Baltazar caiu bem na sua frente e para Hector ver todo aquele sangue em sua armadura, o sorriso sumindo, e seus olhos fechando foi um dos piores momentos da sua vida, Ele já tinha vivido muitos momentos parecidos, homens já tinham morrido em seus braços, já havia perdido amigos, mas daquela vez era diferente, Baltazar era um dos melhores que já havia conhecido, não só como soldado, mas também como pessoa.
Seu corpo age por impulso e ele agarra Baltazar antes mesmo de tocar no chão, Agora com ele nos braços a realidade parece voltar.
-Precisamos de um medico aqui. Grita Hector já checando o pulso de Baltazar
Algumas pessoas correm ate ele, mas nenhuma com utilidade no momento, Baltazar não era o único que precisava ser atendido, vários soldados ajudavam outros feridos, e os poucos médicos que estavam ali pareciam ocupados ou distantes demais para ouvir.
A chuva diminuiu, mas já tinha caído o suficiente para deixar todos encharcados, Hector sabia que não havia ninguém ali que poderia ajudar Baltazar naquele estado.
Ele rasga um grande pedaço do lado de sua capa e pressiona o ferimento de Baltazar que ainda continuava vivo, mas com batimentos bem fracos, com ajuda dos soldados que ouviram o pedido de ajuda do Príncipe eles colocam Baltazar sobre seu cavalo, assim ambos partem em direção ao Vilarejo Graz.
No acampamento havia uma tenda na qual era colocado os feridos, deixando mais fácil o trabalho dos médicos, mas naquele momento estava cheio e Hector não arriscaria esperar, Ali os feridos recebiam o tratamento necessário, se o caso fosse mais serio ele era levado ate o Vilarejo mais próximo.
(Graz é um pequeno vilarejo, com uma população estimada de duzentos habitantes, são conhecidos por terem muitas receitas medicinais caseiras, e por essa razão se ofereceram para ajudar o exercito com os feridos, com a única condição de não saírem do vilarejo, Hector entendeu, pois não eram soldados, e não recusou por serem bem uteis quando a situação era ruim).
Ele cavalga com velocidade sobre a luz da lua, e por sorte Graz não era muito longe dali.
Ele entra no vilarejo, e continua em velocidade, mal consegue ver as coisas a sua volta, as casas simples passam como um vulto por Hector, e o vento frio parece cortar como uma faca o seu corpo molhado.
Ele chega ate uma casa simples como as outras perto do fim de Graz, mas que tinha como habitante o senhor ou líder daquele vilarejo. (Ele não gostava de ser chamado de líder ou senhor, era mais como um ancião, já que as coisas em Graz eram resolvidas por voto popular, ainda sim era o mais sábio e saberia o que fazer, diferente de Hector que se sentia perdido).
A casa era de madeira pintada de verde, estava meio acabada, mas não ganhava destaque com sua velhice por que todas as outras eram muito parecidas, Hector avança em direção à porta com Baltazar nos braços e bate nela com o pé ate ser atendido.
Um velho aparece na porta, baixinho, cabelo e barba longa sobre a barriga, ambos brancos como as pedras polidas cravadas no solo do Palácio de Westgard. Sem nem pedir licença Hector entra e repousa Baltazar sobre a mesa de madeira no meio da sala daquela humilde casa.
O velho olha para Hector com uma cara de interrogação.
-Posso ajuda-lo jovem. Diz Ele.
-Não se lembra de mim, Eu sou Hector, filho de Venâncio, príncipe de Westgard.
-Agora me lembro, Hector é claro. Diz o velho menos surpreso com a chegada de Hector – O que aconteceu com seu amigo, e por que não o deixou no templo de Graz?
-Ele está ferido e não sei onde fica esse tal templo. Precisa ajuda-lo, por favor.
-Tudo bem, tudo bem. Diz ele indo em direção a um pequeno armário preso à meia altura na parede da casa – Tire a armadura dele.
Hector obedece ao ancião, e observa enquanto ele coloca sobre a mesa potes com certos tipos de plantas, algumas muito verdes outras meio desbotadas e algumas até mesmo azuis, ao lado um vidro cheio ate a tampa com um liquido amarelo. O velho verifica o ferimento e olha para o rosto de Hector que não transpirava confiança.
-Vou ter que pedir que saia garoto, com esse olhar não estaria ajudando, se precisar eu lhe chamo.
