Hector duvida das palavras que acabara de ouvir, Aggelos o mensageiro, acabara de lhe dizer que seu pai estava morto.
-Não, Não pode ser verdade.
-Queria eu poder dizer isso senhor, Mas... Venâncio faleceu ontem durante a madrugada.
Hector não consegue olhar para Aggelos, não sentia raiva dele, mas trouxera a triste noticia, e Hector temia que se o encarasse novamente descontaria nele toda sua, Raiva, misturada com Tristeza e culpa.
Hector sempre esteve junto com seu pai, como nunca conhecera sua mãe, seu pai fez ambos papeis durante a infância de Hector. Não se arrependia de nada que tivesse feito junto de Venâncio, mas não estava lá quando partiu, não esteve do seu lado quando seu pai mais precisou.
(Quando criança Hector nunca teve curiosidade sobre sua mãe, mas conforme cresceu seu pai um dia teve que lhe responder, uma pergunta simples, mas complicada, Quem é minha mãe? Venâncio simplesmente disse que sua mãe havia partido, e Hector mesmo confuso não tornou a levar a tona o mistério).
Eis a verdadeira historia: Venâncio havia conhecido uma mulher, durante uma visita que tinham feito há uma cidadezinha perto de Avalor, chamada Bloem, ninguém sabia ao certo como havia surgido, mas Plinio, na época jovem rei, para demonstrar bondade deixou que ficassem naquele território, mesmo sem pagar nada há ele, pois não tinham tanto dinheiro. Ainda sim, Venâncio se apaixonou por uma mulher chamada Joana, e pretendia leva-la para o Westgard, dizia que faria dela Rainha, mas ela se recusava dizendo que não queria. Ambos continuaram assim e Venâncio visita a cidade com muita frequência, mesmo que ninguém soubesse. Algum tempo depois a noticia de que a cidade tinha sido destruída chegou ate Venâncio, que ficou arrasado e vasculhou toda a cidade em ruinas atrás dela, mas nenhum sinal. Bloem havia sido destruída por bárbaros, mas todos se perguntavam os motivos, já que seria arriscado atacar uma cidade perto de Avalor.
A resposta para tal pergunta veio ate Venâncio depois de quase um ano. Ele andava pelos jardins do palácio quando percebeu alguém correndo e se escondendo perto de algumas arvores, tentou seguir a pessoa fazendo o mínimo de barulho possível, conseguiu seguir por um tempo, então o perdeu de vista, indo mais há frente chegou perto de uma clareira nos jardins do fundo, onde percebeu algo no chão, uma espécie de embrulho, na verdade chegando mais perto percebeu que era uma criança, com menos de um ano, não chorava, e tinha uma mancha vermelha na bochecha.
Venâncio olhou em volta e na sua frente escondido na escuridão tinha uma pessoa.
-Quem é você? Pergunta Venâncio sem tocar na criança no chão, aquilo poderia irritar seja lá quem estivesse escondido.
A pessoa caminha mais a frente, e Venâncio percebe seu rosto vermelho e a pele um pouco branca, era um bárbaro.
-Quem é você? Pergunta Venâncio novamente enquanto tenta colocar a mão na espada sem que note.
-Cuide dele, e não me procure.
Era a voz de uma mulher, a única que Venâncio tinha amado, e por mais que se passassem anos ele não se esqueceria daquela voz.
Antes que pudesse se mover ela já tinha sumido, deixando somente o garoto, batizado com o nome de Hector já que a única coisa que carregava com ele era um papel meio amassado com tal nome.
Venâncio o tratou como filho, possivelmente era seu filho, ainda sim não precisava saber.
Na verdade Bloem era uma cidade para refugiados da floresta, desertores dos bárbaros, por isso a destruição chegou ate lá, por isso Joana não queria ir ate Westgard, não seria ela há levar a guerra ate o povo do Reino de Prata, claro que Venâncio descobriu isso, mas ninguém além dele sabia dessa historia, e por mais que fosse difícil explicar para todos o aparecimento de Hector como filho dele, nunca contou a ninguém a verdadeira origem de Joana, e com o tempo todos esqueceram o mistério acerca do nascimento do Príncipe.Horácio se aproxima de Hector e coloca a mão em seu ombro, tentando conforta-lo de forma sutil.
Uma única lagrima escorre pelo rosto de Hector, seu pai merecia mais do que os lamentos de um Príncipe, precisava ir ate Westgard, e honrar seu pai de todas as maneiras possíveis.
-Eu vou para Westgard... Diz Hector para Horácio enquanto entra no palácio deixando todos para trás, menos o rei que por mais que parecesse surpreso, acompanhava o ritmo dele.
-Sim, mas o que pretende fazer com os soldados de Plinio? Pergunta Horácio.
Hector para, fazendo com que Horácio quase trombe com ele.
-Mande Wilky comandar o exercito na volta para Avalor, aproveite e mande a mensagem através dele da fatalidade ocorrida com meu pai.
-Farei isso. Diz Horácio se retirando dali para deixar Hector sozinho.
Ele se dirige ate seu quarto para se arrumar, e lá cai de joelhos, chorando sozinho, o tempo que julga necessário, para conseguir levantar, e depois de pronto sair dali.
Horácio e Hector se encontrar há frente da escada perto da entrada do Palácio.
-Fiz como desejava. Wilky já partiu com os soldados de Avalor. Anuncia o Rei.
- Ótimo... Diz Hector.
-Aggelos e seus homens te esperam no portão, para partir. Diz Horácio.
-Obrigado.
-Não tem que agradecer.
-Pretende ir para Westgard? Pergunta Hector olhando para as roupas de Horácio.
-Parto junto com você.
-Não precisa fazer isso.
-Preciso sim, os conselheiros ficarão no comando durante minha saída, devo isso há Venâncio, e há você.
-Tudo bem então. Diz Hector baixo.
Ambos cavalgam ate os portões principais e junto com os soldados de Westgard e dez soldados de Eslavos, sugeridos pelo conselheiro Ermo, afim de que o Rei não fosse sozinho, partem em direção ao sul, rumo há Westgard.
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As crônicas Hectorianas
Teen FictionNinguém ao certo sabe como surgiram os grandes reinos, mas ainda sim sempre ouve historias... A lenda diz que há muito tempo, antes dos povos se espalharem pela terra, um Rei se ergueu e dominou sobre tudo e todos e o seu reino foi de paz durante mu...