna, minha afilhada...

A Sra Granger assentiu e fez carinho na cabeça da filha.

– Eu te entendo, minha linda, e não poderia estar mais feliz com sua decisão. Seu noivo vai ficar nas nuvens... assim como nós todos.