Hector confirma com a cabeça e sai da casa para respirar e ver se aquele ar de adrenalina passa. A chuva lá fora tinha parado, ele olha para o alto, a lua, as estrelas muito visíveis no céu daquela noite, depois observa suas mãos agora vermelhas de sangue. Olhando em volta ele consegue ver varias poças d’agua então lava suas mãos em uma delas.
Hector passa um bom tempo lá fora, antes que o velho apareça na porta.
-Oi... Diz ele atrás de Hector.
-Como ele esta? Pergunta agora bem tranquilo.
-Vai sobreviver. Responde o Ancião.
-Obrigado, Agnos. Diz Hector.
O velho acena com a cabeça.
-Era aquele templo que se referia? Pergunta Hector encostando-se a uma arvore um pouco ao lado da casa de Agnos e apontando para uma casa velha de teto pontudo, um pouco maior que as outras, mais não o suficiente para que Hector reparasse durante o trajeto.
-Sim, o povo decidiu que seria o melhor lugar para cuidar dos feridos.
- Vocês têm sido importantes para a batalha, me lembrarei disso quando retornar à Westgard.
-Não quero parecer rude Príncipe, mas não precisamos de ouro nem das coisas que hoje se encontram dentro de seu palácio, somos um povo simples e prefiro que continue assim, nunca demos motivos para ter inimigos e isso é uma das coisas que o ouro mais atrai. Diz Agnos.
-Entendo, ainda sim terei uma divida com seu povo que vai além do ouro. Diz Hector.
Ambos ficam ali parados no silencio da noite observando ate que o barulho de alguém cavalgando faz com que fiquem apreensivos.
- Melhor entrar. Diz Hector para Agnos que caminha lentamente em direção à sua casa.
De fato era alguém montado sobre um cavalo, mas não oque Hector esperava, pensando ser um bárbaro que havia escapado.
Amis se aproxima, e Hector abaixa sua espada já que esperava uma tentativa de ataque.
- Príncipe Hector.
-Que bom te ver Amis.
Ele desmonta do cavalo e cumprimenta Hector que guarda sua espada na bainha.
-Que bom te achar, imaginava que estaria aqui quando vi você partir com Baltazar, ele esta bem?
-Sim, ele vai ficar bem – Como estão os soldados?
- Alguns estão bem outros nem tanto, antes de sair todos estavam recolhendo os corpos e pretendiam se despedir devidamente.
-Certo.
-O que faremos agora? Diz Amis.
-Volte para lá, e diga que estarei com eles o mais breve possível, e também que passaremos o fim dessa noite no acampamento antes de marchar para Eslavos.
-Tudo bem. Diz Amis cumprimentando com a cabeça e se virando para ir na direção do seu cavalo levar à mensagem ao exercito.
-Espere, tem mais uma coisa. Preciso que mande um mensageiro para Horácio com as boas noticias de nossa vitória.
-Mandarei. Com isso Amis monta e parti na direção do acampamento.
Hector fica mais um tempo no vilarejo e combina com Agnos de deixar Baltazar mais alguns dias sobre os cuidados do povo de Graz, ate que possa ser transportado para Eslavos sem correr riscos. E com tudo certo, parti algum tempo depois de Amis, em direção aos soldados.
Não demora em chegar a seu destino, mas mesmo assim fica surpreso ao perceber que já estava para amanhecer, com tudo que aconteceu não percebeu o tempo passar. O acampamento estava totalmente desprotegido, e por conta do cansaço poucos soldados se encontravam de guarda. Ele não os culpa, lutaram bem, mereciam o descanso.
Hector anda pelo acampamento sem sono por mais que estivesse cansado não deitaria, então fica conversando com alguns soldados sobre o que aconteceu em sua ausência e espera o tempo passar.
Todos marcham para Eslavos, ainda era manha, mas não tão cedo quanto esperava Hector, não era justo exigir mais daqueles homens, estavam acabados, então esperou que estivessem prontos, sem apressa-los nem um instante. Antes de partir teriam que arrumar tudo que estava ali, ou seja, desmontaram todo o acampamento, e isso levou algumas horas.
Enfim, independente dos atrasos, marchavam rumo ao grande Reino do Leste, e antes de chagarem passaram por alguns Vilarejos, como Graz onde Hector pode conversar com Agnos sobre o estado de Baltazar naquela manha, e onde pararam um tempo para que os soldados pudessem ver os feridos que conheciam, assim como aqueles que já tinham condições de andar se juntaram a eles para ir ate Eslavos.
Mas antes de chegarem ao Reino ainda passaram por Kalen e Lewis.
