﹙✓﹚ 𝘁𝗵𝗲 𝗱𝗶𝘃𝗶𝗻𝗲 𝘄𝗶𝘁𝗵 𝘂𝘀. 𝗲𝗱𝗱𝗶𝗲 𝗺𝘂𝗻𝘀𝗼𝗻

- 𝟎𝟐𝟏

QUANDO FINALMENTE CHEGAMOS ao trailer dos Munson, eu e Eddie olhamos para o teto e sentimos a tristeza e desespero daquela noite.

Apenas demos a mão como forma compassiva de mostrar que entendemos, o quê cada um dê nós passou naquela noite.

E quando nos aproximamos um pouco mais do teto em coloração vermelha muito chamativa, em algum momento algo bateu no teto até que furasse tudo. Notando as crianças do outro lado.

—— Nós encontramos de novo —— Oliver disse dando um tchauzinho com a não.

—— Que viagem, cara —— Robin completou.

E depois de algum longo tempo esperando que arrumassem tudo, Oliver e Dustin logo apareçam com um colchão no chão.

—— Essas manchas aí são... Sei lá o quê elas são —— Eddie tentava se explicar para mim e Robin que apenas rimos da situação.

—— Eu não sei bem se a física vai funcionar... Mas vamos ver —— Oliver completou jogando um lençol até o outro lado do buraco.

—— Puxa aí! Vê se ela aguenta! —— Dustin gritou do outro lado. Apenas empurrei leve Robin até o lençol que me olhou séria.

—— Eu sou a cobaia? Então tá bom —— Buckley deu de ombros subindo pelo lençol.

Novamente olhamos um para os outros esperando o próximo. —— Tudo bem, eu vou —— Eddie disse sendo o próximo.

—— Vejo vocês do outro lado —— Eu disse subindo o lençol.

Quando meu corpo bateu no colchão, senti uma imensa dor de cabeça e então fechei meus olhos com força. Entregando minha mão para Eddie que me puxou para levantar do colchão.

E quando abri meus olhos, não tinha nada mais lá, não tinha ninguém e eu acabei me desequilibrando caindo no colchão no chão novamente. Mas naquele momento, já não estava mais lá.

E eu caí no abismo total gritando por ajuda mesmo sabendo que jamais alguém iria ouvir.

Até meu corpo se colidir com o chão da minha própria casa, notando o silêncio... Até notar meu pai no canto da sala de estar com os olhos para a TV.

Me aproximei do homem lentamente, e quando encostei em seu ombro para ver sua face, eu notei os olhos brancos dele, e sua face cheia de sangue.

—— Você é uma garota muito ruim, Cassie —— Meu pai se levantou de aproximando de mim. —— E garotas como você, precisam ser punidas pelos seus atos ruins.

Eu apenas corri de lá, indo para outro cômodo da casa, e mesmo assim, eu sempre voltava para a sala. Sempre voltava para o meu pai que sempre parecia mais irritada.

Não importa para onde eu corresse, se pulasse pela janela ou se entrasse em qualquer porta de casa... Eu sempre voltava para o mesmo lugar como um loop sem fim.

E quando pensei que havia acabado, eu novamente corri mais uma vez para outro cômodo... Dessa vez abrindo uma porta dando de cara com um lugar pior ainda.

Eu estava na mente de Vecna, cheia de sangue e carne notando todos os cadáveres que havia feito em toda a sua vida. Vecna se aproximou de mim, com sua face assustadora.

—— Não se preocupe Cassie —— Ele tocava meu rosto. —— Eu jamais machucaria minha afilhada.

E então como um leve flashback em minha própria mente, como se ele quisesse ou me obrigasse a lembrar dele. Eu lembrei, eu ainda era um bebê.

Minha mãe era muito jovem e quando eu nasci, eu observei a face de Henry Creel perto de mim... Ainda um garotinho que agora me segurava nós braços uma única vez, antes que tudo desmoronasse.

—— Existem tantas coisas para você ver —— Vecna completou. —— Eu quero que me conheça tão bem, quanto eu conheço você.

E então eu fui jogada ao abismo novamente, voltando a residência dos Creel. Mas agora ainda nova, e com moradores.

Vecna ​​nasceu como Henry Creel em 1947 por Victor e Virginia Creel , e tinha uma irmã mais velha chamada Alice por três anos.

Henry nasceu com a capacidade de sentir o sobrenatural, que veio para seu pai simplesmente como sendo um menino sensível e o levou a não se encaixar com seus colegas. Muitos de seus professores e médicos o rotularam como "quebrado", algo anormal.

E depois de matar toda a sua família, fazer Victor Creel ser preso por conta do crime e acabar enlouquecendo no hospício. Brenner queria estudar o garoto, e também controlá-lo, iniciando um programa no Laboratório Nacional Hawkins que estudava crianças como Henry.

Ele deu a Henry uma tatuagem em seu pulso com a numeração 001 e começou a induzir outras crianças. Horas extras, à medida que mais experimentos começaram, Henry recebeu o nome de Peter Ballard, e se tornou um ordenança para as crianças na Sala Arco-Íris do laboratório. E naquele momento eu apenas sentia todas as informações entrarem sem parar sobre mim, o tempo todo.

—— O quê aconteceu com ela? —— Oliver gritou ainda do outro lado.

—— Vecna —— Max respondeu inquieta.

Oliver negou com a cabeça em desespero, ele não poderia de forma alguma perder a sua irmã agora. Não naquele momento.

Eu corria sem parar, eu mal conseguia sentir minha respiração normal novamente. E quando abri uma das portas para sair da casa, acabei caindo em outro lugar.

Um corredor branco e um pouco iluminado, parecia um laboratório se você olhasse bem, eu andei lentamente pelos corredores, e àquele parecia o único momento de paz que eu estava tendo.

Tentando de todas as formas manter o silêncio, mesmo sabendo que eu estava ofegante e cansada de tanto correr... De tanto fugir.

Notando um homem mais velho sentado junto de Henry, que agora ainda parecia o menino mais novo que eu vi pela primeira vez. Ele estava tatuando o braço de Creel.

—— O quê você acha, Cassie? —— Brenner perguntou com seus olhos brancos em minha direção. Apenas corri de lá o mais rápido que consegui.

Eu estava ofegante, eu estava perdida e totalmente confusa. Eu sentia que quanto mais eu corria, mais eu não poderia fugir, mas eu estaria ali presa e mais perto de mim Henry Creel estava. E quando corri mais uma vez sobre um dos corredores eu abri uma das portas.

Eu notei minha mãe de frente para um garoto alto de cabelos loiros e roupas brancas cheias de sangue. Minha mãe estava com um uniforme branco muito usado por cientistas.