29 | Nas manhãs seguintes

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Lily abriu os olhos e o viu dormindo. Tentou se arrepender de alguma coisa que havia feito na noite anterior, mas não conseguiu. Ela o amava e fazer amor com ele era a marca mais forte desse amor. Para ela, era um sinal de confiança e respeito.

Ela passou a mão pelo rosto dele e ele sorriu para ela. James a puxou para um abraço e ali eles ficaram até finalmente se levantarem.

Na sala de estar, Marlene e Sirius ainda não havia chegado e portanto, eles saíram sem serem vistos.

Na beira dos carros de ambos. James segurou Lily pela cintura. Eles pareciam dois adolescentes.

- Quero te ver hoje! – James disse dando selinhos em Lily que sorriu.

- Eu também. – Lily respondeu sorrindo. – Vamos para minha casa.

- Quem sou eu para recusar esse convite. – James seguiu o carro de Lily e eles decretaram que ficariam juntos.

Tudo ocorreu da forma mais natural. James e Lily se viam todos os dias e as rotinas foram completamente alteradas. Mas nada importava, porque para Lily quando acordava ver James preparar o café era a visão mais incrível do mundo.

- Bom dia, Linda! – James colocava o café na pequena garrafa de inox.

- Bom dia! – Lily sorriu se sentando próxima ao balcão e recebendo um beijo de James. – Vou ficar mal acostumada com essas manhãs.

- Não precisa, eu estarei sempre aqui. – James afirmou encarando a jovem.

- Mas em breve a turnê volta e você tem que viajar. – Lily respondeu sabendo que era verdade.

- Mas você pode ir em alguns lugares comigo. – James afirmou.

- Veremos! – Lily respondeu sorrindo.

A preocupação de James tinha um certo fundamento.  Estar ao lado dele de forma pública implicava em aguentar redes sociais lotadas. Poucos passeios a restaurantes e lugares em que houvesse um grande número de pessoas.

E Lily tinha se acostumado a uma vida tranquila e pacata. Longe de qualquer holofote.

O medo de James era que ela desistisse dele em algum momento.

Na medida em que a vida se estabilizava, James voltou para o estúdio para começar a compor com Sirius e Frank o novo disco.

Lily estava bem no escritório. Tranquila e com o coração em paz.

- Você está tão sorridente por esses dias. – Marlene sabia. Foi a primeira pessoa para quem Lily contou.

- Sua boba. Mas e você? E Sirius? – Lily sabia que eles estavam passando por uma crise desde que Remus havia voltado. Sirius detestava a ideia de Marlene ainda ter contato com Remus.

- Eu estou lidando com o temperamento do meu marido. – Marlene respondeu. – Mas não está fácil. E mesmo sabendo de toda a história que os envolve eu ainda fico com receio de estar atrapalhando um grande amor a se realizar.

A insegurança de Marlene era totalmente compreensível. Lily assim como Marlene conviveu diretamente com Sirius e Remus quando eles estavam juntos. Era realmente intenso.

E eles se amaram. Isso era indiscutível. Remus e Sirius foram o primeiro amor um do outro.

E jamais isso poderia ser mudado.

- Devia falar com Sirius? – Lily disse séria. E Marlene observando atenta as palavras da amiga. – Diga para ele que ele precisa saber o que quer e a situação te causa insegurança e sentimentos. Fale que não está satisfeita com o que está sendo feito e pronto. Assim, vai tirar qualquer questão que esteja te incomodando.

Naquele dia, Marlene decidiu que falaria com Sirius.

- O que ele está fazendo aqui? – Foi o que Sirius conseguiu dizer quando Remus entrou no estúdio dez anos depois.

- Nós convidamos – Frank e James responderam em unissono.

- Só pode ser brincadeira.

- Ok, chega! – Disse James para a surpresa de todos. – Isso tem que acabar. Ou vocês se resolvem ou essa banda acaba aqui. Eu estou sinceramente de saco cheio disso tudo. Vocês se amavam e prometeram jamais estragar a nossa relação. Essa relação aqui.– Disse apontando para todos na sala. – Não sei o que vão fazer, mas se resolvam de uma vez. Eu e Frank vamos embora. E vocês dêem um jeito nessa merda de situação.

James e Frank saíram da sala, deixando os dois adultos se encarando.

- Eu amo a Marlene. – Sirius disse sério. – E eu não falo isso para tentar me convencer. Eu realmente a amo. Amo a minha família e a amo.

Remus estava surpreso com a declaração, mas entendeu o que Sirius queria dizer, porque ele também amava Tonks. Amava a mulher que ela era e amava a família que tinham construído.

- Eu te entendo. – Remus disse olhando para Sirius que estava sentado na poltrona.

- Lembra quando éramos mais novos? E você ficava com outros garotos além de mim? – Sirius disse sério. Remus assentiu. – Eu nunca fiquei naquela época com outro que não fosse você, na realidade eu tinha ciúmes. Claro que eu me sentia atraído, mas não era prioridade para mim, você era.

- Você nunca me disse isso. – Remus respondeu.

- Você era um dos meus melhores amigos. Tinha medo de estragar tudo se te pedisse em namoro ou algo do tipo. – Sirius confessou ao amigo de tantos anos.

- A nossa situação era complicada.– Remus disse sério – Não queríamos estragar algo que era maior e muito mais importante que o nosso relacionamento. – Remus pegou o porta retrato com os quatro integrantes da banda aos 16 anos que ficava no aparador do estúdio.

- Nossa amizade. – Sirius disse com os olhos marejados. – Remus, eu te amei muito, muito mais do que como um amigo, mas agora acho que esse sentimento de amizade é maior que tudo.

- No meu caso também, Six! – Remus disse estendendo os braços para ele.

- Queria que estivesse aqui quando meus pais morreram. – Sirius disse quando abraçou Remus.

- Eu queria ter estado aqui por você e pelo James, mas eu estou aqui agora. – Remus disse quando eles se encararam. – Nossa amizade é maior que qualquer desavença hoje. E em todas manhãs seguintes.

Sirius estava mais leve quando saiu do estúdio naquela tarde e ao chegar em casa se deparou com uma Marlene séria.

- Você ainda me ama? – Marlene era direta e não gostava de rodeios.

- Por que está me perguntando isso? Agora assim do nada. – Sirius respondeu de sentando ao lado dela no grande sofá da sala de visitas.

- Remus voltou e. – Marlene foi interrompida quando Sirius ajoelhou em sua frente.

- E eu amo você. Eu quero você. – Os olhos deles estavam marejados. – Eu amei Remus dessa forma e ainda amo de outra forma agora. Mas é com você que eu desejo viver o restante dos meus dias, com você, com Victoria e com todos os outros filhos se ainda quiser tê-los comigo.

Dos olhos de Marlene azuis escorriam as lágrimas como dois oceanos e ela sorria para ele.

- Se um dia. – Ela tentou dizer – Não quiser mais. Eu vou entender.

- Se, um dia, eu não te quiser mais, me interne, pois eu estaria completamente louco, meu amor.

Não muito longe dali. Tonks ficava sabendo da conversa, feliz por Remus e Sirius finalmente declararem a paz.

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