{Segundo Livro da Trilogia Corações de Zaun.}
Como uma tempestade que se contorce, cruzando os céus com trovões e escuridão antes de se derramar, Lyria se desfez, despedaçada de suas nuances, assistindo seu mundo se reduzir a nada mais do que sangue...
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Renata caminhava com passos firmes pelos corredores reluzentes dos Portões Solares, a principal fonte de poder de Piltover. O brilho constante que emanava de suas paredes douradas refletia a grandiosidade da cidade, mas para Renata, aquilo era apenas mais um palco para seu controle. Sua mente fervilhava, agitada após a reunião que acabara de deixar. O encontro havia sido exatamente o que esperava, uma confirmação de que sua influência sobre aquele lugar estava consolidada, lhe garantindo mais poder e presença na administração daquela importante fonte de energia.
Ela deveria estar satisfeita.
Havia lutado, arquitetado e manipulado muito para chegar até ali, mas a inquietação em seu peito só aumentava. O plano que há tempos forjara para sua filha, estava agora num ponto crítico. Lyria deveria ter assumido o comando das Indústrias, governando ao lado dela, unindo poder, influência e visão. Contudo, as circunstâncias haviam mudado drasticamente e Lyria, desaparecida e possivelmente morta, não estava mais disponível para ocupar seu lugar de direito.
Renata não gostava de admitir derrotas, muito menos da sensação de algo fugir de seu controle, mas, diante do vazio deixado por Lyria, ela sabia que precisava agir e rápido. Não havia outra escolha mais eficiente e, apesar de não ser o que desejava, Arlo teria que assumir a posição que havia sido cuidadosamente preparada para a irmã.
Seus olhos, frios e calculistas, estreitaram-se enquanto ela ponderava a nova direção. Arlo era uma incógnita para ela, mas também era um Glasc. Ele teria que cumprir o papel, não por escolha, mas por necessidade.
E Renata faria o necessário para tudo sair com excelência, como sempre fez.
Ela saiu dos Portões Solares e dirigiu-se diretamente às Indústrias.
Os corredores familiares não lhe ofereciam o consolo habitual. Cada passo ecoava suas decisões implacáveis. Quando chegou à porta do escritório de Arlo, Renata parou, observando-o em silêncio.
O jovem estava imerso em pilhas de papéis. As mãos moviam-se rapidamente sobre a mesa, assinando documentos e analisando os intrincados sistemas burocráticos que sustentavam as Indústrias. Ele parecia quase absorvido naquilo, tão concentrado que nem notou a presença dela.
