Capítulo 2.

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A manhã começara como de costume, ele abriu os olhos despertos antes mesmo do alarme de seu celular tocar, se espreguiçou e sem muita enrolação saiu do aconchego de sua cama, ele era assim, desde de pequeno na verdade, nunca fora uma pessoa que gostava de procrastinar, se tinha algo a fazer, ia lá e fazia, sem muitas delongas.

Na verdade, tinha certeza de que puxara isso do lado de Leia da família, afinal, Han sempre fora o tipo de pessoa que mais enrolava do que fazia algo de fato.
Sua rotina seguiu como de costume, tomou banho, fez sua higiene pessoal, se trocou e saiu de seu quarto bem na hora que seu celular despertou.
Com um toque rápido desligou o alarme, guardando o celular em seu bolso, seguindo diretamente para a cozinha, sendo prontamente recebido pelas duas bolas de pelo de sua mãe.
- Fiquem quietos, meninos, vocês irão acordar o Ben... – mulher que fazia algo à pia, de costas para a porta por onde ele entrava, repreendeu os dois cachorros, se virando e dando de cara com o filho. – Ah... você já está acordado...
-Bom dia, Mãe...- o Rapaz se aproximou dela a abraçando e depositando um beijo em sua bochecha antes de seguir para a mesa.
- Bom dia, filho.- Leia retribuiu o cumprimento e se aproximou da mesa, as mãos traziam um prato com torradas e ovos mexidos, que depositou diretamente à sua frente. – Você prefere suco de laranja ou chá com leite?
- Tem café preto?
-Café? ​É claro que tem café, seu pai só toma café... e você herdou esse maldito mau gosto dele.- A mulher reclamou enquanto se virava e servia uma grande caneca de café fumegante ao filho.
- Obrigada mãe... – Ben respondeu rindo, afinal, a mãe e o pai estavam separados há mais de um ano, mas ela continuava a fazer as vontades dele.
Ben comeu rapidamente, se levantando e lavando as louças que havia utilizado, mesmo sua mãe protestando que ele não precisava fazer isso.
Com mais um beijo no rosto da senhora, o rapaz se virou pegando seu casaco e seguindo para a porta dos fundos, com os dois pestinhas peludos a seu encalço.
Ele mal abriu a porta e ambos passaram por suas pernas correndo em direção ao pequeno jardim, onde ambos davam voltinhas e faziam suas necessidades, Ben olhou aquilo com desaprovação, as pequenas bolas de pelo tinha seu "banheiro" dentro da casa, mas faziam questão de emporcalhar o jardim, parecia que faziam aquilo de propósito, só porque sabiam que era ele que teria que limpar.
Mas ele se preocuparia com aquilo mais tarde, agora o que ele precisava fazer era abrir o prédio da editora e começar seu maçante trabalho.
Estava ocupado checando os estoques quando ouviu o barulho das portas de correr sendo abertas, olhou através das janelas e viu a cabeça ruiva de Hux que abria as portas antes de começar seu trabalho com a impressão dos livros, sabia que não tardaria para que Leia surgisse no galpão para começar seu trabalho com as capas de couro pintadas a mão. Ele já havia tentado convencer a mãe a contratar outra pessoa para fazer está parte do serviço, afinal, não era difícil ouvir a mulher reclamar das dores nas costas e nas mãos no final do expediente, mas ela sabia ser cabeça dura, igual a ele, na verdade.
O resto de expediente seguiu normal, Jyn e Cassian entravam mais tarde às terças, algo relacionado a consultas em um clínica de fertilidade, mas isso não atrapalhava o trabalho de fato.
Quase no fim da tarde ele saiu do pequeno escritório e foi ajudar a mãe, ele era o único que ela deixava ajudá-la, segundo ela, ele possuía mãos firmes, o que ajudava a fazer todo o trabalho manual sem borrar o couro.
Já anoitecia quando ele acabou de fechar todo o galpão, ele podia ouvir a voz exaltada de Leia e Han vindo da cozinha, mas esta noite ele não estava com cabeça para ficar no escritório, além do mais, havia esquecido seu notebook em seu quarto.
Não precisava tentar disfarçar, sabia que quando Han e Leia começavam a brigar, nada os parava, então ele simplesmente entrou pela porta da cozinha, seguindo para o Hall de entrada, onde pegou as guias de Artoo e Threeo, que surgiram como magica ao seu lado, ele sabia que os animais também não gostavam das brigas, ele prendeu as guias às coleiras dos dois, pegou suas chaves e saiu porta a fora.
Ele poderia cortar caminho através do barracão, a outra entrada dele, dava diretamente à frente do parque de cães, mas ele queria demorar o máximo possível, por isso revolveu sair pela frente e dar a volta pelo quarteirão.
Teria seguido seu caminho sem prestar atenção a nada em volta, mas o agudo latido de um cãozinho que parecia extremamente feliz pela chegada de alguém chamou a atenção de seus cães, que tentaram inutilmente correr em direção ao outro lado da rua, o que acabou chamando sua atenção, para as duas moças que saiam de um carro recém parado, uma delas ele lembrava ser uma de suas vizinhas, uma moça que mudara há pouco menos de um ano juntamente com o marido, sua mãe os havia apresentado, mas ele não conseguia lembrar de seus nomes. Mas a outra mulher, ele não a conhecia, nunca havia visto por ali, ele se lembraria, ela era uma mulher bonita, mas parecia ter os olhos mais tristes que ele já havia visto na vida, mesmo quando ela sorriu ao abraçar um rapaz que saíra da casa para ajudá-las com a mala, o sorriso não alcançava seus olhos.
Quando sentiu os dois cachorros puxarem, pareciam impacientes para seguir seu caminho, ele resolveu seguir adiante, mas em sua mente os belos olhos castanhos tristes permaneciam gravados em seus pensamentos...

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Até quarta-feira que vem, com um novo capito!

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