POR TRÁS DA VIDA FÁCIL

O Estrago

Graças a Deus o remédio está fazendo efeito e a infecção está sendo controlada. Eu estou aqui na recepção, minha mãe foi pra casa e a Eva está com Léo. Eu não consigo me levantar daqui e deixar ela sozinha, é o mínimo que eu posso fazer depois de tudo que causei.

Fiquei relembrando o dia que a conheci, ela com aquela desconfiança, eu só queria conversar com alguém que não me perguntasse sobre minha carreira. Ela me chamou atenção pela voz e pela beleza natural que só ela tem. E depois daquela surpresa que foi o Leo na minha vida. Depois me lembrei dos momentos felizes que passamos quando assumimos a relação, o brilho no olhar quando ela cantou na festa do Leo. Nossos momentos de intimidade. Ela definitivamente é a mulher da minha vida, talvez não seja para minha vida.

Eu cochilei e acordei com a enfermeira me cutucando dizendo que ela tinha ido pro quarto eu poderia ficar com ela.

Eu bati na porta

Juliette - Pode entrar

Rodolffo - da licença. Como você está.

Juliette - Bem, já não sinto tanta dor.

Eu balancei a cabeça em sinal positivo e ficou um silêncio nunca existido antes entre a gente antes.

Juliette - Leo está com a Eva?

Rodolffo - Sim

E novamente o silêncio.

Rodolffo - Eu vou sentar aqui se precisar é só me chamar.

Juliette - Tá bom

Eu me sentei e ela se virou para o outro lado.

Depois de uma meia hora se vira.

Juliette - Rodolffo

Rodolffo - Oi

Juliette - Me desculpa

Ela disse chorando

Eu me aproximei dela

Rodolffo - você não tem que pedir desculpas.

Juliette - Eu só queria te proteger da sujeira do seu pai. Eu acabei piorando tudo como sempre.

Rodolffo - Não se culpa Ju ele ser mal caráter é um problema dele e não seu.

Juliette - Rodolffo foi horrível

É começou a chorar e eu tbm

Rodolffo - Eu nem imagino o que vc passou. Foi ele que te fez perder o nosso bebê?

Disse secando minhas lágrimas

Juliette - Foi, ele foi me ameaçar eu fiquei muito nervosa e sofri o aborto. Eu juro que queria esse bebê.

Rodolffo - Eu não duvido Ju. Eu quero tanto apagar tudo isso te levar pra casa pro nosso quarto e dormir abraçado em você e esquecer tudo. isso.

Eu fui para abraçar ela

Juliette - Não me abraça Rodolffo, eu sou suja, infeliz e causo destruição por onde passo.

Rodolffo - Não fala assim por favor. Você não é nada disso.

Juliette - Eu dormi com seu pai pra proteger meu filho eu não tenho escrúpulos.

Rodolffo - Você não dormiu com ele, ele te forçou. Não foi?

Juliette - Ele me pediu pra fazer igual fazia com meus clientes, mais eu não consegui, e ele me obrigou. Eu não fiz nada para impedir eu deixei que usasse meu corpo como eu sempre fiz. Eu tenho vergonha de olhar pra vc.

Eu me afastei bati na parede de tanta raiva só de imaginar essa cena.

Rodolffo - Isso é forçar, sua reação foi a de qualquer mulher que tenha medo do que está acontecendo, a culpa não é sua.

Me dói ver ela se culpando pelo que aconteceu.

Enfermeira - Senhor Rodolffo pode vir aqui.

Eu fui até a enfermeira

Enfermeira - Essa aqui é a psicóloga Rosana ela vai acompanhar a Juliette.

Rodolffo - Prazer, vai ser bom, o que ela viveu foi muito forte eu estou até agora tentando digerir.

Eu fiquei na recepção e ela entrou no quarto pra conversar com a Ju.

Meu celular toca era minha mãe

Rodolffo - Oi mãe

Vera - Oi filho, seu pai é o ex da Ju já estão presos, parece q o ex dela já esteve preço por fraudar uma empresa e tinha fugido da cadeia. Seu pai está delirando só sabe falar da carreira dele dos sonhos frustrados.

Rodolffo - Fico mais seguro agora pela Ju pelo Leo.

Vera - Como ela está?

Rodolffo - O remédio fez efeito e tá no quarto já, mais muito abalada, está se culpando me afastando se sentindo suja, envergonhada, na cabeça dela, ela não ter impedido faz com que ela tenha aceito o que ele fez, agora uma psicóloga está lá conversando com ela.

Vera - Minha nossa eu como mulher me sinto mal por tudo que aconteceu e como esposa daquele desgraçado eu me sinto pior. Se pra  gente é difícil pra ela é mil vezes pior.

A enfermeira fez sinal me chamando.

Rodolffo - Mãe vou desligar tem gente me chamando.

Eu desliguei a chamada e fui até ela

Rodolffo - Oi aconteceu alguma coisa?

Enfermeira - Ela está em uma crise de pânico e chama por você.

Eu sai correndo, quando entrei no quarto a psiwestava tentando acalmá-la.

Juliette - Ro... Ro...

Rodolffo - Eu tô aqui eu tô aqui, respira fundo. Olha pra mim.

Eu a abracei e depois fiquei de frente pra ela. Ela foi se acalmando.

E a psicóloga colocou um sedativo. Ela rapidamente dormiu.Depois saíram eu me sentei na cadeira, exausto física e psicológicamente.