Capitulo 13 - Último

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Hinata não se deu ao trabalho de tentar se esconder ao deixar o apartamento, na sexta-feira à noite. Saiu balançando as chaves do carro na mão. Agora que soubera Toneri Ootsutsuki havia sido capturado e estava atrás das grades e, ela e Naruto não se viam mais, duvidava que continuasse sendo seguida pelos guarda-costas daquele jeito obsessivo, como fora antes do casamento.
Não podia passar outra noite sozinha, na calma e no isolamento de seu lar, agora assombrado pela presença invisível de Naruto, sobretudo seu quarto. Assim, vestira um top vermelho decotado e uma minissaia preta, calçara as sandálias de solado grosso, afofara os cabelos, passara uma maquiagem esfumaçada e se enfeitara com bijuterias espalhafatosas. Tinha de sair.
Havia um lugar ao qual sempre ia quando se sentia deprimida. E sabia que seria bem-vinda lá, recebida de braços abertos e sem cobranças.
Hinata estacionou entre duas picapes, do lado de fora de um estabelecimento de aspecto rústico, nos arredores de Little Rock. Em pleno verão, ainda estava claro às oito da noite, mas, mesmo que estivesse escuro, não teria preocupação alguma em entrar sozinha. Conhecia bem o local e sabia que, se quisesse um acompanhante, seria fácil arranjá-lo. Ali era o local para onde ia sempre que precisava fugir do estresse de fingir estar envolvida com Naruto.
Lá dentro, as luzes brilhavam e o barulho era ensurdecedor.
Hinata se dirigiu direto às mesas de sinuca, procurando seu amigo Shino.

— Olá, parceiro.

Ao se voltar, Shino abriu um largo sorriso.

— Ei, Pimentinha! Está linda de morrer, sabia?

Ela ergueu o rosto, para receber o beijo na face.

— Obrigada.
— Qual é o problema? — O rapaz examinou-a com olhos que eram muito mais perceptivos do que sua aparência indicava. — Você está bem?
— Acho que poderia dizer que estou sofrendo de coração partido. Preciso de um pouco de sinuca, de música, de cerveja e amizade para me consolar.
— Quem foi o palhaço que a magoou, Pimentinha? Não foi o tal caubói de novo, foi?
— Não, Shino, terminei com Kiba faz tempo. E outra pessoa. Mais um erro imbecil de minha parte. Mas deixe para lá. Vamos aos tacos?

Shino assentiu.

— Está com o coração partido e agora quer eu acabe com seu orgulho?
— Veremos quem vai ficar com o orgulho no chão, rapaz.

Sem demora, Naruto avistou Hinata à mesa de sinuca. Quando ela ia apanhar a caneca de cerveja, ele se adiantou e pegou-a antes. Hinata voltou-se, espantada, e empalideceu.

— Isto é seu? — ele perguntou, num tom suave, segurando a caneca longe dela.
— O que você... como foi que... Resolveu me seguir até aqui, não é?!
— Bem, para ser exato, mandei segui-la. Lugar interessante... Vem sempre aqui?
— Vá embora! — ordenou mais desesperada do que zangada. O gigantesco Shino aproximou-se por trás de Hinata, com uma expressão de intimidar um tanque de guerra.
— E esse o sujeito, Pimentinha? Aquele que partiu seu coração?

Naruto deduziu que havia uma grande chance de estar prestes a ser trucidado. No entanto, encontrou algum consolo nas palavras que o homem acabara de dizer.

— Ela falou que a magoei?
— O que o faz pensar que eu estava me referindo a você?!

Naruto sorriu.

— Querida, eu sei que estava.

Shini deu um passo à frente, e Naruto quase podia jurar que o chão tremia sob seus pés.

— Eu e os rapazes aqui não gostamos de gente que magoa nossos amigos, não é, camaradas?
— Não, não gostamos. — Sasori Akuna avançou, com os pés afastados e as mãos apoiadas num quadril inexistente, tentando passar um ar de ferocidade igual ao do grandalhão. — O que ele lhe fez, Pimentinha?
— Pediu-me em casamento! — Hinata exclamou, ainda encarando Naruto.

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