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Após o trabalho eu resolvi ir até o cemitério

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Após o trabalho eu resolvi ir até o cemitério. Estava com a cabeça cheia de coisas e não parava de me perguntar se eu estava certo ou errado em achar absurdo que a Lili armasse uma situação tão perigosa para prejudicar o Robert. Eu gostaria que ela tivesse me dito, mesmo se eu não concordasse pelo menos poderia estar lá. Eu ter estado sem saber nada foi pura sorte.

Parei de frente para a lápide com o nome do meu filho e fiquei em silêncio no primeiro momento. Eu não sabia exatamente porque o meu coração me levou até ali, mas era onde eu queria estar. Talvez fosse o fato de eu ter achado que o Ben seria a salvação da minha vida, a solução para todos os meus problemas, alguém que pudesse preencher qualquer vazio e tirar de mim as possíveis preocupações. Mas eu tinha que encarar o fato de que mesmo se eu ainda tivesse o meu filho a vida não iria ser um mar de rosas todos os dias.

— Era para você ser a única pessoa que importava amar. — comecei a dizer. — Amar adultos é muito difícil, filho. — fiz uma pausa. — Mas talvez o meu problema seja querer agir como um pai. Lili tem um tempo diferente do meu, é preciso paciência. Tenho que deixar ela se dar conta do que precisa sozinha, certo?

Uma borboleta azul voou para perto de mim e pousou sobre a lápide. Eu abri um sorriso fraco e de repente meus olhos marejaram.

— A verdade é que eu tenho medo de amar absurdamente a Lili e acabar perdendo ela assim como eu perdi você e a sua mãe. Eu não aguentaria passar por nada assim de novo. — suspirei. — Mas eu tenho que colocar os meus pés no chão e entendê-la. Pode me dar forças aí de cima? — sorri mais uma vez. — Eu te amo. — beijei os meus dedos e depois toquei o topo da lápide com eles. Incrivelmente, a borboleta não se assustou com a minha aproximação e permaneceu ali.

Saí do cemitério e no momento que estava indo até o meu carro, vi outro parar ao lado.

— Cole! — era um dos meus colegas de trabalho. — O que fazia aí?

— Visitando um familiar. — resumi.

— É um momento ruim?

— Na verdade não.

— Ótimo! Que tal uma cerveja para relaxar depois de um dia de trabalho?

— Desculpe, eu tenho que ir para casa.

— Ah, Cole, qual é? Não fez nada com a gente desde que voltou. Sentimos a sua falta, só queremos ter um tempo da sua companhia.

Pensei um pouco e notei que eu não precisava beber para sentar e conversar com os meus colegas em uma mesa de bar. Eu podia pedir uma opção sem álcool e me manteria na missão de me desintoxicar daquilo.

— Bom, tudo bem. Acho que pode ser legal. — sorri.

— É só me seguir.

Entrei em meu carro e comecei a seguir o dele até um barzinho que eu costumava frequentar antes. Alguns professores já estavam lá quando eu entrei e me receberam muito bem. Tive que ouvir alguns comentários zombadores sobre eu ter pedido uma cerveja sem álcool, mas nada de que eu não pudesse rir junto.

Save Me ˢᵖʳᵒᵘˢᵉʰᵃʳᵗOnde histórias criam vida. Descubra agora