Capitulo 8

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Entrar na casa sem ser notada, seria uma tarefa árdua, mas ela precisava tentar... Sua cabeça rodava com tantos acontecimentos recentes e sabia que, se Rose ou Finn a vissem chegar a esta hora, a interrogariam, e ela não estava com cabeça para isso. A porta da frente daria muito na cara, além de ser extremamente barulhenta, teria mais chances se entrasse pela porta dos fundos, a que dava direto na cozinha.

Antes de enfiar sua chave na fechadura para abrir a porta consultou a hora no celular, 5:45 da manhã, Rose ainda devia estar dormindo, ela normalmente só se levantava às 6:20, se tivesse sorte, conseguiria entrar na casa, correr para seu quarto, colocar seu pijama e se enfiar debaixo dos cobertores em sua cama, sem que eles notassem a hora, talvez ela mandasse uma mensagem à Leia falando que não iria trabalhar naquele dia...

Sabia que mais cedo ou mais tarde teria que encarar Ben Solo, mas primeiro precisava   colocar todos esses pensamentos conflituosos no lugar.

Enfiando a chave na fechadura de forma vagarosa, pedia a todos as entidades que conseguia lembrar, não que fosse tão religiosa assim, para que a porta não fizesse barulho, girou a chave duas vezes, levando a mão à maçaneta, a rodando o mais vagarosamente possível, empurrando a porta pesada de madeira que dava na cozinha da casa onde vinha morando nos últimos tempos.

Se lançou para dentro de casa o mais rápido que conseguiu, trancando a porta novamente, estava pronta para passar pelo hall que dava nas escadas para o andar de cima quando ouviu o limpar de garganta vindo diretamente da sala.

Rey respirou fundo, uma, duas, três vezes, antes de virar e encarar uma Rose de pijamas que encontrava-se sentada em um dos sofás da sala. Ela estava pronta para ouvir o sermão da amiga, mas naquele exato momento, na segurança da casa que ela estava aprendendo a chamar de lar, a mulher se permitiu deixar levar por toda a confusão que estava afligindo sua mente e deixou as primeiras lágrimas verterem por seus olhos, a partir daí, não levou mais que alguns segundos para que a torrente de sentimentos fizesse um choro compulsivo tomar seu ser.

Rose se colocou em pé em uma salto e correu para amparar a amiga que parecia perder as forças conforme as lágrimas deixavam seu ser, a mulher mais baixa puxou Rey para um abraço apertado e passou a niná-la em seus braços, levou uma das mãos às costas dela, iniciando uma carícia quase maternal, notando que aos poucos a amiga começava a se acalmar.

-Shiiii... Está tudo bem, Reyzinha, eu estou aqui... respira amiga...- Rose sussurrou as palavras ao ouvido da outra mulher.- Eu estou aqui... Pode me contar o que aconteceu...

Rey fungou algumas  vezes antes de se afastar do abraço apertado que a consolava e simplesmente respondeu:

-Eu... eu preciso de um banho...

-Claro, querida, eu te levo até seu quarto...- Rose se afastou entrelaçando seus dedos com os da amiga e puxou escada acima, a levando diretamente para o banheiro do quarto que ela vinha ocupando.

Rey entrou no cômodo e começou a tirar a roupa vagarosamente, nem ao menos se preocupando com o fato de que Rose continuava lá, parada à porta, uma a uma, as peças caiam, ainda vestida com sua lingerie, ela foi até o registro dentro do box e ligou o chuveiro, deixando a água começar a esquentar.

Notando o quanto Rey parecia perdida em seus próprios pensamentos, Rose se fez notar:

-Rey... se você não quiser conversar, não tem problema, eu a deixarei em paz, mas eu... eu só preciso saber... Ele fez algo? – a preocupação e raiva eram evidentes no tom da mulher.

Rey somente balançou a cabeça negando, ainda cabisbaixa ela levou as mãos ao sutiã o tirando como a última peça e se colocou dentro do box se enfiando debaixo da ducha quente. Mesmo não estando satisfeita com a resposta da amiga, Rose achou melhor dar espaço a ela, estava para pronta para sair do cômodo quando ouviu a voz de Rey a chamando.

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