Leo
A casa estava cheia, algumas meninas se tornaram muitas e nenhum menino se tornou uma multidão. Annabeth estava ocupada demais para se divertir, tentando impedir que os quadros da família que morava lá fossem quebrados e seu chão encerrado fosse sujado.
"per favore, non rompere la casa!" - ela dizia, se orgulhando de ter lido um dicionário italiano. Talvez se tivesse o lido também saberia a diferença entre "Vuoi andare ad una festa?" (Você vai a uma festa?) e "Stai pensando ad una festa?" (está pensando em dar uma festa?)
Ao lado de Léo se sentou uma menina. Era a primeira vez que isso acontecia e foi em um momento ruim, estava meio deprimido. Ele pensou pela primeira vez em muito tempo nas cicatrizes do fogo em sua pele. Lembrando-se como fazia tempo que não fazia uma oferenda para sua mãe no dia de lós mortos ou rezava por ela. Na realidade fazia tempo que tentava esquecer da sua mãe. Recentemente descobriu da morte de seu pai, que sucumbiu de maneira similar. Pelo menos dessa vez ele não poderia ser culpado pelo acontecimento.
"não está gostando da festa?" - brincou a garota, sua voz quase como um eco. Ele não olhou para seu rosto diretamente, apenas para o cabelo cor de palha. Ele não sabia exatamente o que denunciou seu status como um americano, mas ficou satisfeito de não ter que tropeçar seu caminho em tentar explicar que não compreendia. Ele olhou para seu copo vazio.
"acho que pela primeira vez na vida não estou." - ele riu de maneira melancólica. - "quer dizer, acho que é a primeira vez que uma garota fala comigo e eu não estou nem um pouco animado."
"sinto muito...meus pais sempre me disseram que eu não era muito empolgante." - a menina respondeu, tímida sua voz suave se perdendo na multidão, ele teve um sobressalto. Suas pernas finas como um cambito quase pulando do sofá.
"não! não é isso que quis dizer..." - olhou para ela. Bonita demais para falar com ele. Era um pouco rechonchuda e tinha olhos claros e grandes. - "eu que estou...bem, eu que não estou no meu humor normal, geralmente eu já teria enchido seu saco com flertes ruins."
"é? tipo o que?" - cochichou enquanto se inclinava. Seu vestido era um de mangas minúsculas e da cor das paredes da casa, quase como se ela fosse feita para se misturar com as lascas de tinta.
"tipo...ah!" - bateu na sua própria mão com o punho fechado como um júri decidindo uma sentença. - "Se você fosse um sanduíche, seu nome seria x-princesa!" - A garota riu de maneira suave e ele se sentiu satisfeito. - "ou...Você tem um mapa? Porque eu me perdi no brilho dos seus olhos!" - ele olhou diretamente para ela enquanto dizia e de maneira casual se jogou para trás com a mão sobre olhos. - "vê? eu sou ótimo em ser idiota."
"é...ótimo." - a menina sussurrou. Seus olhos virados para baixo e suas bochechas vermelhas. Ele percebeu porque foi a primeira vez que fez uma menina corar. Ele via Annabeth que era séria como uma lápide se dobrar ao som de um elogio bobo desde que Percy o fizesse, e pela primeira vez na vida era ele que fazia.
"é...sabia que eu nunca consegui beijar uma garota usando uma dessas. Ou nenhuma para falar a verdade." - ele brincou. - "Tenho um último truque." - o garoto puxou uma moeda de seu bolso e escondeu atrás da palma.
Sua mãe tinha a autoria daquele e por alguma razão a menina dos cabelos cor de palha parecia a pessoa para usá-lo. Recordou-se do cheiro de brasa da sua antiga casa, suas roupas limpas e infantis penduradas no varal e curativos eternamente grudados em seu rosto e joelhos. "agora Léo Léo." - sua mãe falava quando ia ensina-lo algo. - "você pega a moeda e tira da orelha dela, assim!" - ela demonstrou. - "foi assim que seu pai me roubou um beijo." - por fim sorriu.
VOCÊ ESTÁ LENDO
academia meio-sangue
Fanfictionuma A.U baseada em personagens dos livros de percy jackson, a história reimagina como percy e annabeth poderiam ter acabado juntos se não fossem semideuses ou se conhecerem aos doze. nessa história Annabeth e uma estudante exímia da academia enquant...