{Segundo Livro da Trilogia Corações de Zaun.}
Como uma tempestade que se contorce, cruzando os céus com trovões e escuridão antes de se derramar, Lyria se desfez, despedaçada de suas nuances, assistindo seu mundo se reduzir a nada mais do que sangue...
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A luz fria e pálida da lua filtrava-se pelas grades da cela, lançando sombras longas e distorcidas sobre o chão de pedra. Lyria estava deitada no canto, seus braços envolvendo os joelhos em um abraço desesperado. O silêncio era opressor, quebrado apenas pelo som distante de gotas de água caindo em algum lugar no labirinto de corredores.
Cada respiração era um esforço, cada batida do coração uma lembrança dolorosa de que ela ainda estava viva.
Lyria estava há duas semanas naquele inferno, sob a custódia do clã Ferros. O tempo parecia se arrastar, cada segundo uma eternidade de dor e desespero. A cela era pequena e úmida, com paredes de pedra fria que pareciam absorver qualquer vestígio de calor. O chão era coberto com concreto sujo e sangue seco, um testemunho silencioso das sessões que ela havia suportado.
As lembranças dos primeiros dias eram um borrão de dor e confusão.
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Ela se lembrava claramente da sensação de ter sido arrastada para uma sala iluminada por uma luz fria e impiedosa. Onde aqueles homens a prenderam a uma cadeira de metal, suas correntes substituídas por tiras de couro que mordiam sua pele. A sala estava equipada com instrumentos forjados para causar danos, cada um mais aterrorizante que o outro.
Sem que ela pudesse se dar conta, uma figura elegante e imponente emergiu das sombras. Camille Ferros, com seus movimentos precisos e calculados, aproximou-se de Lyria. Seus olhos frios e analíticos observavam cada reação da prisioneira.
