Love in the midst of chaos - VegasPete

01

Vegas estava indo até a área dos seguranças, precisava falar com Nop, seu segurança de confiança. Ele estava chegando perto dos corredores, onde ficam os quartos, quando escutou algumas vozes e um choro baixinho.

- Onde você pensa que vai, garotinho - uma voz masculina com tom divertido foi ouvida por Vegas.

- Nós vamos brincar com você primeiro - outra voz chegou aos ouvidos de Vegas e o choro que se intensificou.

Vegas aproximou-se do corredor de onde vinham as vozes e ficou escondido, olhando aquela cena. Três de seus seguranças, caras grandes, encurralando um pobre garoto na parede, este que estava encolhido no chão, abraçando suas próprias pernas.

Vegas não esperou mais, pois o pior poderia acontecer se ele esperasse, então apresentou-se no corredor e deu uma tosse falsa, chamando a atenção dos homens para ele. Os três olharam para Vegas assustado e logo depois abaixaram a cabeça. O garo encolhido no chão, não olhou para Vegas, prosseguiu chorando copiosamente.

- O que estão fazendo? - Vegas questionou inocentemente, mas já tinha deduzido toda aquela situação.

- Pegamos o garoto vasculhando a casa, pensamos em ensinar uma lição para ele - um dos homens ousou mentir.

Vegas apenas riu sem humor e fez um sinal com a mão para que eles saíssem. Os homens saíram praticamente correndo. Vegas passou pelo garoto no chão, este que olhou para ele pela primeira vez, e foi até o quarto de Nop.

Vegas entrou sem bater, avistou seu segurança limpando sua arma perto da janela. Nop logo notou a presença de seu chefe ali, então aproximou-se, ficando na sua frente.

- Quero que xeque as câmeras desse corredor e leve todos os homens que você ver nela para o quarto.

Nop sabia muito bem que quarto era esse, o quarto onde Vegas torturava as pessoas que tinham o desprazer em cair nas suas mãos. Nop assentiu e Vegas saiu do quarto.

O garoto ainda estava encolhido no mesmo lugar, mas parecia não chorar mais, ele apenas encarava a parede na sua frente.

Vegas observou os traços do jovem, ele era magro com pequenos músculos, pele branca, rosto pequeno e delicado, seu cabelo era preto com fios caindo quase nos olhos e cortado apenas na lateral. Ele usava apenas um short fino na cor branca e uma blusa grande cinza sem mangas.

Me aproximei dele e fiquei na sua frente, fazendo com que ele parasse de encarar a parede e levantasse a cabeça para me olhar.

- Vai me machucar também? - Ele perguntou com medo na voz.

- Não vou. Vamos sair daqui?

Vegas estendeu sua mão para o garoto, este que exitou por alguns minutos, mas aceitou. Vegas lhe causava um pouco de medo, talvez fosse o seu corpo grande, suas roupas chiques e a cara de bravo.

- Qual o seu nome? - Vegas perguntou enquanto caminhavam pelo corredor.

- Pete.

- E, o que faz aqui, Pete? - Vegas não era um pessoa curiosa, mas esse garoto o deixava assim.

- Eu sou filho de uma cozinheira, mas ela saiu ontem a noite e não voltou mais, eu fiquei com medo, então resolvi sair para procurar e acabei encontrando aqueles homens maus.

- Entendi. Como ela se chama?

- Kanya.

Vegas vasculhou em sua memória, pois teve a impressão de já ter escutado esse nome. Enfim ele lembrou e disse, não ligando se isso afetaria Pete.

- Essa mulher pediu demissão ontem e foi embora - Pete olhou assustado para Vegas, querendo não acreditar em suas palavras.

- Ela me deixou - Pete sussurrou, olhando para o nada a sua frente - a mamãe me deixou.

Vegas notou lágrimas escorrendo dos olhos de Pete e o seus ombros trêmulos, ele não sabia o que fazer, nunca teve que lidar com alguém com o emocional tão abalado como Pete. Ele parecia uma criança inocente e indefesa.

O choque foi tão grande para Pete, que este sentiu seu coração ficar acelerado e a sua visão turva. Sentiu apenas quando suas pernas perderem a força e o seu corpo caiu para o lado, felizmente Vegas foi rápido e segurou Pete em seus braços.

Pela primeira vez em toda a sua vida miserável, sendo um mafioso violento e perturbado, que já matou milhares de pessoas e até hoje nunca sentiu remorso. Vegas sentiu-se culpado por não ter medido suas palavras quando contou para Pete que sua mãe fugiu. Seu coração parecia atrofiar ao vê-lo tão frágil em seus braços, os lábios quase sem cor e a respiração fraca. Vegas desejou proteger esse garoto, o seu garoto.