Guarda baixa,dia 10

411 52 1
                                    

Ooi gente,titio Matty aqui e hoje eu trago mais um combo pra vocês e detalhe...
Tem HOT
Sim Galerinha, tem um hot maravilindo aí...enfim,se divirtam...

XOXO do tio Matty

******

Capítulo 9


– Qual é a sua? – Castiel dispara para mim.
Estou sentado no chão da sua sacada, com a minha roupa de academia, tentando meditar um pouco e ignorar o frio massacrante daquela manhã.
– É cedo demais para essa merda. – Eu digo, ainda de olhos fechados mantendo a posição de meditar. Castiel fica em silêncio, mas sei que ele ainda está ali pois sinto sua presença pairando perto de mim.
– Ótimo. – Ele diz.
Abro os olhos e dou de cara com os joelhos de Castiel. Ele está parado de pé na minha frente, tão perto que tenho certeza que ele pode sentir a minha respiração. Ergo a cabeça vendo suas coxas, então seu short e o volume nele, e seu abdômen já que ele está sem camisa. Mordo o lábio inferior e finalmente encaro seu rosto. Ele está me encarando fixamente com um sorriso convencido, e eu me dou conta do que ele está fazendo. Usando poucas roupas, se exibindo por aí, para me fazer mudar de ideia sobre nós, mas ele precisa entender que eu não vou ceder.
Levanto, limpando as mãos no short. Eu cruzo os braços e o encaro.
– Precisa de algo? – Pergunto, pois ainda trabalho para ele.
– Preciso de várias coisas... – Ele sussurra, sugestivamente. Me surpreende que ele está realmente tentando me convencer. – Mas agora, preciso ir para a academia.
– Certo. Eu levo você.
Castiel veste uma camisa e um casaco moletom, ele já estava de tênis. Aproveitei para preparar uma vitamina durante esse período. A academia não ficava longe. Castile tem um personal para seus treinos de crossfit. Fico ali perto, apenas observando enquanto Castiel é instruído pelo personal a fazer suas séries. Quando percebo que nada vai sair do controle, pego uma corda e começo a pular, treinando também. Sigo fazendo exercícios livres, como abdominais, agachamentos e flexões, sempre de olho no superstar.
Uma turma pequena começa a se formar ali perto para uma aula de muay thai. O professor me vê interessado e me convida a participar. Alguém me empresta um par de luvas, e quando dou por mim, estou socando e chutando firmemente algum saco de areia. Faz tanto tempo que eu não lutava, que a sensação chega a ser revigorante.
Do nada, Castiel aparece e segura o saco de areia para que eu possa socar. Ele dá um sorrisinho, quando eu paro.
– Já acabou seu treino? – Pergunto. Ele apenas assente.
– Aproveitando que estamos aqui... Você pode me ensinar algumas técnicas de autodefesa? – Castuel pede enquanto me ajuda a retirar as luvas. Eu arqueio as sobrancelhas, chocado com o pedido. – Sem armas. – Ele ergue ambas as mãos.
É, talvez ensinar autodefesa seja mesmo uma boa forma de torná-lo um pouco mais precavido, sem que Balthazar queira arrancar a minha cabeça.
Devolvo as luvas à moço que me emprestou e sigo até a recepção da academia, Castiel vem atrás de mim. Paro no balcão e peço para alugar por uma hora alguma das salas. Passo meu cartão pelo tempo, e ela me entrega uma chave digital.
– Isso é um sim? – Castiel pergunta atrás de mim, conforme sigo para a sala alugada.
Quando entramos, vejo a parede de espelho que vai do chão ao teto. Alguns sacos de areias, esteiras e trampolins estão no canto. O piso é de tatame, por isso instruo Castiel a ficar só de meias.
– Muito bem. As técnicas de autodefesa só devem ser usadas se você puder fugir. Não adianta derrubar seu oponente se você não tiver para onde fugir, e ele vai te matar. Empurrar os dedos nos olhos ou nariz, pressão na garganta, joelhada na virilha ou pisar no joelho, sempre vai te abrir vantagem para fugir. – Explico. Mostro cada um dos golpes e Castiel os repete, um pouco sem jeito. – Você precisa saber dar um soco. Apenas um e certeiro, para desestabilizar seu oponente.
