Capítulo 43

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Se tiverem estomago fraco por favor não leiam esse capitulo, aqui contarei o passado da Lyara em detalhes e como ela foi parar no mundo dos feéricos, então está cheio de gatilhos emocionais.


- Acorda!

Abri meus olhos dando um pulo para me sentar na cama com o susto.

- Arruma essa merda que meus amigos vão vim hoje! - meu pai disse gritando

Os amigos dele vinham com alguma frequência, ficavam bebendo e assistindo algum jogo na televisão enquanto eu ficava trancada no meu quarto até irem embora.

- Me ouviu porra? Levanta agora!

Ele segurou meu cabelo em punho me puxando para fora da cama, dei uma tropeçada ainda tonta de sono e ele me arrastou para o banheiro abrindo o chuveiro gelado e me jogando lá embaixo.

Bati a cabeça na parede na hora que cai e minha mão virou quando tentei me apoiar no chão, então ele me deu um chute nas pernas, com o tempo eu aprendi que gritar não resolvia, então só ficava lá esperando ele se cansar.

- Quer que eu pare? - perguntou se abaixando para segurar meu rosto - Me responde! Quer que eu pare?! - me sacudiu

- Sim... - minha voz estava tremula

- Sim o que?

- Por favor... - pedi em meio as lagrimas

- Devia ter pensado nisso antes de matar ela vadia!

Então ele se levantou e saiu batendo a porta, eu demorei alguns minutos ali para me recuperar e finalmente levantar sentindo a dor passar pelo meu corpo.

Arrumei a casa toda e demorei o dia inteiro para deixar tudo brilhando do jeito que eu sabia que tinha que fazer se não quisesse levar uma surra, separei os petiscos que eles comeriam e coloquei tudo na mesinha da sala em travessas de vidro. Fui para o meu quarto pegando outro livro para começar, eu pretendia ler a noite toda.

...

Estava tarde, bem tarde, eu chutaria umas duas da madrugada e eu ainda ouvia as conversar e as risadas asquerosas vindas do lado de fora, resolvi deitar para dormir, amanhã eu acordaria mais cedo para limpar a bagunça.

- LYARA! - alguém gritou me fazendo abrir os olhos me despertando do meu sonho - Lyara filha! Vem até aqui!

Levantei as pressas limpando os olhos para desembaçar minha visão, dei passos cautelosos até a porta do meu quarto garantindo que ela estava trancada, silenciosamente peguei a cadeira da escrivaninha colocando-a debaixo da maçaneta para impedir de abrir.

- LYARA! - meu pai gritou outra vez, ele estava bêbado, era nítido.

- Você vai deixa-la te tratar assim? - alguém perguntou

- Parece que ela não te respeita - outro concordou rindo alto

Merda! Tentei puxar a escrivaninha para a porta também, mas ela era muito pesada, eu não conseguiria traze-la a tempo.

- É claro que ela me respeita! Vou mostrar para vocês!

As batidas na porta vieram fortes e com elas meu desespero, ele socava e chutava a madeira fazendo força para abri-la, olhei para os cantos com medo pensando em algum plano de fuga, mas não tinha nenhum.

A porta começou a soltar das dobradiças então com um ultimo chute ela se abriu caindo com força no chão do quarto me fazendo dar um pulo com o susto, seus olhos encontraram os meus, eu conhecia bem aquele olhar, logo depois seu sorriso veio e ele deu passos para dentro sendo seguido pelos amigos.

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