Uma chance.

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POV BRUNNA

Continuei ali parada por mais alguns minutos tentando processar aquela informação. Primeiro: alguém ali tinha gritado em alto e bom som que estava apaixonada. Segundo: essa paixão era direcionada a mim. Terceiro: alguém tinha gritado e esse alguém era Ludmilla . Então, Ludmilla tinha acabado de confessar que estava apaixonada por mim.

Eu não sabia exatamente como estava me sentindo. Uma parte de mim estava alegre, porque eu também estava apaixonada e já não era um segredo. Outra parte estava confusa se perguntando por que diabos ela estava me tratando daquela forma? Por que era sempre tão grossa?

De uma coisa eu sabia, Ludmilla havia sido brutalmente ferida por aquela vadia da Cara Delevingne e agora estava com medo, porque as decepções esfriam as pessoas.

- Ei, o que está fazendo parada ai? — Patrícia perguntou me cutucando e finalmente voltei a mim. Olhei em volta e só então percebi que Ludmilla não estava mais lá.

- Cadê a Ludmilla? — Perguntei com um pouco de desespero e Patrícia estranhou.

- Ela já voltou pro hotel com o Zayn. Por que?

- Preciso falar com ela. — Disse pegando minha bolsa e saindo dali.

Para minha felicidade, Patrícia não fez mais perguntas. Ela e Zayn já tinham percebido que Ludmilla e eu estávamos envolvendo sentimentos nisso, e até estranhei que eles não deram uma bronca na gente. No fundo acho que eles até gostavam, mas não falavam nada.

Depois de um caminho silencioso e lento naquele carro, finalmente chegamos ao hotel e a primeira coisa que fiz foi ir direto ao quarto de Ludmilla. Eu estava destinada a fazê-la confessar, e depois disso, a faria perceber que aquele medo inútil só estava a atrapalhando de ser feliz. Eu a queria, agora mais do que nunca. E saber que Ludmilla sente o mesmo por mim só me deixou mais motivada a tê-la verdadeiramente para mim.

- Abra essa maldita porta, Ludmilla — Gritei batendo na porta. - Você me deve explicações.. — Mais batidas.

- Vai embora.— Ouvi sua voz de dentro do quarto e bati mais na porta.

- Eu não vou sair daqui enquanto você não abrir — Falei socando a porta com mais força.

- Você vai morrer ai, então. — Falou e meu sangue ferveu. Joguei meu corpo contra a porta e o barulho foi assustador. Repeti o ato mais vezes e Ludmilla abriu a porta do nada me fazendo cair dentro do quarto.

- Você tem algum tipo de doença mental que não me contou? — Perguntou rindo e eu me levantei do chão olhando nos olhos dela.

- Não sou eu que estou escondendo as coisas aqui — Ela fechou a porta revirando os olhos.

- Eu não sei do que você está falando. — Se deitou na cama e abrindo um livro.

- Estou falando da nossa conversa no camarim — Falei me sentando de frente pra ela e tomando o livro de sua mão. - Você disse que estava apaixonada por mim. — lembrei e ela riu. Sabia que ela tentaria negar aquilo, sabia também que mais uma vez iria fingir que não se importava, mas nada daquilo faria efeito sobre mim.

- Você só pode estar ficando louca.

- Olha pra mim.. — Pedi e segurei o rosto dela. Ludmilla arregalou os olhos e tentou afastar minha mão, mas a segurei com força. - Para de ser medrosa, admita que falou isso. Você disse que não mudava nada, certo? Então deixa de ser covarde e admita aqui na minha cara que está apaixonada por mim.

- Estou apaixonada por você.— Ela me olhou séria e involuntariamente me assustei e soltei seu rosto. Era até estranho vê-la admitir tão rápido. Ela tinha admitido, de novo. Agora na minha cara. - Está satisfeita? Pode sumir daqui agora?

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