Puxo a mão de Castiel e mostro para ele como dobrar as juntas dos dedos e colocar o polegar sobre os dedos indicador e médio. Coloco seu punho reto com seu braço, para mostrar.
– Agora, use o peso do seu corpo para empurrar o soco, e você deve usar os dedos indicador e médio como ponto de impacto para o soco. Assim sua mão vai doer menos. – Eu aponto para que ele utilize o saco de areia. Castiel o faz, e sorri maravilhado com a força utilizada. Me aproximo por trás e seguro os lados de seu quadril com ambas as mãos. Ele estremece com o toque, mas ele finge que não acontece e eu finjo que não percebi. – Quando executar, use o quadril como equilíbrio e força. Vai, de novo. – Quando ele soca novamente, giro seu quadril para ilustrar.
Me afasto e deixo que ele continue dando socos, sozinho. Apenas dou instruções para pequenos ajustes quando necessário.
– Agora, levando isso para a prática. – Eu o chamo. Fico de frente para ele. – Em caso de ataque frontal, por exemplo seu oponente vai te dar um soco. Você não vai segurar ou desviar. Precisa interromper o soco com um braço e ao mesmo tempo revidar com o soco que acabou de aprender. – Eu mostro, e nós repetimos o movimento até ele entender. – É importante não baixar a guarda. Nunca.
Castiel é bastante atencioso e obediente. Faz o que eu peço, repete os movimentos, e quando não consegue, ele os executa até conseguir, sempre me perguntando se está certo.
– Esse é importante. Caso alguém tente agarrar você por trás. – Digo, indo atrás dele. – Provavelmente em caso de sequestro, tentariam te apagar. O golpe do clorofórmio, que é rápido. Por isso, se sentir o braço de alguém por cima do seu ombro, você puxa até que passe sobre você. Você é forte e sei que consegue. – Explico, colocando o braço sobre o ombro dele. Castiel segura com uma mão e simula o movimento. – Com as duas mãos. Vamos, lá. Pode fazer, eu aguento,sou forte.
Castuel segura meu antebraço com as duas mãos e me puxa. É surpreendentemente forte e rápido, e acaba me fazendo capotar por cima das suas costas e caindo de costas no tatame, na frente dele.
– Caraca, você é bom! – Eu exclamo, pelo impacto. O tatame fez com que a dor se dissipe rapidamente. Castiel se ajoelha ao meu lado, a expressão preocupada.
– Ah, meu Deus! Eu machuquei você? – Ele espalma as mãos em meus ombros.
– Não, você executou com perfeição. – Eu faço um “ok” com a mão.
– Sinto muito, Dean. – Ele diz, eu reviro os olhos.
Segurando os braços de Castiel eu inverto as posições e sento sobre ele, colocando seus braços presos entre o chão e meus joelhos. Ele arfa em surpresa, mas eu sou rápido e ele já está preso entre mim e o chão. Levo o antebraço e pressiono sua garganta, aproximando nossos rostos.
– Eu já disse para não baixar a guarda. – Eu digo. Castiel se dá por vencido, me encarando sem dizer nada. Após alguns segundos, eu folgo o aperto de meus joelhos, o libertando.
Castiel usa as mãos, agora livres, para segurar minha cintura e me empurrar, invertendo nossas posições outra vez. Ficando em cima de mim, ele investe o corpo contra o meu e segura meus pulsos acima da minha cabeça, no chão.
– Eu sei. – Ele arfa, aproximando o rosto do meu. Meu coração está disparado, pela surpresa da inversão, e mais ainda por saber que ele vai me beijar.
Castiel roça seus lábios nos meus e se afasta, sem consumar o beijo. Então ele busca meus olhos com os seus, e eu o encaro com tanto desejo que ele se rende e me beija de verdade. Como a erupção de um vulcão, Castiel afunda seus lábios nos meus. Ele me solta e apoia o antebraço no piso, ao lado da minha cabeça para não jogar o seu peso sobre mim. Abro as pernas e em um movimento rápido inverto as posiçõe,deixando ele embaixo de mim, flexiono os joelhos, abrigando seu quadril entre as minhas pernas. Levo as mãos aos ombros de Castiel e o abrigo embaixo de mim. Sua língua busca pela minha, avidamente. Sinto meu corpo arrepiar em resposta.
Por cima dele, sentado em seu colo, continuo o beijando. Levo minhas mãos até sua bunda e me empurro contra sua pélvis,já sentido seu volume em encontro do meu.
