Capitulo 07

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Naruto conduzia Hinata para fora do bar quando uma garota o abordou
segurando uma prancheta, perguntando se, na feliz circunstância, estaria preparado para endossar um testemunho para a sua agência.

— Não assino meu nome em nada sem ler as letras miúdas — retrucou,
tentando apressar Hinata rumo à porta. Apanhou o panfleto assim mesmo e
colocou-o no bolso. — Estudarei isso depois, além de descobrir exatamente
o que a sua agência pede para as pessoas assinarem.

A garota pareceu querê-lo de volta. Ele não a culpou. Hinata percebeu o
incidente, mas ainda estava tonta. Era difícil pensar em qualquer coisa tendo
o braço de Naruto nos ombros. E com o beijo maravilhoso dele gravado em
seus lábios para sempre era impossível. Talvez ela nunca mais pensasse
direito. Entretanto, assim não ganharia a bolsa, concluiu Hina5a, afastando
logo essa idéia da cabeça.

— Tudo bem? — indagou Naruto.
— Tudo ótimo. Obrigada por me salvar.

Quando chegaram na saída, dois representantes da agência de speed dating quase deram um esbarrão, na pressa de abrir aporta. Naruto encarou-os e, então, ele mesmo abriu a porta para Hinata. Havia algo nele, mesmo sem a peruca e a beca, que incutia medo no coração de qualquer transgressor, incluindo ela própria!

— Se isso significa que estou acabada, prefiro que me conte logo — pediu
Hinata, tentando acompanhar os passos dele a caminho do apartamento.
— Conversaremos sobre isso mais tarde. Agora é mais importante tirar você da chuva. — Enlaçando-a com o braço, desacelerou a marcha.
— Naruto, sinto muito por tirar você de casa numa noite assim. Eu só
estava...
— Tentando fisgar um homem num bar?
— Não foi nada disso.
— Então o que foi, Hinata?
— Eu não faria nada que comprometesse a idoneidade do fórum.
— Você só pensa em trabalho? E quanto à sua reputação?

A iluminação da rua refletia nos olhos dele, tornando-os mais ardentes.

Aquele olhar deixou-a paralisada.

— Naruto, eu...
— Naruto? Acha que tenho todas as respostas? Ou pensa que a bolsa vai
preencher o seu vazio interior? Você faz alguma idéia do que espera da vida,
Hinata?

Fitou-o surpresa.

— Não, acho que não.

Quando Naruto a abraçou com força, Hinata aconchegou-se nele, aliviada
porque, embora zangado, ele não pretendia abandoná-la ao destino. Era
importante manter viva a esperança de conseguir a bolsa, mas, por enquanto,
era bom aninhar-se nele, e ela aproveitaria o máximo possível. Mesmo
naquele frio congelante, os lábios ainda ardiam por causa do beijo. E todas
as partes que as mãos dele tocaram, seguraram ou acariciaram, traziam
pequenas marcas de força, calor e proteção. Ela estava sonhando de novo,
talvez, mas era um sonho que não a magoaria.

Quando chegaram em casa, Naruto deu-lhe instruções rigorosas para
despir-se no corredor. E posar nua? Espiando o próprio reflexo no espelho,
Hinata descartou essa hipótese. Ouviu Naruto enchendo a banheira e, após
recolher as roupas úmidas no chão, pendurou a jaqueta nos ombros.

— Não mandei você tirar a roupa? — disse ele, mal olhando para Hinata.
— Eu estou sem roupa... por baixo...

Reação zero. A promessa daquele beijo no bar arrefeceu, deixando Naruto
um pouco mais carrancudo, e nada interessado em levá-la para a cama. Não mais do que antes. Não era desejo que palpitava dentro dela, era algo mais, compreendeu, apavorada. A idéia de estar apaixonada por Naruto era mais ameaçadora do que uma simples desilusão amorosa, porque tornaria
impossível trabalhar com ele. E quanto à expectativa de ganhar a bolsa?

Direito de AmarOnde histórias criam vida. Descubra agora