Aposta de Amor - 2ª Temporada

Capítulo 20

Sophia havia saído do longo banho de banheira com Micael, já que o mesmo estava vestido, pronto para irem embora. Sentou-se na cama, observando a ex-mulher se vestir, abotoando os botões da camisa social que estava usando.

— O que quer fazer quando vender a empresa? — Abotoou o último botão, ajustou as laterais da blusa.

— Comprar uma fazenda. — Rolou os olhos.

— Como? — Sophia achou graça enquanto dobrava as mangas da blusa. — Você vai virar um fazendeiro anti-social?

— Ei! Eu não sou anti-social. — Reclamou, o que a fez rir mais ainda. — E qual o problema de comprar uma fazenda?

— Te conheço, Borges! Eu sei que você não vai comprar uma fazenda. — Emitiu um olhar intrigante ao ex-marido, indo atrás dos sapatos. — E mesmo que você comprasse uma fazenda, você não aguentaria viver longe da cidade grande.

— Eu adoraria viver longe da cidade grande. Eu já me irritei demais com planilhas, bolsa de valores, dinheiro, muito dinheiro. — Deu ênfase. — Você não gostaria de me visitar em uma fazenda?

— Pra gente fazer sexo no meio do milharal? Acho que não. — Torceu o nariz. — Eu fiquei pensando na viagem que você disse, no dia do jantar super agradável com a Sheron. — Revirou os olhos igual a filha.

— Ainda vamos fazer a viagem, claro. — Micael se levantou, buscou a chave da Ferrari. — Mas ainda precisamos escolher o destino, vou ter bastante tempo livre quando eu vender a empresa. — Sophia sorriu com aquilo.

Saíram do quarto de motel, indo até a recepção.

— Nunca mais me traga nesse lugar, entendeu? — Sophia cutucou o braço forte de Micael, por cima do terno. Ele riu leve, negando com a cabeça.

— Pode deixar, meu amor. — Sorriu. — Mas eu sei que, no fundo, você gostou. — Entregou a chave para a mulher da recepção, que agradeceu com um aceno.

Sophia revirou os olhos enquanto Micael ria gostosamente.

Longe dali, Sheron estava em sua pequena empresa matutando onde Sophia poderia estar, ainda mais ocupada. Decidiu pesquisar sobre sua nova obra mas foi interrompida por sua secretária, entrando descontroladamente em sua sala.

— Senhora Sheron... — Entrou sem bater, o que lhe irritou.

— Eu já não disse pra bater na porta antes de entrar? — Cerrou os dentes e mexeu levemente a cabeça para a esquerda.

— Me desculpe. — Abaixou a cabeça. — Tem uma moça querendo falar com a senhora. — Avisou.

— Sophia Abrahão? — Sheron se levantou.

— Não. Não é Sophia Abrahão, senhora Sheron.

— Então quem é, criatura? — Franziu o cenho. — Não estou esperando ninguém.

— Ela está com um bebê e quer falar com a senhora.

Sheron achou estranho, bem estranho!

— Mande ela entrar. — Advertiu.

A secretária de Sheron assentiu rápida e pediu para a moça entrar. Embicou o carrinho de bebê primeiro, entrando na sala. Ela não conhecia aquela menina e muito menos não sabia o que ela queria também.

— Pois não? — Sheron se apoiou na mesa, cruzou os braços.

— Olá, Sheron! Você não deve me conhecer mas eu te conheço muito bem. — Deixou o carrinho de bebê ao lado.

— Eu não faço a mínima ideia de quem é você. Te devo algum dinheiro? — Foi debochada e irônica.

A menina ofereceu sua mão, para um aperto.