Floresta dos Demônios de Pesadelos

Capítulo 5 - O Senhor voltou

      Ninguém o encontrou por vários dias. Uma semana depois, ele voltou para a vila. Um pouco diferente, talvez. Mono entrou discretamente e invadiu as casas para matar os moradores amaldiçoados. Suas maldições não eram comuns, eram o aviso da morte com tortura física e mental. Além disso, o efeito foi lento e doloroso. Os moradores se sentiam o tempo todo como se sua vida fosse esvair no próximo segundo, mas continuavam sentindo agonia pelo que parecia durar uma eternidade. Seus pesadelos revelavam seus piores medos e aflições na vida, para empurrá-los à beira do abismo sem mover um dedo. Por fim, ele encontrou seu velho amigo.

      Conan estava caído no chão, ao seu lado um homem estava parado com o pé em cima das suas costas, pressionando-o. Esse é Belphegor, o súdito mais forte e leal do Senhor dos Pesadelos, líder dos demônios. O Senhor desapareceu dois mil anos atrás e alguns demônios jovens nunca o conheceram, mas os anciãos sabiam quem ele era. Sua existência foi mantida no esquecimento por muito tempo. Ele morreu por razões desconhecidas e todos pensaram que ele havia partido para sempre, mas ele voltou.

      O Senhor dos Pesadelos recebeu esse nome porque era o mais forte dos demônios e era capaz de dominá-los. Depois de muitos anos, ele foi capaz de reencarnar em um garoto dentro dessa vila miserável. Belphegor esteve esperando por esse momento para atraí-lo para fora e fazê-lo entrar em contato com maldições. Ele possuiu uma garota chamada Lídia e eles entraram em um acordo para libertar Mono dessa vida insignificante de bucha de canhão. Assim, ele fez seu líder despertar a consciência do Senhor dos Pesadelos. Ele não carrega suas memórias do passado, mas seu espírito é o mesmo.

      Com seu despertar completo, a cor dos olhos de Mono mudou. Seu olho esquerdo é dourado e radiante como o sol, mas seu olho direito é branco e brilhante como a lua. Ele observou Belphegor agindo como queria e se divertiu um pouco. Esse cara sempre foi assim, é inútil tentar discipliná-lo, mesmo que ele nunca pretendeu mudá-lo em primeiro lugar. Belphegor que tinha um cabelo azul meia-noite e olhos cor-de-rosa gentis, sempre vestia-se de branco e se comportava como uma boa moça perto de Mono. Mas longe do seu Senhor, sua aura não poderia ser mais agressiva e perversa.

      Mono sinalizou com a mão e Belphegor soltou Conan.

— Senhor, prefere que eu o deixe ir ou o prenda ao seu lado como um ratinho de estimação? – Sugeriu com devoção brilhando no olhar.

— Nenhum dos dois, eu não quero que ele fique perto de mim por enquanto. Odeio criaturas fracas. Você deve fortalecê-lo primeiro. Mas, antes disso... – Mono respondeu e encarou seu velho amigo com interesse, seus olhos reluzindo com uma pretensão maligna oculta.

      Mono lançou uma maldição parasita em Conan, que se alimentou de seus demônios internos e puxou-a de volta, engolindo a esfera de energia bem na frente de seu amigo.

— Delicioso, mas na próxima vez eu espero que você tenha mais poder dentro dessa sua cabeça manipuladora. Sirva para o seu propósito, minha ferramenta.

      Mono ainda se ressentia de Conan, que calculou tudo na sua cabeça por tanto tempo guiando-o no escuro como uma peça qualquer. Quem ele pensa que é? Todos os insetos arrogantes devem aprender sua lição e rastejar no chão sob seus pés, esse é o lugar deles.

      A partir dali, começou o segundo reinado do Senhor dos Pesadelos. Seu primeiro ato foi destruir a fonte de alimento dos demônios, ou seja, a vila. Em seguida, ele obrigou que todos o seguissem para fora daquela floresta maldita, para nunca mais voltar. Seus demônios não dependeriam mais de restos, existe muito mais energia lá fora do que eles poderiam imaginar. Infelizmente, depois que ele morreu, todos os demônios foram selados naquela floresta para acompanhar seu espírito. Mas agora que ele reviveu, os demônios de pesadelos não estavam mais presos a lugar nenhum e poderiam criar seu nome lá fora. Afinal, eles já foram muito poderosos no passado, e recuperariam seu poder novamente. Porque seu Senhor voltou.