Capítulo 33

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Sophia estava neutra na situação, entre o luto e a vontade de sorrir novamente. Quando Micael não estava vendo, sua face se entristecia de um jeito surreal. Doeria bastante seguir em frente sem o pai!

— Princesinha? Hora de acordar! — Micael beijou o pescoço de Clara que se remexeu na imensa cama, não havia aberto os olhos e nem ousou a fazer isso. — Princesinha?

Clara foi acordando aos poucos, tinha a face levemente amassada pelos travesseiros. Santo cochilinho!

— O papai teve que acordar você, porque se não... Amanhã você não levanta. — Explicou à Clara que ainda seguia tentando acordar e raciocinar o que estava acontecendo.

— Mamãe. — Soltou enquanto observava seu lado intacto. Sophia não havia dormido com ela.

— A mamãe está na sala assistindo um filme. Por que não vai lá dar um abraço nela bem apertado? — Micael sorriu, viu Clara coçar os olhinhos e assentir, ajudou a pequena ao sair da cama, deixando Clara correr até Sophia, que estava na sala.

Clara parou em frente à mãe, ainda sonolenta. Subiu em cima de Sophia, que abriu os braços para receber a filha, lhe enchendo de beijos.

— Mamãe. — Colou seu rosto no rosto de Sophia, tateou sua pele.

— Oi meu amor. — Sorriu. — Você nanou bem? Sonhou com os anjinhos?

— Eu sonhei com o meu pintinho e a Clarissa! — Contou.

— Quem é Clarissa, amor?

— Minha neneca. — Deitou a cabeça no pescoço de Sophia, ainda com sono.

— Sua boneca? — Clara assentiu. — E você fez o cabelo dela enquanto a mamãe estava dormindo?

— Fiz.

— Aaah. Eu fiquei esperando você fazer as minhas unhas mas... Você dormiu! — Sophia brincou com Clara que deu de ombros, ainda estava com sono pelo sonho interrompido.

— Deu soninho, mamãe. — Bocejou.

— Nossa! — Micael apareceu na sala, sentando em sua poltrona de papai. — Quanta soneira! — Sorriu ao observar Clara, que já estava pegando no sono de novo.

— Amorzinho. — Sophia cutucou a pequena que resmungou. — O que você acha de irmos ao mercado comprar algo para jantar, hein?

Clara não respondeu.

— Clara, minha filha. — Cutucou a pequena novamente. — Falta pouco pra você ir para a cama de novo. — Disse calma. — Vamos chamar o papai para ir ao mercado com a gente?

A pequena assentiu, desistiu de continuar o seu sono mas não ousou em sair do colo da mãe. Sophia teve ela à todo o momento, em seus braços, manhosa até demais.

Saíram do apartamento para irem ao mercado mais próximo.

— Papai, a gente pode comprar o cereal da arara? — Micael colou Clara no assento indicativo para crianças, na ponta do carrinho. Empurrou o objeto metálico para dentro do mercado, com Clara na ponta.

— Podemos, claro que podemos. — Acompanhou Sophia, que entrou em um corredor de embutidos&enlatados.

Procurou atentamente por algo rápido e que fosse extremamente gostoso, porém, o seu reflexo permitiu que sua atenção à prateleira fosse totalmente interrompida!

Os olhos azuis vidraram na imagem loira da irmã, sozinha, com a cesta plástica do mercado entre os braços. Estava com a aparência ótima, nem parecia que havia perdido o pai.

Aposta de Amor - 2ª Temporada Onde histórias criam vida. Descubra agora