Eles se reúnem no salão principal, Horácio, Baltazar, Elric, Dieus, Ermo e alguns soldados que estavam com eles, mais precisamente três, os outros, Baltazar tinha certeza de ter ouvido uma ordem de Horácio encarregando os de avisar algo para os guardas na muralha.
Todos escutam com atenção as palavras de Horácio, sem interrupções ele conta detalhes do que aconteceu em Westgard, deixando não só Baltazar preocupado como todos espantados com o ocorrido.
-Então não sabe o que aconteceu há Hector ou a Cesar? Pergunta Baltazar.
-Não, como disse Cesar deve estar protegido, não é certeza já que Inês não esta lá para impedir William de fazer mal ao irmão, agora Hector, não sei o que pode ter acontecido com ele.
-Isso é péssimo, quanto tempo acha que temos antes de Avalor nos atacar? Pergunta Elric.
-Não sei, se Hector não deter William, ele se torna Rei em sete dias, provavelmente esse será o nosso prazo. Diz Horácio.
-Temos que nos preparar. Diz um dos soldados que estava junto de Horácio.
-Sim temos que nos preparar, Wiglar. Diz Horácio.
-Ainda sim, como Horácio disse, se o plano realmente foi completado, se conseguiram incriminar Hector, e ele não deteve William, Westgard se torna submissa à Avalor, não temos chance contra duas potencias. Diz Dieus.
-Duvido que William, use desse beneficio tão rápido. Diz Horácio.
-Como assim? Pergunta Baltazar.
-Não somos uma cidade com muitos soldados, ele não precisaria de Westgard para nos destruir, provavelmente nossa batalha só será contra Avalor, e dessa vez sem ajuda de Westgard. Diz Horácio.
-Que seja. Diz Wiglar. Vamos lutar.
-Vamos lutar, temos sete dias, pela manha reúna todos os homens da cidade, notifique a iminente batalha, treine o que for possível, reúna todas as armas, e faça mais caso falte. Diz Horácio.
-Sim, senhor. Diz Wiglar se retirando junto de outros dois.
-Precisamos conversar mais sobre isso. Diz Elric.
-Não, hoje não. Diz Horácio se retirando e por mais que a vontade de para-lo era grande, Baltazar deixa com que vá, e sem olhar para trás Horácio some.
Aquela noite não seria fácil de dormir, sua mente não lhe deixava, com vários assuntos, com varias probabilidades em que pensar.
O que havia acontecido com Hector, será mesmo que Avalor atacaria Eslavos, ainda não era possível acreditar no que ouvira, pensa Baltazar, e ainda sentia vontade de conversar com Horácio sobre Helena, não sabia onde estava mais estava preocupado com ela.
Amanhece com sol, e por mais que tenha sido difícil dormir, e que tenha ficado varias horas acordado durante a noite, Baltazar não se sentia tão sonolento ou cansado pela manha. Levanta-se rápido, troca às vestes e desce para o salão principal onde encontra Elric sentado sozinho.
-Bom Dia. Diz Elric.
-Bom Dia. Responde Baltazar. – O que faz sozinho?
-Bom, Parece que a cidade esta agitada demais para parar alguns instantes como estou agora. Responde Elric.
-Desculpe, mas não vou lhe fazer companhia hoje, sabe onde está Horácio?
-Andei conversando com ele, na sala decorativa.
(Sala decorativa, era chamada assim principalmente por ser totalmente decorada a gosto do Rei, Horácio era fascinado por obras, e vasos, como já devem ter percebido, mas essa sala é onde guarda suas maiores “joias”, por isso batizada por ele de sala decorativa).
-Onde fica? Pergunta Baltazar.
-Aquela porta vire à direita, siga reto e depois à direita novamente. Diz Elric apontando para uma porta.
-Certo, ate. Diz Baltazar pegando uma maça e caminhando em direção à porta.
Ele passa por ela e encontra um corredor com dois lados, alguns quadros no espaço divisório entre uma janela e outra, segue pela direita como havia dito Elric, vira, e continua ate chegar ao fim onde se tem apenas uma porta. Totalmente lisa, não chamava atenção, e não tinha maçaneta na parte de fora.
