When we were Young - Romione

A virada de chave

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Nota da autora:
Oi! Pra quem não me conhece por aqui ainda meu nome é Luma e eu sou uma das pessoas mais apaixonadas por Romione. Há algum tempo não publicava nenhuma história desse casal, então quando vi o projeto Dezembro Romione não pude deixar a oportunidade passar( meus agradecimentos às idealizadoras)
Espero que gostem!
Esta história terá PROVAVELMENTE dez capítulos, e o primeiro é agora. Boa leitura!

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When we were young

Cambridge, Janeiro 2022

Ronald apertou a mão na buzina na tentativa de descontar sua frustração. Ele sequer sabia o que estava o frustrando, mas vinha se sentido cada vez mais irritado e sem motivação para trabalhar.  O congestionamento apenas era um atalho para a primeira das várias explosões de fúria diárias que costumava experimentar.

Soltando um longo suspiro, passou a mão pela barba por fazer e riu amargamente com a lembrança dele jovem, cantando alegremente no meio dos congestionamentos em Nashville na companhia da namorada, e criticando os “engravatados nervosinhos” que buzinavam como se isso fizesse o trânsito andar mais rápido. Àquela época, jamais poderia imaginar que se tornaria um deles.

A mudança para a Inglaterra havia tirado tudo dele. O curso de música nunca recebeu sua matrícula, seu grande amor nunca havia ouvido um último adeus, seus sonhos nunca saíram do papel. Mas como dizer não à família? Como dar as costas à empresa? Não, ele não poderia ter feito nada para evitar o giro de 360 graus que todos sofreram ao receberem a proposta de fusão com a maior agência de publicidade da Europa os salvando da falência.

Agora, quinze anos depois, a Weasley Advertising and Marketing era líder no mercado inglês, ele havia se formado em Marketing na universidade de Cambridge, e era o dono da filial de Cambridge. Os outros seis irmãos, eram donos das filiais de Londres, Manchester,  Liverpool, Bristol, Greenwich e Glastonbury. O pai, era o presidente da empresa, e ficava em Londres, onde a mansão Weasley reunia os sete filhos todos os fins de semana. Mas Ronald não era mais feliz já há algum tempo.

Havia chegado, recentemente, aos 33 anos, e a percepção de que nem o sonho de ser pai poderia realizar porque a esposa não aceitava, o desanimara muito. Seu casamento de cinco anos estava em ruínas e ele não sabia nem se esforçava para saber como salvá-lo, nem tampouco estava disposto a iniciar um divórcio, de modo que ele passara apenas a tolerar a esposa, convivendo civilizadamente com ela. Não tinha prazer nenhum com ela, e definitivamente não havia mais prazer no trabalho, onde a pressão de comandar 50 funcionários o tornara um chefe detestável e temido, rodeado por puxa-sacos que provavelmente falavam mal dele tão logo virava as costas.

A sensação que Ron tinha era que estava apenas existindo, apenas sobrevivendo, não vivendo. E isso o fazia ter vergonha de si mesmo. Ele sentia que precisava mudar, mas tinha medo das consequências.

Foi com tédio que dirigiu o carro até o prédio com uma enorme placa com os dizeres “Weasley’s Advertising and Marketing”. Andou silenciosamente do estacionamento ao elevador, ignorando os cumprimentos de bom dia dos funcionários. Ao sair do elevador no último andar, reparou que os sorrisos se apagaram do rosto de seus funcionários, que subitamente voltaram ao seus lugares e o cumprimentaram com seriedade.

“Quem diabos eu me tornei? Meus funcionários têm medo de mim! Eu sou um monstro!”, pensou aborrecido, enquanto fechava a porta e se afundava na cadeira giratória. Nem o estofado importado conseguiu lhe oferecer conforto aquela manhã. Parecia estar sentado numa tábua de pregos, visto que levantava a cada 10 minutos apenas para dar voltas dentro do escritório.

Obviamente, a manhã não fora nada produtiva, pois não tinha lido nem assinado metade dos papéis acima da sua mesa. Sua mente ia e voltava do passado ao presente, e os arrependimentos pipocavam.