three

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"I feel stupid, ugly
Pretend it doesn't bother me"

("Eu me sinto idiota, feio
Finjo que isso não me incomoda")


Duas semanas se passaram e o pequeno Moon ainda estava sendo atormentado pelo fantasma daquele estrangeiro esquisito que estava em coma. Haechan se encontrava tão frustrado e estressado, não conseguia mais dormir pois todos os dias sonhava com o garoto lhe dizendo algo, fazendo com que não conseguisse mais dormir. 

— Tô pensando em fazer uma loucura — Donghyuck anunciou a Chenle, que estava sentado ao seu lado. Estavam sentados ao lado de uma árvore durante o intervalo.

— Donghyuck, se você for tentar pular o muro da escola de novo, saiba que eu NÃO vou com você, da outra vez eu me esborrachei inte...

 — Não é isso seu idiota! Estou pensando em ir dar uns tapas naquele tal de Mark pra ver se ele para de encher meu saco. — O mais novo foi interrompido pelo Moon, que encarava a maçã verde em suas próprias mãos.

Ficaram em silêncio por alguns segundos antes que Donghyuck ouvisse a gargalhada gostosa vinda de seu melhor amigo.

— Você é realmente muito idiota Moon, muito engraçado. — Chenle pegou a maça do amigo e deu uma mordida, ignorando completamente o olhar mortal do mesmo.

O sinal tocou, anunciando que o intervalo já havia acabado, deixando os dois desolados. Por que sempre tinha de acabar tão rápido? Enquanto isso, o restante do dia de aula sempre era infinito.

— Você realmente vai fazer aquilo? — O chinês perguntou de repente quando estavam andando pelos corredores, se tocando só agora de que o ruivo podia estar realmente falando sério. — Você ainda nem tirou seu gesso, Hyu.

— Ainda estou pensando sobre isso. — Deu de ombros e se despediu do mais novo com um aceno, entrando em seguida na sala de aula.

Ao decorrer da aula, o Moon nem estava prestando atenção em nada, apenas criando planos em sua cabeça para atormentar o estúpido do Mark. Foi então que acabou pescando uma conversa de algumas garotas ao seu lado.

— Nossa, ele é tão lindo, fico até sem ar! — Disse a garota de cabelos pretos, se abanando com a mão, enquanto assistia um vídeo em seu celular, compartilhando fone com a garota ao seu lado. Donghyuck prestou mais atenção do que deveria.

— Né? Eu sou completamente apaixonada pelo Baekhyun, que homem! — A garota loira ao lado respondeu. Aparentemente estavam vendo um vídeo de algum idol de k-pop que gostavam. — Que pena que na nossa sala não tem nenhum garoto bonito assim.

As garotas olharam para o ruivo com cara de nojo e deram algumas risadinhas, enquanto o mesmo apenas revirou os olhos e começou a rabiscar algo em seu caderno, suspirando frustrado. Elas não o achavam bonito?

Assim que a aula finalmente acabou depois de algumas horas que para Donghyuck pareciam uma eternidade, ele voltou para casa com sua cabeça lotada de pensamentos intrusivos pesados. 

Logo que chegou, foi direto até o banheiro e se olhou no espelho por alguns longos minutos, frustrado com o que via ali. Assim que pisou fora do banheiro, se assustou tendo um Doyoung o esperando.

— Nem avisa mais que chegou não? — Perguntou o mais velho com um bico nos lábios, o abraçando. — Fiz o almoço, vamos comer.

— Pai... Você me acha feio? — Foi a vez do ruivo de perguntar, o que deixou Doyoung um tanto apreensivo.

— O quê?! Claro que não Hae, você é lindo feito raios de sol! Alguém te disse isso? 

— Não, só não estou me achando tão bonito assim. — O menor respondeu em baixo tom, recebendo mais um abraço de seu pai, dessa vez na tentativa de confortá-lo.

Logo que acabaram de almoçar, o pequeno Hyuck (não tão pequeno assim pois já estava com 1,70 de altura) anunciou a seu pai que sairia com Chenle, mas na verdade lá estava ele em frente àquela porta de hospital, tomando coragem para entrar.

Pegou seu celular e mandou uma foto para Chenle fazendo o sinal da paz com seus dedos, o número do quarto saindo atrás na foto, mostrando que realmente estava no hospital. 

Assim que pôs seus pés dentro da sala com aquele adesivo de visita no peito, avistou Mark Lee deitado na maca, ligado a vários aparelhos enquanto ainda desacordado. Para sua felicidade, não havia mais ninguém dentro do quarto como das outras vezes, apenas ele e o corpo do fantasma que estava perturbando suas noites de sono.

— Você... — Donghyuck olhou para baixo e deu um riso sarcástico, se aproximando um pouco do rapaz. — Então era você no acidente. Agora eu me lembro.

Respirou fundo, tendo as memórias vívidas em sua mente de quando caiu do carro e viu Mark no banco do passageiro.

O Moon o pegou pelo colarinho da roupa do hospital, encarando o rosto pacífico do Lee, que parecia apenas dormir. 

— Por sua culpa eu perdi o meu pai, e agora perdi todas as minhas noites de sono também! — O ruivo aumentou seu tom de voz, sentindo seus olhos ficarem embaçados por conta das lágrimas que ameaçavam cair de seus olhos. — Quando é que você vai me deixar em paz?!

Hyuck soltou o garoto e sentiu as pernas fraquejarem, dando alguns passos para trás antes de cair de joelhos, tendo as roupas sendo molhadas pelas lágrimas apressadas que caíam de seu rosto.

— Quem... É você? — Ouviu uma voz rouca ecoar pelos seus ouvidos, fazendo com que dessa vez caísse para trás de susto. Encarou o garoto deitado ali, que agora tinha seus olhos abertos e o encarava totalmente confuso.

Donghyuck se levantou com pressa e dificuldade por conta do gesso, os olhos arregalados. Olhou então para baixo para tentar cortar o contato visual.

— Ninguém, sou apenas fruto da sua imaginação! — Disse dando um sorriso super forçado, olhando bem nos olhos do estrangeiro dessa vez antes de sair correndo como um carro de fórmula 1 daquele hospital.

Teria Moon Donghyuck feito Mark Lee sair do coma? 


boys will be bugs ; markhyuckOnde histórias criam vida. Descubra agora