Corte de Estrelas e Sonhos

Capítulo 7

Queridos leitores: Não me responsabilizo por choros, corações partidos ou saúdes mentais abaladas neste capitulo!

Depois de uma breve conversa com os demais no café da manhã eu me sentia sufocada, precisava sair, precisava de um tempo sozinha. Eu me recusei a chorar na noite passada com medo de escutarem, mas precisava... Acho que o Rhys percebeu como eu me sentia e eu desejei que ele não tivesse entrado na minha mente, ele me deu o dia livre, sem jardinagem com a Elain ou treinos com o Azriel, eu poderia ficar em casa ou passear por Velaris, poderia pensar em tudo sem ninguém por perto.

Então aqui estava eu andando pelas ruas de Velaris, era mágico, entendo porque o Rhys fez de tudo para protege-los, eles são tão generosos e felizes, para onde eu olhasse veria sorrisos e ouviria risadas, tinham crianças correndo e brincando. Com certeza essa era a cidade dos sonhos.

Não sei por quanto tempo andei, mas eu estava bem longe da cidade, não sei em qual momento perdi o controle de meus passos e pensamentos, mas ali longe de todos eu me permiti chorar. Chorei porque queria ficar, mas também porque não me sentia em casa aqui, chorei porque não queria ir embora, mas também porque não me lembrava de onde eu vim. Por mais que eu tenha tentado esconder de todos e até de mim mesma essa culpa me assombra de noite, eu não lembro de nada! Não lembro dos meus pais ou meus amigos, não sei de onde eu vim nem como eu vivia, estou com medo de voltar pra realidade que de alguma forma eu consegui escapar.

Sentei no meio das arvores quando minhas pernas já não aguentavam sustentar meu corpo, respirei fundo tentando me acalmar.

- Vai tudo ficar bem Lyara - digo para mim mesma

- De fato vai... - uma voz distante diz, na mesma hora levanto e fico alerta - Talvez não da forma que imagina.

Olho para os lados procurando de onde aquela voz fria vem, um lugar em especial me chama atenção pelo balançar das folhas e dele sai um ser repugnante e assustador, o reconheço na mesma hora... Suriel.

Não, não, isso é impossível, ele está morto, ele morreu nos braços da Feyre, mas o ser que está na minha frente não pode ser outra pessoa. "Um rosto que parecia ter sido moldado a partir de ossos secos e desgastados pelo tempo, sua pele esquecida ou descartada, uma boca sem lábios e dentes longos demais presos por gengivas enegrecidas, buracos para narinas e olhos ... olhos que nada mais eram do que redemoinhos de branco leitoso – o branco da morte, o branco da doença, o branco dos cadáveres limpos." A descrição que a Feyre fizera no primeiro livro bate igualmente com a realidade é impressionante.

- Você é um Suriel. - Digo após constatar o fato óbvio - Como está aqui? Como escapou da morte?

- Sim, de fato eu sou um Suriel, mas prefiro ser chamado de Badjer. Acredito que você esteja me confundindo com um de meus muitos irmãos.

- Você não é o Suriel que ajudou a Feyre?

- A Grã-senhora quebradora da maldição? Não, não a ajudei.

- Por que está aqui? - perguntei

- O vento trouxe seu choro até mim, Lyara, você é famosa entre os feéricos malignos queria ver com meus próprios olhos.

- Famosa? Eu?

- Não é todo dia que o vento nos sussurra que chegou uma humana de outro mundo em Prythian. E como uma desculpa por assusta-la deixarei me fazer três perguntas.

- Três perguntas? - penso alto, sobre o que eu poderia perguntar?

- Qualquer coisa que quiser saber menininha.