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Na época, ela não admitiu que havia sido abandonada e se concentrou apenas em cuidar de sua aparência, mas agora, tendo a chance de recomeçar sua vida, percebeu que não podia se dar ao luxo de fazer isso. Nada era tão estúpido quanto valorizar uma aparência fulminante como um bem vitalício.

"Prazer em conhecê-la, senhorita Aria. Eu sou Sarah, da família do Visconde Loren."

A nova professora particular, que parecia ter dezessete anos, fez uma reverência para cumprimentá-la educadamente.

Ela era bonita, mas era uma garota comum, sem características particularmente únicas. Havia apenas uma razão pela qual ela havia escolhido Sarah, que nunca havia ensinado a ninguém antes, pois ela rejeitou todos os outros por suas grandes habilidades.

Isso porque aquela humilde e única filha do visconde mais tarde cativaria o coração do Marquês Vincent e se tornaria sua esposa. Com exceção do Duque de Frederico, que fazia parte da linhagem da Família Real, era seguro dizer que a família de Maquês Vincent estava no auge do poder entre os aristocratas, e Sarah se tornaria a amante de uma família tão grande.

Foi difícil estabelecer relacionamentos com aqueles que detinham autoridade desde o início. Nesse caso, não seria o ideal fazer amizade com alguém que mais tarde se apoderaria dessa autoridade?

Depois de pensar em várias figuras-chave de uma lista que ela havia feito, ela decidiu conquistar Sarah para seu lado, que era a mais acessível entre elas, como sua tutora. A menina inocente, que ainda não tinha se manchado, parecia tão fácil de manusear quanto um cordeiro que logo seria levado ao altar manchado de sangue para sacrifício.

Aria, ignorando a etiqueta comum, correu em direção a Sarah e abraçou sua cintura. Esta foi a recepção mais honrosa que Aria, que acabara de se tornar uma nobre de um plebeu, poderia oferecer. Foi tudo muito inesperado, o que fez com que os olhos de Sarah se arregalassem, mas ela não demonstrou sua surpresa com exagero.

Aria abraçou Sarah e levantou a cabeça para encontrar seus olhos.

"É tão bom conhecê-lo!"

Disse Aria, que sorriu como uma criança. Sarah sorriu com a aparência de inocência, possivelmente devido ao fato de que Aria era uma criança por fora, mas por dentro ela não era.

A condessa, testemunhando essa cena, pediu desculpas ao separar Aria dela.

"Ela ainda não sabe como se comportar, então, por favor, entenda-a, Lady Sarah."

"Está bem. Por favor, não se preocupe."

"Por favor, cuide bem de Aria."

Sarah gostava de criança. Ao contrário de outras mulheres aristocráticas que não queriam mais engravidar quando um menino nascia, ela gostaria de dar à luz todos os anos. Sarah acreditava que a fertilidade era dever da nobreza e que todos os filhos que nascessem precisavam ser criados com amor. Portanto, ela não repreendeu Aria, que não pôde mostrar nenhuma etiqueta, mas a tratou calorosamente.

Depois que a condessa saiu, as duas sentaram-se frente a frente com a mesa entre elas e conversaram sobre as próximas aulas.

"É uma honra poder ensinar a senhorita Aria. O que você mais gostaria de aprender?"

Com a pergunta de Sarah, Aria inclinou a cabeça, piscando seus longos e lindos cílios. Depois de refletir por um momento, ela brincou com os dedos enquanto suas bochechas coravam. A aparência de pêssego fez com que as bochechas de Sarah ficassem vermelhas também.

The Villainess Reverses the Hourglass (Novel)Onde histórias criam vida. Descubra agora