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"I'm a dumb teen boy
I eat sticks and rocks and mud."

("Eu sou um garoto adolescente burro
Eu como gravetos e pedras e grama.")

Donghyuck abriu seus olhos devagar, se acostumando com a luz branca do hospital bem forte sob si, tendo de cobrir os olhos por uns instantes antes de se sentar. Seu corpo estava estranho, parecia que estava inteiro anestesiado, uma sensação estranha demais para si. 

— Minha bombinha... — Ele falou se sentando, procurando pelos lados, pois não sabia onde tinha ido parar. Talvez ele nem mesmo se lembrava de que não havia chegado a pegá-la. 

O moreno havia tido uma fratura no braço que fora esmagado contra a porta no momento da batida, e estava desacordado após sua crise de asma junto de todo o trauma e mais a dor.

Estava agora no hospital, horas após o acidente. O quarto estava quieto até demais. Entrou em desespero ao pensar sobre os pais, mas logo acalmou ao que um deles adentrou o quarto.

— Não se preocupe, Hyuck... O papai está aqui. — Foram as primeiras palavras que ouvira de alguém que não fosse a si mesmo. Estava um tanto anestesiado pelo choque, mas conseguiu focar a visão para perceber que aquele era Doyoung. — Hyuck?

— Pai... — Fez uma pausa, passando a destra pelo rosto, o braço esquerdo estava engessado. — Não sou mais criança para te chamar de papai. 

Doyoung sorriu e abraçou o filho, acariciando seus cabelos e dando beijinhos em sua cabeça, o mais velho se sentia mais tranquilo ao ver que seu pequeno estava bem e seguro.

— Cadê o papai Moon? — Perguntou, sentindo suas bochechas quentes ao perceber que havia dito "papai" logo após dizer que não usava mais aquela palavra. Doyoung riu, achando aquela cena fofa demais.

— Está na cirurgia, meu amor. Ele se machucou bastante, mas não se preocupe... Ele vai ficar bem. 

Doyoung deu um sorriso para tranquilizar o filho, até que ouviu o estômago do mesmo fazer um barulho que deveria ser ouvido há quilômetros de distância de onde estavam.

— Vou buscar algo para você comer, meu bem. 

— Não precisa, eu mesmo vou. — Negou com a cabeça algumas vezes e se levantou.

Donghyuck se apressou em sair do quarto, o estômago ainda roncava loucamente. 

Acabou passando pela recepção enquanto buscava o refeitório. Lá havia uma recepcionista falando no telefone, parecendo um tanto irritada aos olhos do pequeno Moon. Hyuck se aproximou receoso, encostando seu braço direito no balcão.

— Hm... Oi? Será que... — Foi interrompido quando fora continuar, ouvindo uma voz num tom mais alto que o seu.

— Boa tarde, será que eu poderia fazer uma ligação? Sou do quarto 202. — Um homem com um sotaque estranho disse atrás de si. O mais novo se sentiu frustrado por ele ter cortado sua fala.

Hyuck ficou encarando-o, com os braços cruzados, e assim que o homem completou sua ligação, o Moon o seguiu um tanto curioso após ouvir algumas palavras que não entendeu vindas dele, parecendo ser em algum outro idioma, provavelmente inglês. (Ele saberia se não tivesse dormido todas as aulas de inglês).

O homem então entrou num quarto e o adolescente que estava atrás de si há uma distância considerável, se aproximou com cuidado e olhou devagarinho para dentro do quarto, vendo um rapaz desacordado.

Ele semicerrou seus olhos, mordendo o lábio um tanto intrigado. Reconheceu o garoto, mas não conseguia se lembrar de onde. Quem era aquele? Será que estudavam juntos?

— O que aconteceu com ele? — Sua curiosidade acabou falando mais alto, fazendo com que ficasse ali parado na porta com as mãos juntas atrás de seu corpo. 

O homem não muito mais alto que si, que até então não havia notado sua presença, se assustou com a fala do Moon. Seus olhos estavam cheios de lágrimas, o que fez Donghyuck pensar que talvez estivesse sendo intrusivo demais.

— Ah... Foi um acidente de carro, mas ele ainda não acordou. — Pigarreou e observou o pequeno Moon. O homem tinha uma faixa em uma de suas mãos, parecendo que não havia se machucado muito. — E o que houve com o seu braço?

— Eu caí da escada. — Ele respondeu com a maior naturalidade do mundo e deu de ombros, saindo do quarto. 

Donghyuck tornou a ir até a recepcionista, precisava muito de informações sobre onde era o refeitório. Mas assim que chegou, percebeu que a mulher estava anotando o nome de um paciente que estava passando em uma maca.

— Licença... Eu gostaria de saber o estado do meu pai. — O moreno disse e a recepcionista o olhou com a maior cara de tédio. — O nome dele é Moon Taeil. 

— Você é da família? — A recepcionista ficou o encarando, suas mãos suavam por conta do nervosismo.

— Eu sou o filho dele. — O mais baixo colocou sua mão sobre o balcão e a recepcionista virou algumas folhas buscando pelo nome.

— Qual a data de entrada?

— Hoje... Hoje mais cedo. — Respondeu com a voz trêmula.

— Não houve nenhuma entrada de um homem chamado Moon Taeil hoje. — Disse após ler todas as últimas entradas. 

Foi aí que o mundo de Moon Donghyuck desabou.

boys will be bugs ; markhyuckOnde histórias criam vida. Descubra agora