Para sempre, dia 18

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Capítulo 15


Quando abro os olhos, estou tonto. Levo alguns segundos para despertar.
– Dean?! – Chamo por ele, mas não a vejo em lugar nenhum.
Então percebo que estou no meu quarto, deitado na cama. Abrindo os olhos com mais atenção, vejo que estou na minha cama. Vejo meu tapete e as paredes pintadas, além dos móveis e até meu violão está no mesmo canto que deixei.
Será que Dean nos salvou enquanto eu estava apagado?
Levantando da cama, vou até a minha janela e puxo as cortinas esperando a vista do centro de Lawrence, mas quando vejo, nada aparece, apenas uma parede de concreto. Sem entender, abro a porta do closet, dando de cara com outra parede de alvenaria. Na porta do banheiro faço o mesmo e obtenho o mesmo resultado. A única porta de verdade é a de saída do quarto, mas está trancada. Parece que todos os móveis foram comprados e distribuídos pelo cômodo para ser um réplica do meu quarto no meu apartamento.
Onde está o Dean? Será que ele está bem? Por quê não está aqui comigo?
– Alguém me tira daqui! Socorro! – Começo a bater na porta.
Então ouço o barulho do trinco. Dou alguns passos para trás. Tento me armar com o abajur mas ele está grudado na mesinha, quase como se tivesse sido pregado lá.
Quando a porta é aberta, Samantha, a fã de quem Dean desconfiava, aparece segurando uma bandeja em uma só mão.
– Boa noite, meu amor. – Ela sorri de um jeito quase doce, enquanto deixa a bandeja sobre a cama. Seu sorriso psicopata me assusta mas eu tento disfarçar. – Aqui está sua comidinha, não pode ficar fraco.
– Samantha... – Consigo dizer, vendo as trancinhas em seus cabelos quase angelicais. Ela sorri, quando eu a chamo. – O que é isso? Onde está Dean? Ele está... Vivo?
– Bem, ele está vivo... Ainda. Não se preocupe, depois dou um jeito nele. – Samantha fala, inexpressiva. Mas eu sinto tanto alívio por saber que ele está bem, que solto um suspiro.
– Não faça nada com ele, por favor. – Peço, com as mãos unidas. – Por quê você está fazendo tudo isso?
– Está confuso ainda? Deve ter sido a pancada, posso arrumar um kit médico para verificar seu machucado. – Samantha dá ombros. Toco minha cabeça e sinto o sangue seco e o começo de um cascão ali.
– Samantha, você está me mantendo aqui? – Pergunto e ela apenas assente. – Você me sequestrou? Por quê?
– Ora... – Ela dá uma risada assustadora. – Não seja bobo! Você é meu ídolo e agora você é meu. – Ela diz com a voz séria, de repente.
– Samantha, não faça isso... – Tento negociar, com a voz sutil. – Que tal se me deixar ir? Prometo que não conto a ninguém nada disso... Você pode ir nos meus shows, se quiser eu posso até...
– Cala a boca! – Samantha berra, puxando uma pistola do cós da calça. Ela aponta na minha direção com os olhos arregalados. Reconheço como a arma de Dean. Ergo as duas mãos para mostrar que estou rendido. – Você é meu, entendeu? Só meu! Ninguém vai tirar você de mim... Você vai ver, logo, logo estará apaixonado por mim, e vamos viver aqui para sempre!
– Samantha...
– ... Para sempre! Vamos casar e ter filhos! Você vai ver como não vai viver sem mim!
– Samantha...
– ... Então seja um bom garoto e coma a sua comida! – Ela ordena, mas eu inflo o peito para dizer:
– Só como, se alimentar o Dean! – Meu coração está disparado com o enfrentamento. Mesmo assim, vejo que a arma está travada, bem como Dean me ensinou certa vez.
– Do que você está falando? – Samantha sorri com um olhar totalmente fora de si. Ela está louca.
– Se você não o alimentar e não mantê-lo vivo, eu não vou comer e vou morrer... – Eu mal respiro, enquanto a confronto. – Se eu morrer, quem é que vai ser o seu marido, afinal?
Samantha me encara em silêncio, com a arma apontada para mim. Então ela dá alguns passos para trás, e abaixa a arma quando está na porta. Ela saltita como uma criancinha e dá de ombros.
– Tudo bem, vou deixar ele viver. Quando me cansar dele, então darei um jeito. – Ela mexe no próprio cabelo. – Vou ser uma boa menina se você for um bom garoto e comer sua comida.
Então ela sai, e eu sento na cama.
Eu estou muito ferrado, mas espero que Dean esteja bem. Só ele pode nos salvar daqui.

O Guarda Costas (Ganhador do Prêmio Wattys 2022) [Destiel] [CONCLUIDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora