feridas familiares

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(N.A. primeiramente: eu nunca me comprometi a fazer ninguém feliz e esse é o primeiro de muitos momentos de trauma que essa fic vai prover. agora falando sério: TW de pós-violência contra pessoas incríveis.)
Pov: Annabeth

Pânico. A melhor palavra para descrever o que Annabeth sentia era pânico.

A menina passava toda sua estadia naquele quarto se remexendo sob as cobertas, tentando desesperadamente pensar em algo que não fossem aquelas finas patinhas de aranha a consumindo por inteiro.

As vezes se sê esforçasse bastante podia esgueirar-se pela luz noturna, catar um livro e folhear pelas páginas de "adoráveis mulheres" ou "orgulho e preconceito". Isso costumava funcionar, por mais que apenas durante um breve período.

Porem recentemente só isso já não bastava, pois além de seus medos rotineiros havia algo a mais dominando a sua mente, algo que romances antiquados não podia abafar.

O que se passava com Perseus Jackson.

Eles eram amigos não eram? quer dizer: se fosse considerar seu ciclo social atual...talvez até melhores amigos. (pode parecer triste pensar que se conheciam a apenas um mês, mas era verdade.)

Então o que podia ser tão doloroso que não podia ser revelado? porque isso a incomodava tanto? "não importa, vai dormir! você vai falar com ele amanhã" - tentou se convencer, falhando miseravelmente.

Mais uma noite em claro pela frente, porém dessa vez sem nada confortante para se prender.

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O horário era 05:06, a loirinha teve que fazer grandes acrobacias mentais para justificar a si mesma porque estava saindo de casa nesse horário.

Ela certificou-se de escrever um pequeno bilhete em papel pólen para seu pai em melhor caligrafia:

,infelizmente tive que sair mais cedo hoje, não quis atrapalhar.

atenciosamente... sua filha: Annie

Como delineava a palavra filha, como desesperadamente tentava se conectar.
Era inútil. Sabia que era. Ele nunca lia, todos os dias voltava para aquele mesmo ponto e a mensagem estava intocada, selada e grudada com fita transparente na porta, mas a menina sempre insistia em cometer o mesmo erro. O erro de esperar comprometimento de alguém que nunca a amou para começar.

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Na escola tudo estava normal. O clima estava adequado, os professores limpavam o quadro e tudo estava silencioso, com a exceção de algumas risadas sem rosto ao fundo que ecoavam entre os corredores.

Percy chegou apenas alguns minutos depois dela. Ele a cumprimentou e sentou-se ao seu lado, encostando desajeitadamente não cadeira, porem dessa vez não apenas fez uma expressão de dor, também grunhiu.

"ham...cabeça de alga? você tá legal?"

"estou sim." - seus lábios se desenharam em um sorriso, porem seus olhos eram tristes e vazios.

"sabe que estou aqui se quiser conversar..."

"olha, eu não sei o que andou ouvindo por aí, mas é mentira. não tenho nada pra falar, nem com você e nem com ninguém." - isso do a deixou mais desconfiada de que algo estava acontecendo.

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