1: do you speak drama?

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Sexta-feira. Ah, a sexta-feira.

Sexta-feira era um dia lindo, magnífico, verdadeiramente incrível. Daqueles de tirar o fôlego e de dar vontade de gritar o refrão de 24K Magic logo de manhã.

Para quem!?

Não para Kim Taehyung, que tinha acordado atrasado mais uma vez porque a porcaria do carregador do celular estava com mal contato, levando pelos ares sua bateria e o despertador programado para as seis, as seis e vinte e as seis e meia. Para ele não, claro que não. Um mero assalariado do ramo de educação em língua estrangeira tinha mais era que se ferrar (para evitar usar um palavreado mais chulo).

Por isso mesmo, exatamente às sete e cinquenta e sete, ele estava correndo igual a um avestruz atordoado no meio da rua enquanto tentava, ao mesmo tempo, a proeza de abotoar a camisa social branca amarrotada que arrancara de uma pilha qualquer no quarto (torcendo para ser a pilha das roupas limpas) sem deixar cair a mochila do ombro nem o celular e as chaves das mãos. Com certeza, aquele era um momento em que ele se preocupar sobre sua reputação com os vizinhos se ela já não fosse um caso perdido.

Caótico. Aquela era uma das palavras mais apropriadas para descrever o tal do teacher Tae, como se ele a carregasse estampada na testa para cima e para baixo na unidade de Seul do Purpura English School. Mas, como um genuíno profissional apaixonado pelo que fazia, Taehyung conseguia compensar com maestria os muitos atrasos, os vários desvios do comportamento apropriado em sala, as numerosas mancadas e, simples e resumidamente, o fato de ele esquecer-se de vez em sempre de que era o professor e não o aluno.

Felizmente, como se algum deus misericordioso se compadecesse um tiquinho da situação naquela atípica manhã, ele conseguiu chegar na estação a tempo de pegar o primeiro metrô das oito. Kim Taehyung um, forças malignas zero. No entanto, como a alegria divina para relés mortais tem curto tempo de duração, ele foi provavelmente o último a entrar no vagão (enquanto as portas gritavam para avisar que fechariam), conseguindo, assim, um lugar privilegiado imprensado entre a porta, um suvaco não depilado e duas bundas desconhecidas. Pelo menos, o suvaco não estava exatamente fedido.

E foi exatamente assim que Kim Taehyung passou os primeiros 45 minutos do início de seu dia. Forças malignas um, Taehyung menos três.

Quando chegou à construção de três andares no centro de Seul, já passava das nove. Sua primeira turma — os adolescentes do clube News, do qual era um dos responsáveis — provavelmente estava toda reunida na sala, pronta para começarem às 9:30, assim como Yoongi, o professor chefe e, naquela manhã, sua dupla para aquela sessão. Mesmo assim, ele desviou o caminho ao elevador para fazer uma parada na recepção, jogando a mochila sobre o balcão e soltando um suspirante só dia para os outros dois presentes ali.

— Good morning, darling — Jung Hoseok soltou da forma mais entusiasmada que Taehyung já tinha visto alguém falar de manhã.

Pessoas matinais. O professor Kim nunca acreditara nelas até conhecer Hoseok e seus radiantes e sonoros good mornings dos quais, agora, dependia tanto quanto dependia de café.

— Vem cá, o professor chega atrasado, não passa uma roupa... virou bagunça nessa unidade, Hobi? — Jimin disparou, com o tom e a expressão de bronca que fazia qualquer um que não os conhecesse acreditar fielmente de que a situação era séria. E aquele foi o bom dia do melhor amigo de Taehyung.

— Ai, love, cala a boquinha e pega lá um café pra mim — Taehyung disse.

— Tá achando que sou sua escrava? — questionou o teacher Jimin.

Caralho, me detona mais, Jimin! Só queria um amigo pra me servir um café num momento difícil mas, é isso aí, os de verdade eu sei quem são, sabe...

Teachers' room [Taekook]Onde histórias criam vida. Descubra agora