(O Vilarejo de Kalen é conhecido por ter um cultivo de verduras e frutas excepcionais, sendo o maior fornecedor de morangos, mangas e uvas de todos os três Reinos, um vilarejo muito rico e grande, situado a norte do Vilarejo de Graz).
(O Vilarejo de Lewis é o mais antigo de todos perto do Reino do leste, simples, não são conhecidos por nada em especial, mas seu povo é extremamente bem humorado e muito receptivo, sempre foi um dos mais agradáveis e por ironia um dos menos conhecidos).
Embora ambos tenham cada um suas vantagens fazendo-os únicos e atraentes, não foi por nenhuma característica citada acima que fez com que Hector se desvia-se de seu caminho para visita-los, o verdadeiro motivo é que soldados Eslavos tinham parentes vivendo nesses vilarejos e por mais que Hector afirmasse que não era provável que Bárbaros os tivesse atacado, eles não acreditavam, ate por que não sabiam se seus conhecidos haviam deixado o lugar para se esconder na sombra da muralha do Reino, por isso, mesmo contra sua vontade ele não negou aquele desejo aos soldados, passaram pelos vilarejos e não foi surpresa para Hector vê-los quase totalmente vazios. Algumas poucas pessoas olhavam pela janela de suas casas para ver o que se passava, outras do vilarejo de Lewis saíram para perguntar o que acontecera, e se alegraram com eles por saber que haviam vencido, mandando mensagem para outros vilarejos próximos contando a nova noticia
Mesmo com as perguntas dos poucos habitantes de Lewis, eles não demoraram tratando logo de seguir, e agora sem mais atrasos, conseguindo chegar a Eslavos perto do fim da tarde, quando o sol que secou a chuva dos últimos dias parava de brilhar no céu.
Os portões do grande Reino do leste se abrem para os bravos soldados, o mensageiro que Hector mandou Amis enviar levando a mensagem de sua vitória no campo de batalha havia chegado ha Eslavos no começo da tarde, dando tempo suficiente para que todos soubessem e se preparassem para a chegada deles. Todos são recebidos com aplausos e fogos de artificio sobem para o céu durante todo o fim da tarde e inicio da noite.
A festa acontece em toda a cidade e não se acha um lugar que não esteja sendo servida comida e hidromel fornecido através da prata do Rei Horácio.
- Hector, filho de Venâncio, Príncipe e futuro Rei de Westgard, eu Horácio e meu povo lhe somos eternamente gratos. Diz o Rei andando sobre os jardins do palácio de Eslavos.
Hector sorri para ele e caminha em sua direção, o jardim tinha um caminho largo de pedra entre a grama que agora estava tomada pelos soldados que com a permissão do rei assavam porcos entre outras coisas.
-É bom te ver Horácio. Diz Hector cumprimentando-o e andando ao seu lado em direção à entrada do Palácio.
- Espero não receber uma resposta ruim, mas tenho que lhe perguntar, onde está Baltazar? Não vi chegar com os soldados. Pergunta Horácio.
-Baltazar foi ferido em batalha, permanece com vida, mas se encontra fora da condição de se juntar a nos no momento. Responde Hector.
-Entendo, mas onde ele esta?
-Esta em um vilarejo não muito longe daqui, chamado Graz, sobe os cuidados de Agnos, o Ancião.
-Sim, claro. São famosos por suas habilidades com a medicina caseira. Lembra-se o Rei.
-Os consegui como aliados antes de partir para Avalor. Desde então os soldados com ferimentos mais graves foram levados para eles, e muitos ainda permanecem lá. Diz Hector.
-Baltazar não citou tal aliado em nossas conversar.
- Perdoe-o, deve ter se esquecido. Alias devo lhe pedir que pela manha mande uma escolta ate Graz para trazer aqueles com mais condições, e assim por diante ate que todos se encontrem aqui. Diz Hector.
-Farei isso. Responde Horácio. Agora vamos, um banquete nos espera.
Ambos se encontravam parados no salão comum do palácio, perto de uma larga escada. Haviam passado por soldados vigiando a entrada, não deixavam que qualquer um entrasse no Palácio. Antes de irem para a mesa Horácio mostra a Hector um dos banheiros do palácio onde ele pode se lavar e receber novas roupas, deixando sua armadura e espada sobre os cuidados de um serviçal do Rei.
