Capitulo 12 - Penúltimo

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Ao deixarem a festa, Hinata e Naruto seguiram para o apartamento dela. Hinata, dessa vez, o convidou para tomar um café. Ele, claro, aceitou de imediato. Mesmo porque, tornava-se mais e mais difícil afastar-se dela.
Tanto que, assim que entraram, Naruto não se conteve e enlaçou Hinata. Seus dedos se enterraram nos cabelos dela, e com a outra mão acariciou-lhe o queixo.

— Devo dizer-lhe que quero uma coisa — afirmou, com a boca muito perto da dela. —... Mas não é café.

Naruto percebeu que Hinata continha o fôlego. Os olhos, em alerta e arregalados, encontraram os dele. Ficou feliz por ver que estavam lúcidos e não mais enevoados pelo champanhe ou por qualquer vestígio emocional da cerimônia. Hinata sabia muito bem o que ele queria, compreendia o que estava acontecendo, ou poderia acontecer, entre os dois.
Tinha consciência, também, de que Naruto iria deixar que ela tomasse a iniciativa.
Naruto continuava imóvel, fitando-a com intensidade, o rosto a centímetros do dela, esperando por um sinal. Ela o puxaria para perto ou o afastaria?
Gemeu de satisfação quando Hinata ergueu os lábios e colou-os nos seus.
Hinata não tinha certeza de ter a firmeza necessária para mandá-lo embora. Não essa noite. Mas, se fosse cuidadosa, acabaria cedendo ao impulso de entregar-se a ele, sem transformar sua vida para sempre ou ficar com o coração partido. Era uma simples questão de manter em perspectiva que ela e Naruto estavam juntos apenas por enquanto. Que não havia futuro para eles.
Uma vez só teria de ser suficiente.
Segurando-lhe o rosto, ela deu-lhe um beijinho suave.

— Alguma vez lhe mostrei o restante de meu apartamento?
— Não.
— Não há muito o que ver... Só um pequeno quarto. Mas a cama é grande o bastante para dois.

Uma estranha emoção se apossou de Naruto, que, no entanto, continuou imóvel. Em dúvida, perguntou:

— Está me convidando para ficar?
— Sim, se quiser.
— Acho que você sabe a resposta.
— Fique, então.
— Precisamos conversar.

Ela o beijou de novo, insinuando a língua entre os lábios dele e comprimindo os seios contra aquele peito arfante.

— Já conversamos muito, Naruto.

Ele a abraçou com força, mordiscando-lhe o pescoço.

— Espero que não seja o champanhe falando.
— Não é, posso garantir. — Estendeu-lhe a mão. — Venha conhecer meu quarto, Naruto.

Ele se ergueu, agora sem hesitar.
Mesmo ainda meio adormecida, Hinata teve a sensação de que havia um motivo para não querer despertar, naquela manhã de domingo. Enfiou-se entre os lençóis, tentando dormir mais um pouquinho, mas algo estava errado. Sempre dormia de camiseta e calcinha, jamais nua. E não usava nada sobre o corpo, naquele momento.
Com um bocejo preguiçoso, abriu as pálpebras, percebendo que o sol filtrava-se pelas cortinas. Não ouvira Naruto levantar-se, mas achava que ele devia ter se esgueirado para fora do leito em algum momento, durante a madrugada. Fosse para dar a ela alguma privacidade pela manhã, fosse porque não quisesse estar ali sem nada para vestir a não ser o smoking da festa. Hinata não saberia dizer, mas estava contente por não precisar encará-lo ainda.
Não se culpou pela atitude que tomara. Houve, na decisão de entregar-se a ele, uma sensação de inevitabilidade. Ambos tinham enveredado por aquele caminho desde que ela concordara em passar por namorada de Naruto. Podia dar a isso o nome de curiosidade ou de proximidade, ou até de uma monumental falha de julgamento, mas soubera, desde o início, que isso acabaria acontecendo. Como sabia que, uma vez que tivessem satisfeito a curiosidade, ou que quer que fosse que os atraía, os dois seguiriam caminhos separados.
Levantou-se e seguiu para o banheiro. Não se demorou escovando os dentes, tomando um banho e amarrando os cabelos molhados num rabo-de-cavalo. Concentrou-se em recompor as idéias, analisar os sentimentos para mantê-los sob controle e para ensaiar o que diria quando tornasse a falar com Naruto.

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