"i think your house is haunted..."

123 12 18
                                    

Annabeth

"sabe, quando eu era pequena, uma amiga minha...não qualquer amiga. Thalia. Vivia em uma casa assim, acho que a mãe dela bebia muito ou algo do gênero. Me lembro de dizer que a casa dela devia ser assombrada, 'sua mãe está sempre com raiva e esse deve ser o porquê.'" - ela tragou um pouco de fumaça, era a primeira vez que fumava (principalmente cigarros roubados de um parapeito) e não o faria com frequência, porem ajudava a esquentar-se por dentro. - "eu sugeri que ela viesse morar comigo, que ela embrulhasse suas bonecas e um sweater para que nós mudássemos para índia. Inocente, não é?"

"por que a índia?" - questionou o garoto, entre um sorriso singelo. Faziam 2 horas que estavam sentados lá, pouco barulho veio da casa. Ótimo. Supôs ela.

"eu li em um livro uma vez que lá era um lugar muito quente e lotado, fácil de passar despercebida. Também gostava da ideia de ir para onde era sempre verão." - explicou. A verdade é que na época queria mesmo era ir para a Grécia. Porem achou que iria ser meio insensível para ele, já que seu pai era de lá.

"quando eu era pequeno...eu sempre era mandado para longe, me lembro de chorar e perguntar para minha mãe por quê. Por que ela não me queria. Aí eu descobri que era mais fácil para eu ficar longe." - ele jogou uma pedra pequena que quicou pela escadaria. - "as únicas vezes que eu gostava de estar longe era durante o verão. Porque ai eu ia para a casa de praia em long island. Foi lá que meus pais se conheceram, eu acho."

"você...sente falta dele?"

"não. Sinto falta de ter um pai. Sinto falta de alguém que não bata na minha mãe quando eu não tô em casa. sinto falta de ter um homem adulto na minha vida para me dizer como fazer as coisas, sinto falta de um cara que possa segurar as pontas para minha mãe terminar a faculdade. Sinto falta de alguém que não existe Annabeth, mas não sinto falta dele." - então, pela primeira vez a garota entendeu que o problema nunca foi como Percy se sentia sobre o seu pai. Era sobre o fato de não sentir nada sobre aquela pessoa. Ele só sentia o que ela não fazia.

"Ter um pai é super estimado. Eu tenho um que nunca lê as mensagens que coloco para ele, que ignora o que eu digo, que nunca olha meu boletim, que nunca foi a nenhuma apresentação minha. Que não notificou a polícia com meu sumiço durante semanas. Se quer saber, as vezes acho que para ele eu sou o que assombrava nossa casa, eu era o fantasma. Uma sombra da minha mãe. E minha madrasta também estava determinada a fingir minha inexistência." - ela deu um riso irônico. - "cara...acho que nenhum de nós devia ter que voltar para casa no natal."

"não estou muito afim de ir para a índia Annie." - brincou ele.

"também não. Mas deuses como tô afim de ir para a itália." - disse tragando mais um pouco.

——————————————————————

"como arranjaríamos dinheiro para isso." - franziu a testa.

"não sei Percy, somos melhores amigos de Piper Mclean. Uma multimilionária que quer muito irritar o pai." - Afirmou sarcasticamente.

"conheço outra pessoa assim."

"quem?"

"não vai gostar de saber."

"a ruiva?" - perguntou com um pouco de ciúmes.

"é, mas veja bem, Rachel foi uma ótima dupla de crimes. Porque nós dois tínhamos algo a ganhar. Você não tem ideia do quanto era impagável ver a expressão do pai dela, quando levava um Percy de 14 anos para seu quarto." - ele riu lindamente, como se sua barriga doesse com a lembrança. - "o mais engraçado é que ela só ficava pintado enquanto eu folheava quadrinhos, mas cara a gente tinha efeitos sonoros libidinosos e tudo."

academia meio-sangueOnde histórias criam vida. Descubra agora