Alguma consciência passa pelo meu cérebro e eu desperto da loucura que é aquilo. Me afasto de Castiel, levantando. Vou até a minha bolsa de ginástica e observo de longe, Castiel levantando do chão. Seu short de treino deixava evidente o volume entre suas pernas,assim como o meu.
– Vamos embora. – Digo, arfando pela intensidade do momento. Dou a minha bolsa para ele. – Leva isso.
– Por quê? – Ele pega a bolsa, mesmo perguntando. Eu dou uma olhada em sua calça e ele assente, as bochechas vermelhas.
Saindo da sala, devolvo a chave à recepcionista e entro no banheiro. Jogo água gelada no rosto e na nuca, aliviando a tensão. Respiro fundo e saio.
Vários minutos mais tarde já estou estacionando no prédio, após o silêncio sepulcral durante a viagem de carro. Não me atrevi olhar para a calça de Castiel para saber a quantas andava sua ereção.
– Sabe que não vai poder ignorar isso para sempre. – Castiel diz, enquanto estamos à sós no elevador. – Moramos no mesmo lugar.
– Ignorar o quê? – Disparo.
– Esse sentimento. Não adianta fingir que não sente. – Castiel fala, quase indignado por eu estar tentando ser uma pessoa sensata.
Quando entramos no apartamento, Balthazar está na sala, olhando um computador. Ele parece preocupado. Posso ler em seu rosto que algo está errado, principalmente considerando que Balthazar é praticamente inabalável. Bem, pelo menos em circunstâncias normais.+
– O que aconteceu? – Pergunto, me aproximo da tela para ver o que o aflige, Castiel também me acompanha.
A tela, dividida em quatro imagens, mostra uma gravação das câmeras de segurança do hall, perto do elevador. Em silêncio, Balthazar  passa as imagens até aparecer Castiel e eu saindo do apartamento algumas horas antes. Ele acelera as imagens, e 24 minutos após a nossa saída, alguém aparece.
– Ele esteve aqui novamente. – Balthazar narra as imagens. A pessoa vestindo roupas pretas, igual da última vez, usa luvas e máscara quando sai da escada de incêndio e vai até a porta principal do apartamento. – Ele tentou a senha três vezes, o que ativou o modo de segurança do apartamento. Então desistiu e foi embora. Não há rastro dele em outras câmeras do prédio, é como se ele sumisse.
– O que é o modo de segurança do apartamento? – Castiel pergunta.
– Quando cheguei, pedi que trocássemos a empresa das câmeras de segurança. Instalamos novas câmeras, escondidas dessa vez e um novo sistema de segurança que tranca todo o apartamento durante uma hora, caso tentem e errem a senha três vezes. Não é possível abrir as portas ou janelas de acesso externo. Passada essa hora é possível reabrir, utilizando a senha. Mas se continuarem insistindo na senha errada, a casa acrescenta mais uma hora no tempo de segurança para cada erro. – Explico, rebobinando o vídeo do computador, tentando pegar algum detalhe do Psicopata que nos desse uma dica pessoal.
– Quando cheguei, o lugar ainda estava no modo segurança, precisei aguardar. – Balthazar explica. – Isso significa que o plano da Dean de trocar as senhas e apenas nós três sabermos, deu certo.
– Eu não sei... Isso é um pouco amador. – Eu reflito, pensativo.
– Como assim? – Castiel me estimula a explicar meus pensamentos.
– Se essa pessoa esteve aqui antes, entrou no apartamento e deixou o coração de borracha, ele deveria saber que medidas de segurança seriam tomadas. Que não seria tão fácil entrar de novo. – Esclareço, andando pela sala. Não faz nenhum sentido repetir o modus operandi já que ele deveria imaginar que estaríamos a postos.
– Bem, vai ver essa pessoa não conhece você e sua genialidade em termos de segurança. – Castiel explana a resposta óbvia. Mas a resposta óbvia nem sempre é a resposta certa.
– É. Isso, ou não era a mesma pessoa que esteve aqui da última vez.

*******

O Guarda Costas (Ganhador do Prêmio Wattys 2022) [Destiel] [CONCLUIDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora