A última vez que Naruto ficara tão ansioso assim fora na ocasião do seqüestro de Hanabi e Konohamaru, meses atrás. Durante aquele calvário, as horas transcorreram com enervante lentidão, sem que ele soubesse do paradeiro de seus amigos ou mesmo se os veria de novo.
De igual maneira, aquela noite parecia arrastar-se, enquanto andava, de um lado para outro, no apartamento de Hinata, imaginando aonde ela poderia ter se metido.
Quando telefonara para Hanabi, logo depois de ter sido informado de que Hinata estava desaparecida, ela procurara aplacar-lhe o medo. Assegurara que escapar por algumas poucas horas, ou mesmo por alguns dias, não era nada para Hinata, que agia assim, de forma irregular e imprevisível, desde que terminara a faculdade. Nem mesmo contava a Hanabi onde estivera nessas ausências, mencionando apenas que algumas vezes tinha de "escapar da jaula", o que quer que isso pudesse significar.
As preocupações de Naruto não diminuíram com essa informação.— Acha que ela decidiu enganar meu segurança? Mesmo sabendo dos motivos para as precauções extras, no momento?
— Acredito que foi exatamente isso que minha irmã fez Naruto. Hinata reagiu de um jeito um tanto engraçado quando a convidei para passar a noite comigo e com Konohamaru. Foi muito evasiva. Eu devia ter imaginado que tramava alguma coisa.
— Não tem idéia de onde poderíamos procurar?
— Receio que não. Além disso, Hinata ficaria furiosa se fôssemos atrás dela quando quer ficar sozinha.
— Não estou nem um pouco preocupado com isso. Importo-me com a segurança dela.
— Posso garantir que ela está bem, Naruto. Hinata só precisava de algum tempo para si mesma. As últimas semanas não foram fáceis, afinal.Hanabi falava com confiança, porém Naruto julgou ter notado uma ponta de ansiedade em sua entonação. Hanabi, como todas as pessoas, sabia dos riscos de estar envolvida com um multimilionário. Os muito ricos sempre precisavam se manter atentos à segurança, e enquanto o cérebro por trás do seqüestro anterior estivesse à solta, havia razões redobradas para Hinata ser cuidadosa. Eram mínimas as chances de Toneri se arriscar a tentar de novo o mesmo golpe criminoso, mas Naruto confederava a possibilidade bastante provável, tanto que tomara precauções extras. Vaguear pela noite, sozinha, sem revelar a ninguém seu paradeiro, não era modo de Hinata cooperar.
— Esperarei no apartamento dela, enquanto Sai e seus homens a procuram — ele comunicou, num tom brusco, ao telefone.
Hanabi não fez esforço para esconder sua contrariedade.
— Ela não vai gostar nada disso.
Naruto já caminhava para a saída, com as chaves do carro na mão, sem desligar o telefone sem fio.
— Não dou a mínima! Quer que eu ligue quando a encontrarmos?
— Por favor. Não importa a hora. Mesmo assim, acho que minha irmã está bem.Se Hinata tivesse enganado os guarda-costas de propósito só para provar que podia fazer isso, não haveria de estar tão bem no instante em que Naruti a encontrasse. Ele iria tirar-lhe o escalpo, ao menos no sentido figurado. Para ser sincero, só esperava que pudesse ter a oportunidade de passar-lhe um sermão.
Duas horas depois do telefonema, Naruto percorria os poucos cômodos da casa de Hinata, com as têmporas latejando na proporção direta de sua preocupação. Era mais de uma hora da manhã. Onde ela havia se metido?
E com quem estaria?
Precisando fazer alguma coisa, mesmo que fosse pouco produtiva, pressionou o botão de rediscagem de seu telefone, que indicava o último número que chamara, vinte minutos atrás. Sai Hatake, chefe da segurança da Uzumakis Enterprises, atendeu ao primeiro toque.— Ainda não a localizamos — disse Sai, sem esperar que seu patrão se identificasse.
Naruto sabia que Sai estava impaciente com aquela incumbência. Fora afastado de outro projeto tão logo Naruto o informara que Hinata estava desaparecida. Sai sugerira que seus subordinados fossem procurar pela namorada de fachada do patrão. Em contrapartida, Naruto insinuara que Sai poderia procurar por outro emprego, uma ameaça que era um blefe, pelo menos em parte.
Sai assumira a procura por Hinata sem mais protestos, como Naruto sabia que iria acontecer.
Após ser atualizado nos detalhes da busca, Naruto ordenou a Sai que seguisse avante. Em seguida, desligou e continuou a andar de um lado para outro. Estava tentado a chamar as autoridades locais e pedir ajuda, mas podia estar se precipitando. Hinata sumira fazia poucas horas, e não existiam evidências de que não tivesse apenas saído para um passeio.
Naruto também sentia uma necessidade urgente de ir à procura dela, em pessoa. Porém, seu lugar era ali, coordenando a busca por trás da cena. Ali, onde estaria a postos para recebê-la, quando e se ela voltasse. O que era melhor que acontecesse logo, pensou, jogando o aparelho no sofá, num acesso de ira.
Tornou a apanhá-lo, de um salto, quando o telefone soou, uma hora depois.
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Em nome do Amor
FanfictionPara não partir meu coração... Sair com Naruto Uzumaki deveria ser apenas uma estratégia, algo para dar o que falar aos tablóides sensacionalistas. Mas Hinata nunca imaginara que pudesse se apaixonar pelo atraente empresário. E embora tivesse prome...