Depois disso ambos vão para o lado esquerdo da escada, passam por uma porta feita de madeira totalmente desenhada com formas espirais, com uma maçaneta feita do mais puro bronze. Eles entram em uma sala iluminada com candelabros realmente bonitos dos mais variados tipos, dois sofás forrados com um pano vermelho se encontram no meio da sala, paralelos um ao outro com uma mesa no centro feita das arvores pálidas, localizadas bem a leste do rio Mitri, que corre em volta do Reino Do Norte, Westgard. O resto do lugar era decorado com vasos de varias cores e pinturas.
Ambos caminham na direção da porta isolada à esquerda de Hector, eles passam por ela e se deparam com o salão principal de Eslavos, simples, bem parecido com o de Avalor e ate mesmo com o de Westgard, bem iluminado, com uma mesa longa no centro e ao fundo o famoso Trono de Bronze.
Na mesa estão sentadas algumas pessoas que de inicio Hector não reconhece, depois chegando mais perto, percebe que ha alguns rostos familiares, entre eles Amis, Dalibor, Guiomar e Wilky (veterano do exercito de Avalor, único representante do grupo cedido por Plinio naquela mesa).
-Chamei alguns conhecidos para se juntarem a nos essa noite. Diz Horácio. Mas esses você ainda não conhece, permita que lhe apresente. Ele mostra três homens sentados há esquerda em relação ao trono de Bronze – Estes são conselheiros de Eslavos, representam o povo e sua vontade como deve bem saber. Dieus, Elric, e Ermo. Apresenta o Rei colocando a mão nos ombros de cada um conforme dizia seu nome – Esse é o Príncipe de Westgard, Hector.
-É um prazer me juntar há vocês... Diz Hector.
-O prazer é nosso, Príncipe. Responde Elric.
Hector cumprimenta Amis, Guiomar, Dalibor e Wilky, e se senta do lado direito da mesa, na cadeira mais próxima ao Rei.
Todos se servem das mais variadas comidas, porco assado, pão, saladas, varias frutas, tomates pequenos e muito vermelhos dignos do vilarejo de Kalen, e muitos tipos de queijos, sem contar o hidromel à bebida típica do povo de Eslavos.
O banquete segue com muitas conversas, entre elas uma deixa Hector muito triste, a morte de Barator, irmão de Dalibor, ele parece abatido, mas cita durante a historia que sente muito orgulho do irmão que lutou ate o fim, e que se não fosse por Baltazar não estaria ali, sim, Baltazar é muito citado nas conversas daquela noite, e todos parecem concordar que ele foi de extrema importância para a vitória da batalha, por essa razão eles brindam em nome dele e torcem para que se recupere rápido.
Apesar de todas as conversas o banquete não demora muito há acabar, pelo cansaço que aqueles dias traziam sobre as costas do Rei, ele não estendeu muito e logo todos se dirigiam para fora do salão principal.
O rei se desculpa pela falta da Princesa Helena (A princesa Helena, filha de Horácio com a falecida Rainha Elsa, costuma sumir, principalmente em compromissos considerados importantes), o Rei esperou que ela aparecesse ate o ultimo instante, agora já convencido da certa ausência da filha, se desculpou com seus convidados.
- Tenho quartos reservados para cada um de vocês se quiserem. Seus homens podem dormir no salão externo ou onde quiserem, duvido que a comemoração acabe hoje, e meu servo Gidie vai guia-los pela cidade caso precisem. Terminando as informações que pretendia passar, o Rei vai, deixando Hector, Dalibor, Guiomar e Amis nos jardins do Palácio com seu servo Gidie. Wilky já partira para se juntar aos soldados de Avalor.
Hector não aguentaria passar aquela noite em branco então pediu a direção do salão externo, pretendendo dormir junto com os soldados, não se sentiria bem dormindo em um quarto de luxo enquanto os homens não podiam. Guiomar e Amis ficaram ali mesmo, no grande jardim de Eslavo festejando e conversando junto ha outras pessoas, Já Dalibor disse que precisava encontrar um conhecido que morava na cidade e provavelmente dormiria na casa dele.
Na verdade muitos fizeram o mesmo, os poucos soldados de Eslavos foram para suas casas, e abriram elas para abrigar outros soldados, o resto dormiu no salão externo ou caíram no sono onde estava mesmo, aquilo não incomodava Hector, mas olhando a bagunça que fizeram só conseguia pensar no trabalho que todos teriam para arrumar tudo, ainda sim duvidava que aquilo tirasse o sorriso do rosto das pessoas, bares e mercados tinham lucrado muito, sem contar outros motivos que compensavam o trabalho que teriam.
