𝙍𝙐𝙉𝙉𝙄𝙉𝙂: 𝘼𝙢𝙤𝙧 𝙖 𝙏𝙤𝙙𝙖 𝙑𝙚𝙡𝙤𝙘𝙞𝙙𝙖𝙙𝙚 - [𝘒𝘢𝘵𝘦𝘭𝘦𝘯𝘢]

𝘌𝘶 𝘦𝘴𝘵𝘳𝘢𝘨𝘶𝘦𝘪 𝘵𝘶𝘥𝘰

Pov Yelena

Depois de um dia extremamente cansativo, pelo treino e as inúmeras reuniões que tive, na tentativa de conseguir patrocinadores para o projeto de Kate, recebi um convite do meu pai para um jantar em famíla. Minha irmã, Natasha, acabou de voltar da Rússia, e meu pai estava muito animado para reunir a família de novo. Bom, quase. Minha mãe ainda está um pouco doente, então ela prefere ficar no quarto.

Passo pelos portões da linda mansão Romanoff-Belova, onde cresci e vivi por um bom tempo, antes de conseguir comprar a minha casa. Posso ter crescido um pouco mimada, mas tudo que tenho hoje foi fruto do meu trabalho. Meu pai sempre me apoiou e me ajudou muito, mas eu não teria conseguido sem meu próprio esforço.

Estaciono meu carro em frente ao jardim de entrada, cumprimentando o jardineiro e seguindo para a porta, que logo se abre, revelando meu pai com um sorriso de canto a canto no rosto.

- Yelena! Estávamos te esperando, filha. - diz animado, puxando-me para um abraço desajeitado. - Como você está, minha querida?

- Estou bem, papai. - digo me soltando de seu aperto. - Não me aperte tanto... - peço sem jeito, fazendo-o rir.

- Vamos! Sua irmã já chegou. - ele avisa, andando na minha frente.

Saindo do hall de entrada, logo avisto Harley, jogada no sofá da ampla sala de estar, mexendo no celular. Ela parecia entretida, digitando com uma rapidez impressionante.

- Oi, Harl! - sorrio animada por vê-la.

- Oi. - ela responde seca, sem tirar os olhos do aparelho.

- Como você está? - tento puxar assunto, sentando-me no sofá, ao seu lado.

- Estava ótima, até você chegar. - responde sem humor, levantando-se rapidamente e saindo da sala.

Suspiro pesadamente. Eu não estou irritada pela forma que ela me tratou. Na verdade, isso sempre acontece. Quando éramos crianças, não nos desgrudávamos por nada, sempre estávamos juntas o tempo todo. Mas desde a nossa adolescência Harl começou a me odiar. E eu não faço ideia do motivo. Já tentei conversar com ela sobre isso, pedi desculpas por ter feito sei lá o que, mas sem nenhum sucesso, já que que não conseguimos trocar mais de duas frases antes dela sair do ambiente e me deixar sozinha.

Harley é minha irmã gêmea, mais nova por 15 segundos, era para nossa ligação ser ainda mais forte. Eu sinto muita falta da minha irmã. Mas sou compreensiva com ela. Harl foi diagnosticada com TDAH com 8 anos de idade. Entendo que as coisas sempre foram mais difíceis para ela. E na sua adolescência, ela ainda desenvolveu uma depressão, que a acompanha até hoje. Não há pessoa no mundo que eu ame ou me importe mais do que ela. Queria poder dizer isso a Harley um dia, sem ser desprezada...

- Irmãzinha, você fica mais bonita a cada vez que eu te vejo. Claro, não mais do que eu. - Natasha diz sorrindo ao meu encontro, já com os braços abertos, pronta para me apertar.

- Nat! - sorrio animada, abraçando-a fortemente. - Não venha com essa, você sabe que eu sou a beleza da família - brinco, fazendo-a rir. - Estava com tanta saudade. Como foi a viagem de volta?

- Bom, ter um jatinho particular torna a viagem menos cansativa do que seria em um voo comercial - ela ri. - Estava ansiosa para rever minhas gêmeas favoritas. - Meu sorriso dá lugar à uma expressão preocupada.

- Como Harl reagiu?

- Ela foi a primeira a me abraçar, pulou na frente do papai, fazendo ele derrubar vinho em sua camisa favorita. - ela solta uma risada divertida. - Você tinha que ver a cara dele, Lena. Ele ficou puto.