The Faith - Harry Potter

Capítulo 25: Pequenos Avisos

Harry soprou a tinta molhada de sua redação com cuidado, afastando uma mecha de cabelo de seus olhos ao fazê-lo. Ele olhou seu dever de casa de Transfiguração criticamente - estava quatro polegadas além do comprimento necessário, e ele sentiu como se tivesse respondido a todos os pontos principais de seu argumento... mas ele ainda não estava totalmente feliz com isso. Ah bem , ele deu de ombros mentalmente e testou a tinta, certificando-se de que estava completamente seca antes de enrolá-la com força. Se eu fizer bem, então ótimo. Se eu falhar, sempre há crédito extra.

Ele suspirou e inclinou a cabeça para trás, esticando os músculos tensos do pescoço, ouvindo os estalos das vértebras enquanto elas se encaixavam de volta no lugar. Ele girou o ombro, sorrindo um pouco para os profundos estalos e rachaduras que o movimento criava – não havia outra maneira de dar mais nojo de Ginny do que estalar as articulações para ela... bater nele por tudo o que ela valia. A primeira vez que ele fez isso na frente dos outros sonserinos, todos eles deram boas risadas, bem – os meninos pelo menos fizeram. Pansy chamou o ato de horrível, e Millicent apenas olhou para ele por traumatizar Ginny. A memória ainda trouxe um sorriso ao seu rosto.

Uma leve batida o fez olhar para a porta – onde Draco podia ser visto abrindo-a cuidadosamente. O loiro deu-lhe um pequeno sorriso, que se transformou em um sorriso quando viu a redação completa. Ele se apoiou na porta, apoiando o ombro no selo.

— Você se tornou um nerd — ele brincou, cruzando os braços sobre o peito e olhando para o outro garoto. Harry revirou os olhos para ele e cuidadosamente guardou a redação com movimentos curtos e graciosos.

— Tanto faz. Diz o próprio estudante compulsivo.

— Bem, eu sou um Malfoy , e os Malfoys sempre devem ser bons na escola — Ele franziu o nariz delicadamente — Mesmo quando não estamos — Harry riu e se recostou na cadeira, a risada lentamente sumindo de seu rosto.

— Há uma reunião sendo convocada? — O garoto de cabelos escuros inclinou a cabeça e arqueou a sobrancelha levemente. Draco balançou a cabeça, desdobrou-se de sua posição e olhou para trás por cima do ombro. Ele então começou a deslizar para dentro da sala, fechando a porta atrás dele silenciosamente.

— Não. Eu só queria falar com você — Harry ergueu a sobrancelha totalmente para o loiro, movendo-se inquieto em seu assento, inconscientemente curvando os ombros ao fazê-lo. Draco o encarou por um longo momento, antes de parecer sair de sua linha de pensamento com um aceno abrupto de cabeça — Você realmente precisa falar com Severus — a expressão de Draco era solene, seus olhos cautelosos e preocupados. Harry suspirou e desviou o olhar, deixando seus olhos focarem em sua mesa, distraidamente traçando o fino grão de madeira.

— Estou bem.

Draco bufou.

— Você está bem? Você está bem em gritar até ficar rouco todas as noites? Você está bem em ser atormentado por pesadelos que o deixam com insônia? Você está bem com seu nervosismo e o crescente medo do escuro? — Draco voltou a cruzar os braços sobre o peito e encarou Harry — Bem, me perdoe se eu estiver errado, mas isso com certeza não parece estar bem — Harry inclinou a cabeça, deixando seu cabelo cair na frente de seu rosto, escondendo-o da visão de Draco, olhando agora para suas mãos apertadas.

O loiro estava certo, e mesmo que odiasse admitir, Harry sabia. Nas últimas semanas, desde a primeira partida entre Grifinória e Sonserina, Harry vinha tendo pesadelos cada vez mais graves – pesadelos que o assombravam mesmo quando estava acordado. A presença da garotinha também aumentou em seus sonhos, e por mais que tentasse, não conseguia ouvir ou lembrar o que ela tentava lhe dizer. Ele foi capaz de manter os pesadelos em segredo de todos por um tempo, pelo menos até Sirius e Remus partirem em uma missão para Dumbledore, mas depois disso... ele foi descoberto.