Ele chega ate o salão externo e não parecia nada especial ficava há leste do centro da cidade, onde estava à aglomeração do povo, o salão é grande, pintura branca desbotada, com uma entrada grande circular sem porta. Dentro muitos colchoes espalhados pelo chão, vários soldados já dormem e Hector pretende fazer o mesmo logo. Encontra um colchão vazio encostado na parede no fundo do salão, e como o sono era grande por ter ficado sem dormir na ultima noite não demora ate fechar seus olhos e apagar por completo.Hector desperta e o sol já havia nascido ha algumas horas, quase todos os soldados que dormiam na noite anterior já haviam se levantado, alguns conversavam na entrada do salão, mas a maioria já não estava mais ali...
Hector se aproxima... (Não era surpresa para os soldados o Príncipe estar no meio deles, pela tradição antes de se tornar Rei um príncipe tinha que ter um vinculo de liderança com seus subordinados, do contrario não obedeceriam ele por respeito ou honra e sim por medo de serem punidos, Hector concordava plenamente, não poderia pedir para seus soldados fazerem mais do que ele mesmo poderia fazer).
- Bom dia, senhor...
-Bom dia soldados. Diz Hector.
A manha estava calma, diferente da noite anterior, Hector caminha pela cidade, muitas pessoas arrumam a frente de suas casas, limpam a rua, todos agem em total cooperação e sem reclamações, a consciência de cuidar daquilo que é deles mesmo impera em Eslavos. Sem pressa ele caminha em direção ao Palácio, durante o percurso muita pessoas cumprimentam e agradecem por ter defendido sua cidade, aquilo para Hector compensava tudo que tinha feito.
-Bom dia Hector.
-Bom dia Horácio. Diz Hector entrando nos jardins de Eslavos pelo lado Leste e encontrando o Rei sentado em um banco de pedra à sobra de uma amoreira. Aquele lado do Jardim tinha várias amoreiras, e crianças subiam nelas para pegar o seu fruto, a maior parte do tempo o jardim tinha crianças, principalmente aquele lado, o único lugar onde não podiam ir era para dentro do palácio, pelo menos não sem a permissão do Rei.
-É uma bela manha. Diz Horácio.
-De fato é. Diz Hector se acomodando ao lado dele no banco.
-Já mandei que fossem buscar os feridos em Graz. Diz o Rei.
-Ótimo... Responde Hector.
-O que pretende agora? Pergunta Horácio.
- Esperar que o sol baixe. À tarde vou marchar para Avalor com os soldados de Plinio para agradecê-lo pessoalmente a ajuda, ao mesmo tempo um de meus soldados vai para Westgard buscar noticias de meu pai, não recebo mensagens há algum tempo.
-Se pretende ir para Avalor tem algo que quero que leve para Plinio, como agradecimento. Diz o Rei.
-Levarei, e direi o quanto é grato pela ajuda. Espero que por enquanto não seja incomodo meus soldados ficarem em sua cidade. Diz Plinio.
Horácio solta um sorriso como se duvidasse das palavras que tinha ouvido.
- Seus homens nunca serão incomodo em minha cidade, todo filho de Westgard é bem vindo em Eslavos.
Hector sorri, e ambos permanecem em silencio algum tempo, ate que Horácio o convida para entrar e comer alguma coisa. Assim ambos partem em direção ao palácio.
A manha passa rápida e sem muitas surpresas, diferente da tarde que esperava Hector.-Quem é você, o que pretende? Pergunta os poucos guardas no portão de Eslavos, Depois da batalha, com medo de uma possível retaliação foi ordenado que alguns ficassem guardando a entrada do Reino.
-Meu nome é Aggelos, Mensageiro do Reino de Westgard... E pretendo falar com Hector.
Aggelos é acompanhado por Gidie que o leva para Hector.
-Espere aqui, vou chama-lo. Manda Gidie na entrada do Palácio, e depois de alguns minutos volta junto a Hector.
-Gidie disse que é enviado de Westgard, pretendia mandar um homem em busca de noticias agora à tarde.
Aggelos se ajoelha diante de Hector.
-Me pesa trazer tal noticia.
-O que faz aqui? ... Pergunta Hector agora assustado com a possibilidade de ser o que pensa.
-Venâncio, Meu Senhor! Está morto.
VOCÊ ESTÁ LENDO
As crônicas Hectorianas
Novela JuvenilNinguém ao certo sabe como surgiram os grandes reinos, mas ainda sim sempre ouve historias... A lenda diz que há muito tempo, antes dos povos se espalharem pela terra, um Rei se ergueu e dominou sobre tudo e todos e o seu reino foi de paz durante mu...