Cedendo.

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POV BRUNNA

Ludmilla ficou apenas me olhando por um tempo sem dizer uma palavra. Parecia estar em choque ou algo assim. Eu estava muito próxima dela e senti sua respiração pesada. Me afastei um pouco para que ela pudesse respirar melhor, e a ouvi suspirar alto. Me senti mais aliviada ao ver que não só Ludmilla tinha efeito sobre mim, mas eu também tinha sobre ela.

Esperei por sua reação, mas não veio. Ludmilla continuou paralisada me olhando com um pouco desespero. Parecia estar com medo de dizer qualquer coisa. Ela me olhava com aqueles olhos verdes gigantes e eu já estava a ponto de enlouquecer. Abaixei a cabeça cortando a ligação entre nossos olhares e dei um passo para trás..

- Ok. Você não precisa.. — Fui interrompida por Ludmilla quando senti os cabelos da minha nuca serem puxados com força, fazendo meu rosto ficar centímetros do dela. Senti sua boca vindo de encontro com a minha, com força o suficiente para machuca-la. Sentir os labios dela nos meus me beijando daquela forma, fez com que eu me sentisse alegre e com uma ponta de esperança. Pressionei minha boca na sua e chupei seu lábio inferior lentamente. Nosso beijo era cheio de vontade e ficava cada vez mais intenso, a cada toque, a cada segundo. Não importava quantas vezes nos beijássemos, sempre parecia como na primeira vez. Eu sentia a mesma felicidade, o mesmo frio na barriga, o mesmo nervoso como no meu primeiro beijo.

Ludmilla separou os lábios dos meus, ainda segurando minha nuca, com os olhos fechados. Ela os abriu e vi seus olhos marejarem. Seus lábios estavam entreabertos e vermelhos e tive uma vontade incontrolável de beija-la de novo. Mas antes que eu pudesse fazer qualquer coisa, ela se afastou e andou até a porta..

- Saía! — Ela pediu com a voz firme abrindo a porta, sem me encarar. Continuei parada no mesmo lugar. Ela não tinha me dado uma resposta ainda, eu não sairia dali enquanto não tivesse uma resposta. - Anda, Brunna. Vai embora. — Ela insistiu e me senti mal por vê-la na postura de durona de novo, mas me mantive firme de braços cruzados.

- Se eu sair por essa porta, você pode ter certeza que nunca vai ter a chance de ficar comigo de novo. — Falei e Ludmilla fechou e porta. Ela encostou a cabeça na porta e suspirou.

- Já te disse que você é chantagista demais? — Elu sorri e me aproximei dela. Ludmilla se virou para mim e esticou o braço me impedindo de me aproximar mais.

- O que foi?

- Me deixe pensar, ok? — Pediu e eu respirei fundo. - Só pra eu ter certeza. Isso é muito confuso pra mim, e eu ainda não sei lidar com essas coisas de relacionamentos.

- Ou o que poderia acontecer, Ludmilla? - Perguntei e ela abriu uma porta de novo suspirando impacientemente.

- Eu te machucar. - Ela estendeu a mão em direção a saída.

- Ah, sério? Tarde demais, então. — Andei até a porta e ela ficou sem reação mais uma vez. Então, saí dali sem olhar para trás.

...

Não no dia seguinte, eu concordei com meu celular vibrando mudo incontrolavelmente sem raça. Demorei um pouco para ter forças para pegar, então ele parou de tocar assim que peguei nele. Eu era uma garota perdida e vi o nome da Ludmilla. Sinto meu coração acelerar de repente. Estava parecendo um adolescente de 14 anos que quase morre quando o namoradinho manda uma mensagem ou liga pra ela.

Eu me senti profundamente irritado com a falta de maturidade. Eu ainda não estava acostumada com Ludmilla interessada em alguma coisa relacionada a mim, por isso sempre que acontecia eu me senti extremamente nervoso e idiota.

Peguei o celular para rerenar a ligação e vi que tinha algumas mensagens dela.

Lud da Bru:

"Jas quer te ver. Que tal tomar café com as pessoas?

Marketing [Intersexual]Onde histórias criam vida. Descubra agora