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ᐡᐦ𐌈Stray Kidsᐂᐦᐢᐡ


No dia seguinte eles continuaram a programação do jeitinho que deviam, e por incrível que pareça ficaram livres das atividades a partir das três da tarde.

Cada um tinha seus planos. E nos planos de Jeongin, ele só voltaria para o hotel e conversaria com Chan sobre o dia anterior.

Já Jisung pretendia ir às compras, ver algumas roupas e talvez comprar algo bom para comer no café da tarde. Mas antes queria falar com seu líder sobre algumas coisinhas.

Como ele estava no outro quarto do hotel, ele pegou suas coisas e estava se dirigindo até o quarto de Chan, pronto para abrir a matraca e desabafar.

Mas tinha um probleminha, já tinha alguém lá, Jisung por sorte percebeu logo depois de abrir uma frestinha da porta.

Ele não queria incomodar, já ía sair. Mas por algum motivo ele ficou interessado demais no assunto...

– Chan, você disse que ía me explicar.

– E eu vou, só queria poder fazer isso com calma, quero que você se sinta tranquilo – Chan apoiou as costas na cadeira, vendo Jeongin sentar calmamente na cama, de frente para si – Tudo bem por você?

– Por que não estaria? – Jeongin riu baixinho, achando seu Hyung muito preocupado.

Chan suspirou, se preparando para começar a falar.

"Há um tempo atrás, eu meio que cuidava dos meus irmãos por um período de tempo para deixar com que meus pais trabalhassem, seja em casa ou fora. Eu cuidava deles. Hanna já era mais independente, ela sabia se virar, mas Lucas ainda era muito imaturo para ficar sozinho"

"Lucas na época tinha por volta dos 12 ou 13 anos quando eu comecei a perceber algumas coisas diferentes nele. Ele sempre estava no quarto, e parece que todas as vezes que qualquer um entrava no quarto ele escondia algo"
"Dias depois eu achei algumas coisas no quarto enquanto ele estava na escola. Ele tinha seus brinquedos de quando era bem mais novo todos numa caixa, e pelo visto ele vinha brincando muito com eles. Nunca vi nada de errado nisso, mas eu queria entender. Então pesquisei, depois falei com ele. Ele ficou desesperado mas quando viu que eu o apoiava, conseguiu se abrir e me explicar mais sobre esse mundo"

– Que assunto? – Jeongin ainda boiava na maionese perfeitamente.

– Little Space – Chan percebeu que Jeongin realmente não fazia ideia de nada – É quando uma pessoa regressa mentalmente para uma idade mais jovem, por conta de estresse, traumas e um monte de coisas. Por isso que quando depois de dias de gravação você fica carente e meio tristinho.

Jeongin arregalou os olhos, entendendo a situação e vendo que realmente fazia muito sentido.

– Você basicamente se sente uma criança de novo porque é muito melhor ser infantil do que ter um monte de compromissos e obrigações. É um mecanismo de defesa – Chan sorriu, confortando o menino com o olhar – Por isso que usar coisas de bebê te trazem conforto e se tornam tão necessárias nessas horas.

Jeongin entendeu perfeitamente, querendo ter agora mais coisinhas para se sentir da forma que tinha se sentido noite passada.

Jisung, que ouviu perfeitamente metade do assunto, ficou pasmo. Aquilo tudo sobre Chan... Jeongin se sentia assim tão mal a ponto de precisar regredir? Sim, a resposta era sim e Jisung se sentia mal pelo seu maninho.

Nem esperou Chan para conversar, percebeu que os dois tinham muito o que falar.

Jisung pegou sua jaqueta, a carteira e o celular e saiu. Ir ao shopping era uma coisa que ele só fazia quando estava empenhado, e acredite, ele estava.

Ir em lojas nunca pareceu tão legal.

Procurar brinquedos e coisinhas imaginando Jeongin usando e amando nunca o deixou mais entusiasmado. E para todas as pessoas que perguntavam ele dizia que seria papai, e todos respondiam que ele parecia muito novinho para ser papai.

Mas deu tudo certo no final. Jisung agora estava numa cafeteria, com mais de dez sacolas ocupando as cadeiras na pequena mesa no canto.

O garoto tomava um cafezinho puro, sem açúcar, e saboreava um cheesecake de chocolate e morango delicioso.

As pessoas que passavam do lado de fora do estabelecimento, o vendo pelo vidro, achavam engraçado a quantidade de sacolas e a forma que ele parecia apreciar o doce, tão absorto que não reparava nas coisas ao seu redor.

Depois de finalizar e pagar, lá ia o esquilinho pelas ruas carregando tudo aquilo o mais rápido possível para chegar no hotel.

– Você vai precisar comprar uma mala só pra isso tudo – Changbin apareceu no elevador, saindo enquanto Jisung entrava para chegar no quarto.

– É por uma boa causa, concluiu – tentou esticar os dedos para clicar no botão do painel – Bin, aperta aqui pra mim, por favor.

O mais velho riu e o ajudou, logo saindo e indo encontrar Felix num restaurante que tinham combinado de ir.

Parecia que o elevador demorava para chegar, mas por fim parou no andar desejado. Ele andou atrapalhado até o fim do corredor e bateu o pé na porta da frente do seu quarto, esperando que Chan, ou Jeongin respondesse abrindo a porta.

– Ah, Jisung? O que é tudo isso?

– Oi Channie. Licença – passou com tudo, entrando no quarto – Jeongin! Aqui, meu filho. Tudo seu – Jisung suspirou quando conseguiu largar tudo na cama, se livrando do peso e feliz por ter chegado ao seu destino – Feliz?

– O que... – Jeongin pegou uma das sacolas, receoso, olhando o conteúdo dentro.

O mais novo se assustou e olhou diretamente para Chan.

– Você contou?

– Contei o que? – Chan chegou perto, vendo o que tinha nas sacolas.

Jisung estava vermelho de vergonha. Como explicaria que tinha ficado ouvindo a conversa toda deles atrás da porta?

– Ehm... ninguém me contou nada. Mas antes de sair eu ia falar com o Chan Hyung e eu acabei... ouvindo. Tudo... – ele olhava para os cantos, envergonhado.

Chan riu. Jisung não tinha vergonha na hora mas depois que se dava conta do que tinha feito se bobear se enfiava até na terra para evitar o que estava por vir.

– Você sabe que espiar é feio – Chan o repreendeu – Mas agora já passou – ele olhou Jeongin que parecia envergonhado – Está tudo bem, neném?

Com esse apelido, o mais novo apenas virou um tomatinho cada vez mais vermelho.

– Como que agradece os presentinhos do titio Han? – ele se abaixou perto de Jeongin que ainda estava na cama.

– Obrigadu – ele levantou a cabeça, ainda tímido – Eu gostei muito – sorriu para Jisung.

O Han sorriu também e se aproximou do outro, dando um abraço.

– Que bom que está feliz – o abraçou forte, logo soltando – Que tal abrir seus presentinhos agora?

𐌘ᐉ𐍃𐍄𐌰𐍅ᐚ𐌣

𝐥𝐢𝐭𝐭𝐥𝐞 𝐢𝐧𝐧𝐢𝐞 ♥ 𝐡𝐲𝐮𝐧𝐢𝐧Onde histórias criam vida. Descubra agora