Baltazar bate na porta.
-Horácio? Chama Baltazar. – Horácio?
Ninguém responde, mas logo começam mexendo na porta então Baltazar espera.
-Sim. Diz Horácio.
-Precisamos conversar. Diz Baltazar.
-Tudo bem, Entre.
A sala não era à toa chamada de decorativa, muitos quadros, espalhados de forma coerente nas paredes, alguns em branco encima de suportes no fim da sala, alguns vasos, mais precisamente quatro, um em cada canto, dois sofá brancos encostados um no outro, formando um L, uma mesinha de centro em cima de um tapete de lã vermelho, um armário grande na parede leste, sem contar dois candelabros de bronze em cada parede, devidamente afastado dos quadros, mas no momento apagado já que a iluminação partia de cima, entrando pelo teto de vidro reto.
-Nossa. Foi à única coisa que Baltazar conseguiu dizer depois de observar por alguns instantes tudo aquilo.
-Que bom que gostou, demorei em conseguir montar a meu gosto essa sala.
-Ficou impressionante. Diz Baltazar. -Mas voltando ao foco, precisamos conversar.
-Certo. Diz Horácio se sentado, seguido por Baltazar que dispensou convite para sentar.
-Primeiro, quero saber se realmente não há nenhuma forma de resolver isso diplomaticamente. Diz Baltazar pensando se o que ele dizia fazia sentido, já que saia da boca de um soldado.
-Não acredito nessa hipótese, William pretendia me matar, ele nos prendeu, duvido que desista, ou aceita qualquer oferta oferecida por mim.
-Entendo. Diz Baltazar pensando em como abordar o segundo assunto.
-O que eu mais gostaria de perguntar? Diz Horácio curioso com o silencio de Baltazar.
-Bom, Não é bem uma pergunta. Diz Baltazar. É um assunto que gostaria de ter a chance de conversar e esclarecer com você.
-Pode dizer. Incentiva Horácio.
-No tempo que estive aqui encontrei sua filha, na verdade não sabia que tinha uma, então realmente fiquei surpreso, e mais ainda com tudo que ela me contou.
A expressão de Horácio era indecifrável e fez Baltazar, um homem conhecido por sua coragem sentir uma pontada de medo.
-Conversou com Helena. Diz Horácio, agora com um ar de tristeza. – Então já deve saber o qual ruim eu tenho sido por todos esses anos com minha filha.
-Ela disse que...
-A culpo pela morte da mãe... Completa Horácio. – Eu amava muito Elsa, e fui tolo durante todos esses anos, foi... Foi realmente difícil olhar para ela e lembra-se de Elsa. Diz Horácio com algumas lagrimas nos olhos.
Baltazar esperava uma possível discussão com Horácio, enquanto tentava defender Helena, mas o que encontrou ali foi Horácio arrependido.
-Preciso que me faça um favor. Diz Horácio enxugando as poucas lágrimas. – Ontem a procurei, mas nunca soube onde passava os dias, nunca me importei, e não acho que mereço o perdão dela, não agora depois de tudo que fiz. Ainda sim a guerra vem para Eslavos, e me preocupo com ela, não quero que esteja aqui quando tudo... Tudo Ruir. Diz Horácio triste.
-O que quer que eu faça? Pergunta Baltazar mesmo já sabendo o que Horácio diria.
- Ache a, e saia de Eslavos o quanto antes, diga o quanto me arrependo do que fiz e mantenha ela segura. Diz Horácio.
-Vou fazer isso, eu prometo. Diz Baltazar se levantando.
-Espero poder te ver de novo, mas duvido que tal evento ocorra...
-Não diga isso.
-Vá, não olhe pra trás. Diz Horácio cumprimentando Baltazar que logo depois sai da sala pela mesma porta que entrou e sem olhar para trás como disse Horácio, parti em busca de Helena.
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As crônicas Hectorianas
Teen FictionNinguém ao certo sabe como surgiram os grandes reinos, mas ainda sim sempre ouve historias... A lenda diz que há muito tempo, antes dos povos se espalharem pela terra, um Rei se ergueu e dominou sobre tudo e todos e o seu reino foi de paz durante mu...