Cole está passando por um divórcio complicado e doloroso. Após sua esposa sofrer um terceiro aborto espontâneo, ela decidiu que não estava mais com condições mentais de seguir com o casamento, colocando um fim na história dos dois. Morando em um nov...
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Fiquei completamente frustrado depois que a Lili saiu do meu apartamento. Eu senti o instinto primitivo de puxá-la pelo braço e implorar para que ela pensasse nessa loucura comigo, mas aí eu firmei os meus pés no chão e deixei que ela fosse embora como queria.
Meu coração bateu muito forte quando ela me beijou, eu quase não acreditei e devo confessar que foi ótimo poder viver aquilo. Meu desejo por ela tomou o lugar da minha razão e eu não me importei nenhum pouco com o fato de ela ser uma mulher casada. Agora sozinho na minha sala eu estava me sentindo culpado, não por ter devolvido o beijo, mas por fazê-la se sentir mal com a situação. Ela era tão boa, eu não queria que ela achasse ser suja por algo que nós dois quisemos. E eu jamais pensaria mal dela por isso.
Para aliviar a minha tensão, eu peguei a minha garrafa de uísque e comecei a beber pensando sobre qual seria a próxima conversa que eu teria com a Lili. Ficaríamos constrangidos? Ela sequer olharia no meu rosto?
Comecei a ouvir batidas fortes e rápidas na minha porta e levantei imediatamente para ver quem era. Quando abri, encontrei a Lili com o rosto coberto de lágrimas, uma expressão de desespero e o corpo totalmente inquieto.
— O que houve? — fiquei em alerta.
— Eu o matei... eu o matei... — ela começou a dizer.
— O que? Quem?
— O Robert! — soluçou chorando ainda mais.
Sem fazer perguntas, eu corri até o apartamento dela e vi vidro quebrado no chão da sala ao entrar. No meio do corredor que dava para os quartos, Robert estava desacordado no chão com a cabeça sangrando. Fui até ele e agachei ao seu lado.
— Pegue algo para estancar o sangramento! — pedi para a Lili que olhava para mim assustada.
Depois que ela saiu até a cozinha, eu chequei a pulsação de Robert vendo que ele estava vivo. Lili voltou com um pano e me entregou. O enrolei em minha mão e pressionei o local do ferimento.
— Chamou uma ambulância? — perguntei para ela.
— Ele ainda está vivo? — sua voz estava trêmula.
— Sim. Ligue para a emergência, depressa!
Ela foi até o telefone da sala e discou o número. O pânico dela era tanto que nem se lembrou de fazer coisas básicas para ajudar o seu marido, ela precisava mesmo de mim ali para orientá-la e deixá-la mais calma.
Ouvi ela repetir algumas vezes para a pessoa do outro lado que foi um acidente e que ele bateu a cabeça ao desmaiar.
Foram longos dez minutos até a chegada dos paramédicos que o colocaram em uma maca e o levaram até a ambulância. Como Lili estava muito ansiosa, eles permitiram que eu entrasse também para acompanhá-la.
Começaram os primeiros cuidados médicos e logo Robert começou a abrir os olhos e tentar mover as mãos.
— Senhor, por favor, tente não se mexer. — o paramédico pediu.